Flu colhe frutos de 'criticado' sub-23 na briga pelo G4 do Brasileirão
O Fluminense venceu o Ceará e chegou ao sétimo jogo de invencibilidade no Campeonato Brasileiro. Já garantido na Pré-Libertadores, o Tricolor chega à reta final na briga para entrar no G4 e chegar à fase de grupos da competição. Para isso, conta com destaques de Xerém, frutos das divisões de base e com passagem pelo criticado projeto sub-23 do clube.
Nas redes sociais e até nos estádios, antes da pandemia de coronavírus, a iniciativa de criação do time sub-23 recebeu críticas de torcedores e oposicionistas da gestão. Os custos e as contratações — apesar de a equipe ser majoritariamente composta por jogadores da base já sob contrato — viraram alvo em meio ao péssimo momento financeiro e também esportivo do Flu nos últimos anos.
A comparação foi com o projeto de antigas gestões do Tricolor, o Flu Samorin, alardeado como uma filial do clube na Europa, que acabou fechado e virou um processo por uma suposta dívida. Ainda assim, o time eslovaco deu espaço a jovens como Evanílson, que viriam a estourar nos anos seguintes.
Idealizado por Paulo Angioni, e comandado por Marcão, o time de aspirantes chegou à semifinal do Brasileirão da categoria logo em sua primeira participação, após ser criado no início de 2020. O resultado esportivo, entretanto, fica em segundo plano: o objetivo sempre foi maturar jogadores com a idade estourada para os juniores ou mesmo acelerar o processo de formação de jogadores mais prontos, além de recuperar lesionados do time profissional.
Além do treinador, que acumula o cargo de auxiliar permanente do time profissional, a equipe deu chance a jovens como Calegari, Frazan, Martinelli, Luiz Henrique, John Kennedy e Samuel, que se destacam no returno. Os meninos funcionaram como soluções internas para perdas no mercado da bola e também receberam oportunidades após terem destaque.
"É sempre bom falar do projeto sub-23, capitaneado pelo Paulo Angioni. O time de aspirantes nos deu total condição de confiar nesses meninos. Eles vinham bem, treinando bem, jogando sob a mesma filosofia, não tivemos problema em colocar eles para jogar nos profissionais. Isso nos deu total confiança neles e vice-versa, e o resultado tem sido muito positivo. Fico muito feliz, pelo projeto, pelo que estamos colhendo no profissional e por ter a certeza que nossa base é muito forte. Funcionou demais", destacou Marcão após a vitória.
Foi dos pés de três desses jogadores que saíram os gols da vitória sobre o Ceará, bem como os triunfos sobre Bahia e Goiás. Já uma realidade e "dono" do meio de campo tricolor, Martinelli é o grande destaque da equipe nos últimos jogos.
Desde a sua entrada na equipe, o Flu disputou 11 partidas, vencendo sete, empatando três e perdendo apenas uma — em que não começou jogando. Como titular, são nove jogos, com seis vitórias e três empates, além de três gols. Além disso, o time sofreu apenas seis gols quando o volante está entre os 11 iniciais.
Na sequência invicta de sete jogos que o Tricolor vive na competição, foram os destaques do sub-23 quem "substituíram" Nenê, fazendo sete dos 13 gols da equipe nas cinco vitórias e dois empates. Apesar do "jejum", o camisa 77 vem fazendo boas partidas como meia armador e deu três assistências no período, atrás apenas de Egídio, outro veterano que se destaca com quatro passes para gols
A mescla entre jovens e experientes deu certo e o Fluminense, quinto colocado com 60 pontos, segue firme na briga por uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Apenas dois pontos atrás de Atlético-MG e São Paulo (tem um jogo a menos), a equipe torce por tropeços dos rivais nas últimas rodadas. Além disso, o Tricolor pode conquistar a vaga direta caso o Palmeiras bata o Grêmio na final da Copa do Brasil.
"Os meninos estão muito motivados. Temos jogadores importantíssimos no elenco que deixam esses meninos muito à vontade, como Fred, Nenê, Paulo Henrique Ganso... Desde que os meninos entraram, se sentiram à vontade, tiveram sequência junto aos veteranos e começaram a criar e fazer tudo o que sabem, e aí o resultado apareceu. A mescla da juventude com a experiência fez esse momento legal do nosso grupo para fazer o Fluminense forte. Tem sido muito positivo para a gente", analisou Marcão.
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