Vasco planeja chegada de novo técnico até a próxima semana; Cabo é avaliado

A diretoria do Vasco analisa o mercado em busca de um novo treinador e pretende que o anúncio possa ser feito até a próxima semana. Alexandre Pássaro, diretor de Futebol do Cruz-Maltino, admitiu que Marcelo Cabo é um dos integrantes da lista que vem sendo analisada. Além disso, o dirigente garantiu que o planejamento para o início do Campeonato Carioca está em andamento e aguarda a chegada do futuro comandante para fazer avaliações no elenco.

Vanderlei Luxemburgo se despediu do clube de São Januário após a última rodada do Campeonato Brasileiro. Ele havia sido anunciado no fim do ano passado, com a missão de salvar o time do rebaixamento, mas não houve sucesso.

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Além de Alexandre Pássaro, participaram de uma entrevista coletiva na tarde hoje (26) o presidente Jorge Salgado, os vices gerais Carlos Roberto Osório e Roberto Duque Estrada, e o vice-presidente de finanças Adriano Mendes.

"O planejamento está traçado, até porque temos um jogo na quarta-feira [pelo Campeonato Carioca]. Já iniciamos a busca pelo novo treinador. É um processo de escolha, não é uma escolha de uma forma aleatória. Estão sendo analisados alguns nomes, estou falando com dirigentes e jogadores com quem já trabalharam. Torcedor pode ter certeza que quando tomarmos a decisão, vai ser pautada em um processo", disse Pássaro, que completou:

"Nosso planejamento é que 11 jogadores que estavam jogando até ontem permaneceram no clube. Os outros entraram em recesso, a princípio até quarta-feira, porque no dia 10 temos uma data de Copa do Brasil. Ideia é um recesso muito mais para cabeça, que para o corpo, e para que a gente também possa, junto ao novo treinador, que com certeza chegará até o início da semana que vem, possamos nos programar. Esses 11 jogadores se juntaram a 20 atletas do sub-20. Eles serão comandados pelo Siston e por toda a equipe da base. Esses 11 atletas que permaneceram são todos da base".

Questionado sobre Marcelo Cabo, Pássaro reconheceu que o técnico que esteve no Atlético-GO nesta edição do Brasileiro está sendo avaliado, mas descartou que a experiência na Série B será determinante na escolha. A informação sobre o Cano foi publicada, primeiramente, pelo "ge".

"Tanto o Marcelo Cabo, que é um treinador que está sendo analisado, e os outros, não estão sendo seguidos não por ser um treinador com experiência de Série B. Qualquer nome encaminhado, ou qualquer nome fechado, será por entendermos que é um nome competente para dirigir o Vasco em qualquer divisão. Pode ser um ativo conhecer a Série B, mas não é isso que vai determinar a nossa escolha. Vai pesar método de trabalho, como é o time dele", disse.

Jorge Salgado, por sua vez, confirmou que José Luis Moreira não é mais vice-presidente de Futebol.

"O Zé Luis já vinha na gestão Campello e a gente ficou com ele para esse final de campeonato, para que o futebol não sofresse alteração. Zé Luís deixa de ser o vice-presidente de Futebol, nós ainda não temos o novo vice de Futebol. Estamos trabalhando com alguns nomes e vamos anunciar em algum momento. Não vamos mais ter vices de futebol que faz tudo, como no passado; Aquela figura que estamos acostumados vai deixar de existir", assegurou.

Veja outros tópicos da entrevista

Anulação do jogo contra o Internacional

"O objetivo da minha intervenção é trazer uma atualização sobre a impugnação da partida com o Inter. Como todos sabem, houve um lance ajustado, segundo a terminologia. E, açodadamente, foi validado o gol. Depois se viu um flagrante impedimento. Não está se discutindo erro de fato, mas um erro de direito. Quando vamos para uma competição esportiva, devemos saber que regras serão aplicadas. Portanto, em jogo que tem um senhor operando instrumentos tecnológicos para rever lances, se torna de grande importância para jogadores e árbitros. Se começa a partida dizendo que tem VAR e, depois, não funciona, o regulamento está claramente equivocada"

"São três erros gravíssimos que apresentamos ao STJD. Verificou-se que não há teste de funcionamento das linhas de impedimento. O campeonato foi decidido no VAR. Imagine se no jogo do Inter [contra o Corinthians], a linha não funciona, estivesse descalibrada. Não ia valer? É gravíssimo. Não foram alertados se não estivesse funcionado. Existe um princípio do VAR que fala que a precisão é mais importante que a pressa. Existem casos que houve demora de mais de sete minutos de reinício de jogo. No nosso caso, em quatro minutos, o árbitro da cabine falou "Valeu o gol". Quem viu o vídeo, viu que havia uma gravíssima dúvida que recomendava mais parcimônia e tranquilidade"

Benítez e Cano ficam?

