Ceni foi personagem em grandes títulos do Inter e virou canto de gremistas

Rogério Ceni tem uma carreira vitoriosa como atleta e já consistente como treinador. Multicampeão pelo São Paulo, venceu a Copa do Mundo com a seleção brasileira e parou de jogar em 2015 para virar técnico. Mas sua trajetória cruzou o caminho do Internacional em momentos que forma mais felizes para o Colorado do que para o ex-goleiro.

Ceni esteve pelo caminho em grandes títulos do Inter. E com participação direta. O time gaúcho jamais havia sido campeão da Copa Libertadores até a edição 2006, quando a final apontou o duelo o com São Paulo. O Inter venceu no Morumbi, sem interferência do goleiro, que não teve culpa nos dois gols de Rafael Sóbis. Mas no jogo de volta, participou de um lance decisivo no empate que deu a taça aos gaúchos.

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Aos 29 minutos do primeiro tempo, Ceni tentou segurar uma cobrança de falta de Jorge Wagner, deixou a bola quicar no gramado e perdeu o controle. A falha acabou no gol de Fernandão, que abriu o placar. O 2 a 2 no final levou o clube gaúcho ao título, que qualificou para o Mundial de Clubes, que também foi conquistado na final contra o Barcelona.

Mas não foi só dessa vez. Quatro anos mais tarde, o São Paulo de Rogério Ceni novamente cruzou o caminho do Inter na Libertadores. Desta vez na fase semifinal, o Tricolor foi rival do Colorado.

Em Porto Alegre, o Colorado venceu com gol de Giuliano. Em São Paulo, o Tricolor paulista reverteu vencendo por 2 a 1, mas ficou fora da decisão por causa do saldo qualificado. O gol dos gaúchos não foi falha, mas uma falta de sorte tremenda. Uma falta batida por D'Alessandro teve desvio no meio do caminho e traiu Ceni. Novamente, o time paulista foi eliminado e o Inter acabaria com a taça em seguida, ao vencer o mexicano Chivas na final.

Ceni esteve no Beira-Rio no último Brasileiro do Inter

O pai de Rogério Ceni, Eurides, nunca escondeu o amor pelo Inter. Natural de Erechim, no interior gaúcho, ele esteve presente no Beira-Rio até mesmo quando morava no Paraná. Foi a vários jogos no estádio vermelho nas campanhas dos títulos do Brasileiro de 1975, 1976 e 1979.

"O Inter tinha um grande time, ainda que fosse longe, a gente era garoto, mas consegui assistir vários jogos no Beira-Rio. Sempre fui torcedor do Internacional, um orgulho muito grande", disse o pai de Rogério ao UOL Esporte, em 2019.

Até mesmo Rogério Ceni era colorado. Segundo o pai, o filho frequentou o estádio do Inter nas arquibancadas em 1979. "Ele é de 73, era criança, vestia a camisa do Inter, me acompanhava na torcida, sim", acrescentou.

O título visto por Ceni nas arquibancadas do estádio foi o último do Colorado no Brasileirão. Agora, ele estará do lado oposto, treinando o Flamengo, e querendo evitar que o jejum seja quebrado.

Da relação familiar com o Colorado, Ceni ainda ganhou um "presente". Um canto da torcida do Grêmio, entoado sempre que ele está do lado oposto: "Ceni, v..., teu pai é colorado", bradam os tricolores lembrando a falha de 2006 e o momento em que Rogério também já torceu pelo Inter.