Lisca refuta preconceito e pede para atletas assumirem homossexualidade

O técnico Lisca, que conseguiu o acesso à Série A com o América-MG, mostrou revolta com qualquer tipo de preconceito no futebol e afirmou que já sofreu com o problema ao ser tachado de louco.

"Eu sou um cara que sou totalmente contra preconceitos, até porque já sofri muito com isso. Muitas pessoas já tiveram conceitos meus sem nunca ter falado comigo, nunca ter me visto, mas já tinham o vaticínio: 'essa cara é assim, é assado', disse ele em entrevista ao "Esporte Espetacular", que mostrou a casa do gaúcho e detalhou sua convivência ao lado da mulher e das filhas.

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A questão do preconceito em relação à sexualidade dos jogadores também foi abordada pelo treinador, que disse ter trabalhado com atletas que eram gays e não tinham como assumir o fato diante das futuras repercussões negativas. Ele relembrou também uma história envolvendo um deles, que não teve nome revelado.

"Já trabalhei com jogadores homossexuais, não assumidamente. Não tive problema nenhum, inclusive, com um deles eu tenho uma admiração enorme como profissional e como pessoa", iniciou Lisca, antes de detalhar o episódio com o jogador em questão.

"Quando conseguimos o objetivo, pulamos abraçados dentro do banheiro. Eu [estava] dentro do banho e ele falou: 'Quero te dar um abraço!'. Eu falei: 'Vem!'. Nos abraçamos pelados, sem problema nenhum. Cada um na sua. Cada um tem a sua preferência e eu respeito demais".

Por fim, Lisca pediu o fim do preconceito e encorajou atletas a assumirem a homossexualidade. O técnico, no entanto, mostrou entender os problemas do futebol e lamentou a situação.

"Acho que os jogadores podem começar a se assumir. Já vi isso no vôlei, basquete, em quase todos os esportes. Mas nosso meio é muito conservador e é hipócrita ainda. O futebol ainda tem isso", desabafou ele ao programa da TV Globo.