Após blindagem, Atlético-MG agora prepara despedida de Sampaoli
Os bastidores do Atlético-MG se movimentam nesta reta final do Brasileirão, tanto pela busca por reforços quanto pela resolução do caso que envolve o futuro treinador. Com a iminente saída de Jorge Sampaoli, que está próximo de dizer adeus logo ao término do Nacional — para acertar com o Olympique de Marselha (FRA) —, a diretoria do Galo fixa seus esforços para encontrar o provável substituto para o argentino.
Sampaoli já não tem o mesmo moral de outrora no clube. Renato Gaúcho, o português Leonardo Jardim e Cuca estão entre os preferidos da atual presidência alvinegra. Segundo a imprensa internacional, o argentino já acertou bases contratuais com o Olympique até 2023.
Porém, oficialmente, o Atlético-MG diz não ter recebido nenhum comunicado da equipe francesa ou do próprio treinador sobre uma eventual saída.
Fim da blindagem institucionalizada
Sobre esta blindagem, o treinador recebeu até um "escudo institucional" para protegê-lo de perguntas dos jornalistas nas coletivas após os jogos, as únicas concedidas por Sampaoli, que conversa pouco com a imprensa.
Quando havia alguma pergunta mais crítica ou assuntos "espinhosos", alterações nos questionamentos eram feitos para relativizar problemas e poupar o treinador de críticas. Atualmente, devido à pandemia de Covid-19, as perguntas para as coletivas de imprensa são enviadas por mensagens de texto e lidas diretamente por um profissional do próprio clube ao treinador.
Nos últimos jogos, alguns assuntos que antes não eram tratados, como interesse de outros times, passaram a ser lidos pelos profissionais do Galo nas perguntas enviadas pelos repórteres.
Busca por novo técnico
Essa procura por um possível novo treinador acontece depois de mudanças de percepção e opiniões em relação ao atual comandante. Antes protegido, Sampaoli, que já chegou a estar completamente envolto em uma blindagem forte dos dirigentes, agora perde cada vez mais o status de intocável.
Essa mudança de comportamento por parte da direção acontece, também, pela forma como o próprio treinador gere suas relações interpessoais. Algo de não muito sucesso no âmbito social, tanto que em curtos períodos de tempo o argentino rompeu contratos recentes com clubes de forma litigiosa.
Segundo informações passadas ao UOL Esporte, membros da atual diretoria já pensam semelhante ao que antigos dirigentes achavam do treinador, um profissional arbitrário, "cheio de si", que tem dificuldade para aceitar contestações e que não se cansa de fazer pedidos, alguns deles fora da realidade do mercado nacional.
O ex-presidente atleticano Sérgio Sette Câmara, por exemplo, terminou o seu mandato dizendo que sua relação com o argentino era "quase zero", mostrando na época uma ponta apenas de um processo de ruptura entre o comando e um dos principais comandados no Galo ao longo do último ano.
Término da passagem de forma pacífica
Apesar de tais problemas, a intenção da cúpula alvinegra é terminar a relação com o treinador de maneira amistosa, sem problemas, como houve no Santos, por exemplo, quando Sampaoli acionou o Peixe na Justiça do Trabalho.
Sampaoli deve comandar o Atlético-MG por mais dois jogos apenas, as partidas que restam no Campeonato Brasileiro, contra Sport (domingo) e Palmeiras (dia 25). Depois destes compromissos, o treinador pode anunciar sua saída, que nem deve ser tão lamentada, até mesmo pelos mecenas, empresários que já injetaram mais de R$ 200 milhões no departamento de futebol alvinegro.
Já há entre esses empresários um desejo pela não permanência de Sampaoli. Isso, mesmo se o treinador não se acertar com o Olympique de Marselha. Os integrantes do grupo dos 4 R's — Rubens Menin, Ricardo Guimarães, Rafael Menin e Renato Salvador — entendem que mudar o técnico não atrapalharia no projeto que tem o Atlético-MG para as próximas temporadas.
O possível novo treinador já chegaria dentro de um perfil traçado para a manutenção do planejamento, que apesar de iniciado por Jorge Sampaoli, necessariamente, não precisa do próprio argentino para se tocado.
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