'Mais surpreendente do Brasileiro', diz Nenê em volta do Flu à Libertadores

O sonho parecia distante, mas o Fluminense está de volta à Libertadores. Após anos brigando contra o rebaixamento, o Tricolor faz grande campanha no Campeonato Brasileiro e pode até conquistar uma vaga na fase de grupos. Destaque da temporada, Nenê exaltou o feito do time.

"Com certeza o Fluminense teve a campanha mais surpreendente do Campeonato Brasileiro. Ninguém acreditava que pudéssemos chegar no final da temporada nessa situação. O próprio clube e a torcida não tinham essa clareza de que esse objetivo poderia ser alcançado. Pelo investimento financeiro, pelos problemas que o clube enfrenta. A gente sabe que os clubes que estão nas primeiras posições investiram no mínimo umas 10 vezes mais do que o Fluminense. Só isso já demonstra o que nos fizemos, esse feito. Tenho muito orgulho de participar desse momento, desse grupo, de ajudar levar de volta para a Libertadores um clube com essa grandeza", declarou o meia em coletiva nesta quinta (18).

Com 20 gols na temporada, o camisa 77 ainda pode ultrapassar o ano mais goleador de toda a sua carreira. Aos 39 anos, o "Vovô" precisa balançar as redes duas vezes para que 2020 seja sua passagem mais artilheira.

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"Não tinha pensado nisso. Não vou ficar com a obsessão de fazer gol para igualar, mas seria bacana sim. O mais importante será a vitória. Se eu der assistência e ganhar prefiro do que fazer gol e perder. Prioridade é o coletivo. Se der para juntar as duas coisas vai ser muito legal, vou ficar feliz e realizado", disse.

Jogando mais centralizado como um meia, Nenê também tem se destacado nas últimas rodadas pelas assistências, algo que sempre defendeu que seria sua função na equipe.

"É minha posição de origem, onde eu me sinto bem, porque eu posso ter a liberdade de cair para os dois lados. Tem uma dificuldade maior para o adversário me marcar do se eu estiver na lateral. Tenho mais possibilidades de fazer mais passes. Estou muito feliz. O mais importante é ajudar o Fluminense a conquistar as vitórias. Agora está sendo como é a minha função: de dar assistência, que eu disse desde o começo. Fico bastante feliz com essa reta final, em que a gente precisava tanto, poder estar ajudando meus companheiros", salientou.

Com o Flu já garantido na Libertadores, o jogador acredita que as coisas estão mais leves, fazendo o time atuar mais "solto" em campo.

"Não sei se foi determinante, mas ajudou. Nos deu mais confiança, sabendo que a alegria de você jogar com objetivo cumprido não poderia passar pro relaxamento, mas conseguimos unir essa leveza à competitividade dentro de campo e vamos tentar fazer isso nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro", opinou.

A boa fase que vive no Tricolor acontece após uma barração que o deixou insatisfeito, conforme antecipado pelo UOL Esporte. Questionado sobre a situação, Nenê não negou o momento que passou, e afirmou que sua "fome de bola" é o que faz ainda atuar em alto nível aos 39 anos.

"Quem fica feliz de ficar no banco tem que parar de jogar bola. Isso é uma coisa normal. Não pode é perder o respeito. Eu gosto de jogar todo jogo, todo mundo sabe disso. Gosto de me sentir útil, mas também não tive nenhum tipo de problema. Não vou falar que fiquei feliz de ficar no banco, mas respeitei a opção do Marcão. São coisas do futebol. Não tem nada de anormal em não gostar de ficar no banco, ainda mais acostumado a jogar. Sempre fui assim, não vou mudar e acho que é por isso que ainda estou jogando futebol, porque sou muito competitivo", afirmou.