"É muito difícil individualizar os planos para cada um porque teríamos 33 planos. Ambos têm contrato e ambos cumprem o contrato. Muita gente fala em planejamento no futebol, e o nosso está sendo traçado, mas o grande trunfo do planejamento é saber adequá-lo ao que acontece no dia a dia. As coisas mudam quando um jogador se lesiona ou se um da base sobe e sustenta posição, ou não. Esses dois jogadores, a princípio, seguem conosco. Conversei com eles após o jogo, mas lembrando da dinâmica do futebol e olhando o desejo dos jogadores. Todo mundo tem que querer ficar no Vasco. Isso vamos aplicar aos dois jogadores", afirmou Pássaro

Reformulação do elenco

"Lógico que existe, é um processo natural. Desde que cheguei, tenho conversado com atletas e entendido o desejo de permanência para começarmos a direcionar o plano de cada um e também o nosso plano. É importante ouvir cada jogador. O plano que deve prevalecer é o plano do Vasco. Vamos traçar uma montagem de elenco, de quem que a gente gostaria que ficasse e de quem a gente entende que não é produtivo que fique. A gente não pode queimar etapas, expor profissional de uma forma que pode ser lesiva ao clube depois. Vamos trabalhar o plano de cada um na velocidade que a gente pode"

Venda de Talles

"Sobre a venda do Talles, ou sobre acelerar vendas de atletas da base... Não se acelera venda de ativos, vende-se quando entendemos que há um preço justo. Nossa realidade é a reestruturação do departamento de futebol. Sobre questão de utilização da base, lógico que ela é o futuro, mas a base do Vasco é muito bem trabalhada. É um ativo que não podemos deixar de usar. Cada jogador tem um processo. Quando fazem a transição, cada um responde de um jeito. É uma complexidade de informações e uma quantidade de nós que precisam ser desatados.

Nos meus outros trabalhos, fiz muito isso. Cito o exemplo do Brenner, que subiu com 17 anos, não jogou muito no São Paulo, foi emprestado ao Flu e não fez um gol. Agora, foi vendido por US$ 15 milhões [cerca de R$ 82 milhões, ao FC Cincinnati, dos Estados Unidos]. Aquele Brenner que era tachado como jogador que não servia mostra que serve e serve muito".

Reestruturação do departamento de futebol

"Precisamos trabalhar diferente. Não adianta continuar trabalhando como o Vasco vem trabalhando nesses 20 anos. O que vamos fazer é mudar a forma de trabalhar o futebol, não adianta continuar com as mesmas pessoas e métodos. As mudanças são para melhorar o nosso trabalho. Vai ser sofrido, mas muito mais duro e mais sofrido é passar o que passou nos outros quatro anos. É muito mais duro. Essas mudanças serão para melhorar, ainda que haja cortes. Vamos melhorar o departamento de futebol, o carro-chefe e a razão pela qual o torcedor está vendo essa coletiva. Vamos mudar a metodologia, a forma de trabalhar e de acreditar"

Dívida atual

"A situação herdada é: o ano de 2020 foi marcado por uma piora muito grande. Em 2018 e 2019, houve uma melhora, a torcida fez a parte dela, as provas são CT e o [programa de] sócio. A torcida é a mais engajada e apaixonada. O Vasco retroagiu muito neste ano que passou. Vamos largar de uma dívida de R$ 750 milhões, em uma estimativa. Dívida muito grande e muito maior que a anterior com pandemia e tudo que passou. É uma dívida que já nos castigava, mas agora você tem uma potencial e drástica redução das receitas. Receita do ano passado foi de R$ 180 milhões. Teríamos duas premiações. Nossa primeira meta era de R$ 260 milhões. Confirmada a perda de receita pela mudança de série trabalhamos com perda de R$ 100 milhões imediatamente", disse Adriano Mendes.