Em só 6 dias, Bayern faz história e mostra distância da Europa para o resto
Dos últimos 14 títulos do Mundial de Clubes, 13 foram conquistados pela Europa. O triunfo do Bayern de Munique no Qatar, conquistado ontem (11), só aumenta o abismo que separa as equipes europeias do resto do mundo. A conquista não teve goleadas ou atuações brilhantes, mas também aconteceu sem sustos e sem a necessidade de grande esforço. O time alemão ficou menos de seis dias inteiros no país do Oriente Médio, pouco treinou, teve desfalques durante a competição e mesmo assim conseguiu um feito histórico.
Este foi o sexto título do Bayern na temporada, igualando a marca do Barcelona comandado por Pep Guardiola em 2009. Além do Mundial, a equipe ganhou a Liga dos Campeões, o Campeonato Alemão, a Copa da Alemanha, a Supercopa da Alemanha e a Supercopa da Europa.
Apesar de o Tigres, do México, ter se mostrado um adversário corajoso e de a vitória ter sido por um placar magro, 1 a 0 com gol do francês Pavard, os alemães levaram a taça com certa tranquilidade. A comemoração contida dos atletas no gramado é um exemplo claro disso, muito diferente da festa que fizeram quando foram campeões da Liga dos Campeões, por exemplo, com o 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain, em agosto, em Lisboa.
Nas entrevistas pós-jogo e também nas redes sociais do clube, no entanto, atletas e o técnico Hansi Flick fizeram questão de dar importância ao Mundial.
"Parabéns à minha equipe. Eles completaram um feito histórico, conquistaram seis títulos em uma temporada. Mesmo para um clube de sucesso, como é o Bayern de Munique, esta foi a temporada de maior sucesso de todos os tempos. A equipe jogou de maneira excelente. A vitória nunca esteve em perigo, nós dominamos e vencemos merecidamente a final", disse o treinador.
Flick também destacou as adversidades que o Bayern teve durante esta semana em Doha e aproveitou para elogiar o time mexicano, que na semifinal eliminou o Palmeiras ao vencer por 1 a 0, com gol de pênalti do francês Gignac.
"Também foi muito difícil para mim, estávamos todos no limite, o mesmo vale para mim na linha de lateral. A partida contra o Tigres foi no nível dos olhos, embora tenhamos dominado. Eles mereceram estar nesta final".
Campeão após a grande final de ontem, o elenco do Bayern de Munique desembarcou no Qatar apenas na tarde do último sábado, depois de entrar em campo na noite de sexta-feira e vencer o Hertha Berlim por 1 a 0, fora de casa, pelo Campeonato Alemão. Mas a viagem não foi simples. Por causa de atrasos no procedimento burocrático, o time teve que esperar sete horas durante a madrugada dentro do avião antes da decolagem. Isso porque o voo não partiu antes da meia-noite conforme o previsto e, de acordo com as normas locais, a autorização para decolar só aconteceu na manhã seguinte.
Durante a disputa do Mundial, após a vitória sobre o Al Ahly, do Egito, na semifinal, e antes da decisão, o time perdeu dois jogadores importantes. O atacante Thomas Muller testou positivo para a Covid e virou desfalque. Já o zagueiro Jérôme Boateng foi liberado para voltar à Alemanha por problemas pessoais, já que sua ex-namorada foi encontrada morta.
Na imprensa do Qatar, o destaque foi grande para a conquista do Bayern, confirmando o favoritismo. Desde o início do torneio, as emissoras de TV, sites e jornais locais apostavam em uma possível final entre os campeões da Europa e da Libertadores. No entanto, a derrota do Palmeiras para o Tigres e depois o revés do time paulista para o Al Alhly nos pênaltis, na disputa pelo terceiro lugar, fizeram os qataris se decepcionarem com o desempenho do clube brasileiro. Desta forma, o Bayern de Munique reinou mesmo sozinho no noticiário.
"Bayern alcança o sexteto. As estrelas da Baviera brilham no céu de Doha", diz a manchete do jornal Al Sharq.
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