Com ou sem Olympique, Sampaoli deve deixar o Atlético-MG após o Brasileiro
Com ou sem propostas para deixar o clube, Jorge Sampaoli não deve ser o técnico do Atlético-MG na próxima temporada. Para além do interesse em dirigir o Olympique de Marselha (FRA), que mantém conversas com o treinador, o argentino deseja deixar o Galo ao término do Brasileirão — confome apurou o UOL Esporte com uma fonte próxima ao treinador.
Segundo apurou a reportagem, Sampaoli deve permanecer até o fim do Brasileirão e anunciaria sua saída logo após os últimos compromissos pelo Atlético-MG, contra o Sport, em Recife, e o Palmeiras, no Mineirão. O interesse do Olympique de Marselha, da França, é um dos fatores que motiva o treinador a deixar o clube mineiro antes do fim de seu contrato, que tem validade até dezembro de 2021. Porém, com ou sem a transferência para a Europa o técnico não deve permanecer em Belo Horizonte.
A informação também foi publicada pelo jornalista Léo Gomide, da TV Band, de Belo Horizonte.
Sobre a multa contratual pela quebra de contrato, que estaria na casa de US$ 1 milhão (algo em torno de R$ 5 milhões), o valor não seria um empecilho para a saída do treinador e poderia ser pago por ele próprio ou até mesmo pelo Marselha, que tem interesse na contratação do argentino.
Como o UOL publicou, Sampaoli vive um círculo vicioso em sua carreira. A relação do argentino começa "cheia de amores" com torcedores e os clubes, entra em crise, as equipes caem de produção técnica, há problemas nos bastidores entre o treinador e o staff dos clubes. Até que haja o fim da parceria entre o comandante e os times. Foi assim no Sevilla, na seleção do Chile e também no Santos, sendo que no clube espanhol e no Peixe em um curto período de tempo.
Nos bastidores do Atlético-MG, os dirigentes, incluindo os que saíram recentemente —após troca de presidentes — coincidem na leitura de que Sampaoli é um profissional arbitrário, "cheio de si". Que tem dificuldade para aceitar contestações e não se cansa de fazer pedidos, alguns deles fora da realidade do mercado nacional. Essa linha de raciocínio certamente não causa surpresas nos dirigentes do Santos que lidaram com o argentino em 2019.
A cúpula alvinegra trabalha para encontrar o substituto de Jorge Sampaoli e praticamente, ao que tudo indica, restaria apenas as partes uma formalização da saída daqui duas partidas. Renato Gaúcho, com contrato por terminar no Grêmio, Cuca, de saída do Santos, e um gringo seriam os monitorados neste momento.
Perguntado na última semana se cumprira seu contrato com o Atlético-MG, Sampaoli não deu, mais uma vez, garantias de que chegaria ao fim de seu vínculo com o Galo, válido até o fim de 2021
"Não sei [se vai cumprir o contrato ou não]. O futebol muda o tempo todo. É muito instável, especialmente neste país. O treinador dura muito pouco, não se consolida muito o trabalho e as ideias. Só me resta pensar no próximo jogo, tratar de ganhar e chegar o mais longe na tabela de classificação", respondeu, antes de fazer uma alusão à imprevisibilidade do mercado brasileiro —como se alheio à definição de seu futuro.
"O resto é indecifrável, porque se você analisar historicamente o que se passa com todos os treinadores aqui no Brasil é a instabilidade. Eu não sou diferente disso. Se não ganho, sou o pior. Se ganho, sou o melhor. Seguramente, meu trabalho também é avaliado pelos resultados. Só penso na volta ao trabalho na segunda, corrigir os erros e tratar de ganhar o próximo jogo", completou o argentino.
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