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Dourado 'herda' liderança de D'Ale e sonha com taça após drama no Inter

Rodrigo Dourado, volante do Internacional, comemora gol sobre o Vasco no Brasileirão - Thiago Ribeiro/AGIF
Rodrigo Dourado, volante do Internacional, comemora gol sobre o Vasco no Brasileirão Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

16/02/2021 04h00

Rodrigo Dourado herdou mais do que a braçadeira de capitão de Andrés D'Alessandro. O jogador viveu a retomada de seu posto no Internacional ao longo de 2020 e se prepara para a chance de erguer a taça do Brasileirão numa trajetória de superação e relevância perante ao elenco que foi conquistada também pela proximidade com o ídolo argentino.

Dourado é o principal líder do grupo do Inter atualmente. Mas passa longe de um capitão que grita com companheiros, gesticula, bate de frente com árbitros, como era D'Alessandro antes de ir para o Nacional do Uruguai. O volante é um jogador mais calado, que se manifesta apenas nos momentos mais importantes e ganhou a confiança dos companheiros pelo exemplo dado a cada jogo e treinamento.

Para o técnico Abel Braga, o marcador de 26 anos ganhou características e relevância pela proximidade com D'Ale, que deixou o clube no fim de 2020 após longos anos como capitão do time.

"O Dourado era, talvez, no grupo, tirando os gringos, o atleta do clube mais ligado ao D'Ale, e ele pegou muita cosia do D'Alessandro. É muito querido por todos. É um líder mais na dele, tranquilo, tem uma maneira bem peculiar de colocar o que ele acha que está certo ou errado. Por esta forma de lidar com os colegas, ele é muito querido... Por isso é capitão, e eu acho que, indiscutivelmente pelo tempo que ficou parado, irá chegar longe. Tem um nível muito alto, acima da média para um jogador de meio-campo defensivo", elogiou o treinador.

Vitória sobre drama pessoal

Rodrigo Dourado viveu um drama recente. Ficou mais de um ano afastado dos gramados entre 2019 e 2020, passando por duas cirurgias no joelho esquerdo. Até o próprio atleta chegou a duvidar do retorno aos gramados em alto nível.

Mas foi forte e no momento de incerteza trabalhou. Aos poucos, retomou seu espaço, voltou a ser utilizado ainda sob o comando de Eduardo Coudet e retomou posto de titular já com Abel Braga. Com a atual comissão técnica, já fez três gols e virou, além de importante defensivamente, também arma ofensiva na bola aérea.

A arrancada toda aconteceu nesta temporada, e poderá ser coroada com a conquista do Brasileirão após mais de 40 anos. Se o Inter vencer o Flamengo, domingo (21), no Maracanã, ergue a taça do campeonato, rompendo jejum que dura desde 1979.

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