Em busca de zagueiro, Atlético-MG consulta Dedé, mas negócio não evolui
Depois de reforçar o elenco em posições do meio de campo para frente, a diretoria do Atlético-MG busca agora contratações para o setor defensivo, um dos calcanhares de Aquiles da equipe na temporada 2020. Um dos nomes pensados para o setor foi o do zagueiro Dedé, em litígio com o Cruzeiro, e que conseguiu liminar na Justiça do Trabalho para se desligar da Raposa.
Segundo apurou o UOL Esporte com fonte ligada ao grupo colegiado que administra o Atlético-MG, houve uma conversa entre Dedé e representantes do Galo há cerca de um mês. Nesse bate-papo, os dirigentes alvinegros buscaram informações sobre a situação do zagueiro, e se o jogador tinha algum empecilho caso fosse trocar de lado em Minas Gerais — algo que sempre gera polêmica no Estado pela grande rivalidade entre os clubes. Fato recente, por exemplo, com o lateral esquerdo Dodô, que também deixou à Toca II por meio da Justiça e desembarcou no CT atleticano nas últimas semanas.
A intenção do Atlético-MG, ainda de acordo com apurações da reportagem, era fazer proposta salarial dentro de uma realidade compatível com o mercado da bola — pagaria menos do que o jogador recebia no Cruzeiro — tendo no acordo a possibilidade de ganhos também por bonificação em metas obtidas. Entretanto, neste primeiro momento, ainda antes da decisão judicial favorável ao zagueiro, as conversas foram completamente interrompidas.
Nos bastidores os empresários de Dedé comentam sobre a investida atleticana, mas não dão detalhes do teor das conversas ou do futuro do zagueiro, que está em fase final de recuperação de mais uma cirurgia no joelho.
Interesse antigo
Não foi a primeira vez que o Galo mostrou interesse Em Dedé. Em outro momento, o clube alvinegro, ainda comandado pelo ex-presidente Sérgio Sette Câmara, também procurou o jogador.
"Tive proposta do Atlético-MG e é inviável demais. Sem chances de ir para o Atlético-MG, pelo respeito que tenho pelo Cruzeiro. A história que criei no Cruzeiro foi muito bonita, apesar desse rebaixamento ter manchado um pouco, mas os títulos foram muito maiores que isso", afirmou Dedé em entrevista ao canal SporTV, em junho do ano passado.
Dedé ainda chegou a ressaltar que respeitava o Cruzeiro, um dos motivos da negativa àquela época ao Galo.
"Eu respeito muito o Cruzeiro, tanto que com tudo que tem acontecido, atrasos de salário, respostas do que vai acontecer na minha carreira, até pessoas lá de dentro, que eu fiquei sabendo que não acreditam na minha recuperação, eu ainda respeito o Cruzeiro. Farei de tudo para sair ou ficar de uma forma que seja bom para ambos? Com o pensamento em ficar no Cruzeiro sim, mas priorizando a minha recuperação", completou.
Fora de combate e dívida do Cruzeiro
Dedé não atua em uma partida oficial desde 19 de outubro de 2019, quando o Cruzeiro venceu o Corinthians na Série A daquele ano. A partir dali, começou o novo calvário do zagueiro, que está há quase 500 dias sem jogar oficialmente.
O zagueiro entrou na Justiça contra o clube celeste para, além de rescindir seu contrato, receber pagamentos atrasados de salários, direitos trabalhistas, dentre outros.
No processo que corre na 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, o jogador cobra o seguinte da Raposa: R$ 13,7 milhões por salários atrasados, R$ 3,3 milhões de verbas rescisórias, R$ 10,5 milhões por cláusula compensatória, R$ 1,7 milhão de FGTS, R$ 2 milhões entre direito de imagem e férias, e pede também pagamento de multa por danos morais e de 15% de honorários de sucumbência de advogados.
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