Marcão fala em volta de Thiago Silva e retribuir o Flu: 'Amo esse lugar'
Marcão encerrou sua segunda passagem como treinador do Fluminense com 59,5% de aproveitamento no Brasileirão e classificou o clube à Libertadores. De volta ao cargo de auxiliar permanente em comum acordo, o ídolo falou em retribuir o Tricolor por tudo o que lhe deu e voltou a pedir o retorno de seu amigo Thiago Silva.
"Desde o dia que pisei nas Laranjeiras, falo sempre que amo esse lugar. Como atleta, chegava cedo, ficava lá em cima no salão nobre observando tudo isso. Quando estou no Fluminense tenho que buscar a excelência. Estudo o tempo todo, estava falando aqui de novo com o Thiago [Silva] que estamos esperando ele para a Libertadores, pude estudar na Europa com a ajuda dessas pessoas de fora, e trabalhar por um clube que tanto me deu e tanto me dá", disse, em coletiva no CT Carlos Castilho.
Hoje técnico, ele relembrou passagem dos tempos de sua chegada como jogador ao Flu em 1999. Em dado momento do treino em Laranjeiras, um torcedor gritou: "Volta, Marcão!". O então volante, acreditando estar sendo reconhecido pelo bom trabalho, acenou à arquibancada em agradecimento, para ouvir: "Volta para o Bangu, Marcão!". Após 397 jogos, 22 gols e três títulos como jogador e mais 38 partidas como técnico, Marcão vê o clube como sua casa.
"Fui cobrado pelo torcedor logo na chegada, achei que estava sendo elogiado, reconhecido, mas era uma cobrança para voltar ao Bangu. O melhor disso tudo é que depois disso tudo, conquistamos a Série C, esse mesmo torcedor apareceu no salão nobre para reconhecer nosso trabalho, e depois desse tempo todo como atleta, o presidente abriu a porta do clube, que é minha casa, para que eu voltasse como treinador. Do Marcão, da minha família, só vai haver comprometimento, entrega, chegar cedo, sair tarde, para retribuir um pouco o que o clube está dando para a gente", afirmou.
A segunda passagem como técnico terminou com "satisfação" apesar de ficar de fora do G4 do Brasileirão mesmo com a vitória sobre o Fortaleza, por conta da derrota do Flamengo para o São Paulo. Marcão criticou a arbitragem do jogo contra o Santos e projetou voos mais altos para o time do Flu em 2021 sob o comando de Roger Machado.
"É uma passagem de muita satisfação. Ontem o sentimento ficou um pouco amargo porque ficamos bem perto de chegar ao G4 tamanha a entrega do grupo. Lamentamos o jogo anterior, contra o Santos, onde a arbitragem não teve um jogo feliz, nos prejudicou, e foram os pontos que nos faltaram para alcançar o G4. Os meninos fizeram de tudo para chegar onde chegaram, colocar o nome do Fluminense lá em cima e com certeza se tiver que disputar a pré-Libertadores — ainda estamos na dependência da Copa do Brasil — temos a sensação que esse time não teme nada. Podemos jogar com qualquer equipe em qualquer lugar que com certeza vão enfrentar da melhor maneira possível. O que eles fizeram é para ser guardado, registrado, tenho certeza que o Roger viu e vai ser daí para cima", opinou.
O fato de ser auxiliar de um técnico negro também foi citado na entrevista, e Marcão reiterou que o Fluminense "é e sempre foi o time de todos".
"O Fluminense sempre foi assim, desde que cheguei. Sempre foi o time de todos. É importante essa colocação do clube e da instituição. Essa questão hoje em dia questionada e bem colocada pelo clube. O Fluminense não tem restrição, cor, credo, religião, é o time de todos e tem demonstrado isso para todo mundo ver", declarou.
Marcão também revelou conversa com o novo técnico da equipe para 2021 e acredita que Roger fará ainda mais com os jovens do Flu.
"Já tive sim com o Roger, trocamos algumas palavras sobre a equipe, o que ele está vendo, o que os meninos vinham fazendo, e a visão dele é muito boa de tudo o que tem acompanhado. Foi a melhor conversa possível, a visão dele é muito boa, vamos ajudar no que der para que a gente possa continuar com a mentalidade que temos, ajudando os meninos a manterem a excelência. A chegada dele só vai contribuir para tudo isso", declarou.
Confira mais respostas da coletiva de Marcão:
Sucesso no trabalho
A gente sabe que é muito difícil, mas os meninos nos ajudaram muito. Todos muito comprometidos. Fica mais fácil quando o clube todo está num pensamento só. A gente chega de manhã e é bem recebido por todos, desde os funcionários do campo, da limpeza, a moça que faz o café. A gente fica tranquilo de fazer nosso trabalho com o respaldo do presidente, do diretor. Deu tempo de fazer o que a gente imagina e junto com nossos meninos achar um modelo ideal de jogo para fazer um excelente segundo turno.
Equipe de aspirantes
"O sub-23 não serviu para os atletas, serviu para a nossa comissão técnica, para o treinador. Essa integração foi importante para todos nós. O planejamento que fiz para a minha vida sempre foi com muita calma, como nos tempos de atleta. Tenho essas duas pessoas do meu lado que me ajudam em todos os momentos. Agradeço sempre a eles por me dar oportunidade. Para sentar aqui precisa estar seguro do que está fazendo. A confiança dessas pessoas é o principal, tendo isso, sabemos que o trabalho será bem feito e reconhecido. Por isso estou muito feliz de conquistar isso ao lado deles, dos jogadores, feliz porque os torcedores estão felizes, com orgulho de vestir nossa camisa, de falar do time, de disputar uma Libertadores. Vamos dar a vida de novo pelo Roger [Machado] e pelos jovens para que a gente siga sempre nas principais posições da tabela."
Martinelli e departamento médico
"Queria falar do departamento médico, já que falamos do crescimento absurdo do Martinelli. Tudo o que ele passou nessa semana junto ao Dr. Douglas e os demais profissionais, nossa fisioterapia comandada pelo Filé e o menino com o comprometimento que ele teve, quieto, chegando seis ou sete horas da manhã e saindo tarde. O Fred também estava com desconforto e esses profissionais ajudaram muito para que ele estivesse bem e em campo ontem, com muito cuidado."
Agradecimentos à família
"Vou um pouquinho além para falar da família, minha esposa sofrendo ao meu lado, minha filha Suellen, orgulho, comprometida, meu filho Lucas, meu feedback, sabe muito de bola, meu filho mais novo Felipe, de coração enorme, sofrendo calado, mas de uma leitura linda da vida, meus pais, seu Moacir, Dona Elza, levar meu coração para eles nesse momento de dificuldade, porque seguraram junto com a gente, e agora nesse momento de clareza, entendimento, melhora e paz dividir também essa alegria com eles. A gente agradece isso tudo, ter uma família, um alicerce que nos bons e nos maus momentos."
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