Confira outros tópicos da coletiva de Nenê:

Volta à Libertadores

É uma coisa importantíssima, o respeito de volta, a alegria e confiança do torcedor no clube. A gestão foi fundamental: diretoria, presidência, Mário. A transparência como ele agiu em todos esses meses. Esse ano foi muito complicado para todo mundo, não só no futebol. Está sendo uma alegria muito grande, uma felicidade de poder colocar de volta Fluminense no cenário internacional. Representa muito para mim. Eu com quase 40 anos estar participando desse momento... Não tem preço.

Relação com Marcão

É muita resenha, mas quando é para ser sério, a gente é também. O Marcão é um cara muito aberto, conversa muito com a gente, pergunta muito. O Fred também é um cara que opina muito, chama o grupo para participar. É uma relação bacana, aberta, e dá autonomia para o grupo e os jogadores opinarem. Isso encaixou muito bem, estamos muito felizes com isso.

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Com certeza é uma vantagem, porque a molecada também está com muita confiança. Eles sabem que possuem capacidade para ajudar a gente e tem o respaldo dos mais experientes. Estamos cada vez com menos velhinhos no elenco e isso é bom para rejuvenscer. Essa mescla é muito legal e ainda vai nos ajudar bastante. Se a gente classificar para a fase de grupos ainda ganhamos um descanso, porque direto vai ser bastante desgastante. Importante é ajudar o Fluminense. Bom que agora tem essa molecada que corre [risos]. Mudou um pouco a posição, mas me sinto bem. É bom que eles dão opção e eu tenho mais possibilidades para passes e deixar eles em condições boas para fazer o gol.

Cabeça no bom momento

A gente tem que ter equilíbrio. Ficamos muito felizes com a classificação, mas isso não quer dizer que podemos relaxar como eu e o presidente falamos no vestiário. Temos que conciliar a alegria com a entrega, competitividade e confiança que estamos tendo. Isso ajuda se conseguirmos manter a cabeça boa para conquistar as vitórias que restam. Precisamos continuar dando a vida como temos feito para conquistar resultados surpreendentes.

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Eu não vi isso ainda, confesso para vocês. Mas nós sabemos que vamos ter que dar um jeito de conciliar as duas coisas, mas a Libertadores vai ser uma prioridade. Quem vai decidir não vou ser eu, mas sim a comissão técnica. Não sei datas, se vamos para a pré-Libertadores, para a fase de grupos... Realmente é difícil dizer. O calendário ficou mais louco ainda esse ano, mais apertado por causa da parada no ano passado. É a gente tentar se adaptar ao máximo.

Atritos com Fred?

Quem falou de "team Nenê" e "team Fred" fomos nós mesmos, ironizando essa notícia que querem... Como sempre e principalmente aqui no Fluminense, às vezes têm pessoas que torcem contra. Não sei quem é, nem quero saber. Em um momento difícil, a gente demonstrou a grandeza desse grupo. É uma coisa sensacional. Por isso que acho que a gente também merece. É uma coisa verdadeira, sabe? Leve, incrível o dia a dia. Todo mundo se dá bem, se sente importante. A dificuldade de uma temporada longa é você conseguir manter o nível. Nós tivemos tantos jogadores importantes que foram embora. A molecada entrou, deu conta do recado, a gente dando confiança.

São coisas que fazem parte, a gente já sabe, é uma coisa normal. No Flamengo também falaram isso, no Palmeiras, Corinthians, São Paulo... Quando perde, ficam inventando coisa. Às vezes pode acontecer mesmo, não vou falar que não acontece, mas aqui todo mundo sabe como esse elenco é homogêneo e como não tem um tipo de problema com ninguém. A gente reagiu da melhor maneira (risos). Ironizou depois do jogo contra o Coritiba.

Hoje eu dou risada em relação a isso, mas é uma coisa muito séria que pode, se o time não está bem mentalmente, se o grupo não está fechado, pode atrapalhar muito. Vai cada vez mais perdendo confiança... Uma coisa muito chata, mas é coisa de quem não quer ver o Fluminense bem.