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Lesão de Neymar estoura em Pochettino e repete sina em oitavas da Champions

Neymar durante jogo do PSG contra o Caen pela Copa da França - Stephane Mahe/Reuters
Neymar durante jogo do PSG contra o Caen pela Copa da França Imagem: Stephane Mahe/Reuters

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (FRA)

12/02/2021 04h00

A lesão de Neymar às vésperas do duelo contra o Barcelona, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, gerou pressão sobre o treinador do Paris Saint-Germain, Mauricio Pochettino. Tudo por causa da escalação do brasileiro na vitória por 1 a 0 sobre o Caen, na quarta-feira passada (10), pela Copa da França.

O comandante argentino tinha planejado tirar o camisa 10 de campo cinco minutos depois do problema sofrido no adutor da coxa. De acordo com o PSG, o camisa 10 será desfalque por quatro semanas.

O duelo contra o Caen foi disputado na Normandia, Norte da França, sob temperatura de -5°C, o que apontava para um cenário de possibilidade de lesões. Estar em campo era desejo de Neymar, justamente por avaliar que precisava de mais ritmo de jogo antes do confronto contra o Barça -- o primeiro duelo será disputado na próxima terça-feira (16), no Camp Nou.

Uma discussão sobre o tema já havia sido realizada entre comissão técnica e diretoria. A decisão final foi colocar o camisa 10 em campo por, no máximo, 60 minutos -- em caso de vitória parcial -- e ter Kylian Mbappé no banco de reservas. A lesão aconteceu quando o PSG vencia o jogo por 1 a 0.

"Estou sem arrependimento de escalar o Neymar. Ele estava perfeitamente apto para jogar, são coisas que acontecem. Os jogadores adversários não foram tão agressivos. Em contrapartida, durante o jogo, a sensação é que faltou proteção da arbitragem. Mas não apenas no jogo de hoje", comentou Pochettino, após o confronto diante do Caen, ainda sem saber ainda a gravidade da lesão de Neymar.

Poupar Neymar exatamente nessa época do ano foi decisão do PSG na temporada passada. O jogador ficou fora das três partidas que antecederam ao confronto contra o Borussia Dortmund, primeiro jogo das oitavas de final da Liga dos Campeões. Na ocasião, o astro reclamou publicamente da decisão da diretoria.

"Isso [o veto] foi decidido pelo clube e médicos, e tive que acatar. Tive várias discussões e não curti o que propuseram, mas respeitei. Isso acaba sendo ruim para mim e meus companheiros. Sofri sem o ritmo ideal", destacou Neymar à época.

Sina das oitavas

A contratação de Neymar pelo PSG em 2017 teve como objetivo central do clube a inédita conquista da Liga dos Campeões. Mas um trauma envolvendo o camisa 10 foi criado nas fases eliminatórias da competição. Somente na edição passada, ele conseguiu disputar todas as partidas decisivas possíveis, estando com o time até a final — derrota por 1 a 0 para o Bayern de Munique.

Em 2018, por causa de uma fratura no pé direito, o brasileiro não participou da eliminação para o Real Madrid nas oitavas de final. A reincidência do problema o deixou de fora dos jogos de eliminação na mesma fase contra o Manchester United, no ano seguinte.

As lesões musculares e fraturas já deixaram Neymar ausente em 74 jogos das quatro temporadas com o time. Nesta edição da Liga dos Campeões, o brasileiro foi desfalque na derrota por 2 a 1 contra o Leipzig, pela fase de grupos, por causa de uma lesão no adutor da perna esquerda.

Neymar considera o futebol francês como viril e com jogos de alto risco de lesão, mas jamais se negou a entrar em campo ou alterou o estilo driblador por essa avaliação. Na tarde de ontem (11), pouco após o diagnóstico de nova lesão, o camisa 10 fez um desabafo em sua rede social afirmando que não sabe até quando vai aguentar as críticas por seu estilo de jogo.

"Às vezes, eu me sinto incomodado pelo meu estilo de jogo, por eu driblar e acabar apanhando constantemente. Não sei se o problema sou eu ou o que faço em campo. Isso realmente me entristece. Me deixa triste demais ter que escutar de jogador, treinador, comentarista ou o caralho a 4: 'ele tem que apanhar mesmo', 'cai cai', 'chorão', 'moleque', 'mimado' e etc", escreveu. "Sinceramente, isso me entristece e não sei até quando aguentarei. Eu só quero ser feliz jogando futebol. Nada mais", acrescentou.