Topo

Jornal Marca classifica atualidade do Campeonato Espanhol como desastrosa

O zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid, e Messi, do Barcelona, em lance pelo clássico do Campeonato Espanhol - OSCAR DEL POZO / AFP
O zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid, e Messi, do Barcelona, em lance pelo clássico do Campeonato Espanhol Imagem: OSCAR DEL POZO / AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/02/2021 15h23

O jornal Marca publicou nesta sexta-feira, 19, uma crítica ao atual momento do Campeonato Espanhol. Para embasar os argumentos levantados na análise feita, o periódico usou números e fatos que pudessem deixar ainda mais claro o ponto de vista defendido no decorrer da matéria.

"A nossa é a Liga em que menos jogadas por jogo, menos assistências, menos tentativas de dribles e menos passes são dados, 865 por jogo contra 953 na Premier. É também a segunda Liga com mais interrupções de jogo, com quase 27 faltas por jogo, quase cinco a mais que no Campeonato Inglês, e a Liga com o menor número de contra-ataques da Europa, além de ser o campeonato em que áreas rivais são atropeladas o mínimo", dizia parte da análise.

A fim de esclarecer ainda mais o que estava sendo questionado sobre a qualidade do torneio, que decaiu, no ponto de vista dos jornalistas, algumas comparações foram feitas com as demais ligas do Velho Continente.

"Oito times da LaLiga têm menos gols do que partidas. Na Série A, apenas o Parma (15 gols em 22 jogos) marcou menos de um gol por partida disputada. Jogo pouco fluído, poucos passes, menos golos, um ritmo mais cansativo do que lento e uma diminuição evidente do espectáculo que se reflete nos dados, mas que fica evidente mesmo sem passar a lupa. É um problema que ameaça se tornar estrutural: a falta de evolução", continuava.

Usando seus principais times como exemplo, o Real Madrid e o Barcelona, o Marca ainda reproduziu uma espécie de comparação com que ambos os clubes costumavam apresentar e o que apresentam nos dias de hoje.

"Nem mesmo Real Madrid e Barcelona mostram a superioridade que deveriam ter com a bola e muitos de seus jogos acabam sendo resolvidos pela maior qualidade de seus jogadores frente aos rivais. E muitas vezes nem isso", finalizava.

Ausência de reforços:

A falta de investimento também foi citada no decorrer da publicação. Ainda assim, os jornalistas afirmaram que mesmo com a presença de grandes nomes, que são cogitados para disputarem a La Liga, a situação dificilmente sairia do lugar.

"Sonham em vestir Mbappé, Haaland ou Bruno Fernandes com camisas LaLiga , como se fosse um jogo de cut-outs, como se um novo rosto fosse a solução para o desastre", dizia parte do texto, que continuava:

"Enquanto o Premier mal percebeu o golpe econômico da pandemia e voltou a gastar nesta temporada (entre os mercados de verão e inverno) 1.500 milhões de euros em transferências, LaLiga caiu para a quarta posição na tabela de gastos (para a quinta, superada pelo Campeonato Alemão, no período de inverno). Além de importar menos talentos, nossa competição vem perdendo o que tinha, treinado em casa, a favor de outras ligas. E isso é visto, de forma clara, nas chamadas da Seleção."

Por fim, o nível do campeonato voltou a ser questionado e para mostrar isso aos torcedores, foram usados exemplos de grandes nomes que deixaram e estão por deixar o país para se aventurarem em novos desafios.

"O problema é que, se o nível do campeonato cair, as chances dos clubes espanhóis competirem na Europa vão diminuir. E se a isso somamos a falta de referências daquelas de antigamente, quando Messi estava no seu melhor e Cristiano ou Neymar usava branco e Barça. Para Mbappé e Haaland, os novos dominadores do cenário europeu, seus rivais espanhóis eram dois dentes-de-leão que se desintegraram ao primeiro golpe", finalizava a publicação.