Roger é apresentado como técnico do Flu: 'Uma honra voltar a essa casa'
Roger Machado foi apresentado como novo técnico do Fluminense na manhã de hoje (27) e lembrou a relação que tem com o Tricolor, onde foi jogador e herói da conquista da Copa do Brasil de 2007. O novo comandante elogiou o trabalho realizado por Odair Hellmann e Marcão, na última temporada, e garantiu que, com muita dedicação, poderá "reconstruir a história do clube com conquistas marcantes".
Ao lado de Roger, chegam ao Flu os auxiliares Roberto Ribas e James Freitas, e o analista de desempenho Jussan Anjolin Lara. Marcão também será integrante da comissão profissional.
"Confesso que esse momento foi esperado por muito tempo: estar sendo anunciado como treinador do clube 13 anos depois [da passagem pelo Flu] e de três anos como atleta profissional do clube, tendo parte importante da minha vida aqui. Sei do desafio que tenho em mãos, da responsabilidade, mas tenho certeza que, dando continuidade ao trabalho que foi feito até aqui, poderemos reconstruir a história do clube com conquistas marcantes. Uma honra muito grande voltar a essa casa. Com muita disposição e muito trabalho vamos continuar construindo a história do clube", disse.
A temporada 2021 do Fluminense começa já na próxima quinta-feira, no Campeonato Carioca. Diante da ausência de pré-temporada, Roger disse que vai aproveitar muito do que vinha sendo feito e indicou que vai inserir as digitais no elenco de forma gradativa.
"O maior desafio, mesmo com pouco tempo de recesso entre uma temporada e outra, é conseguir dar uma qualidade ao treinamento. Pela similaridade e forma como a temporada avançou, com o Marcão à frente, em um trabalho brilhante... Encontrei muita similaridade do que vinha sendo feito com o que temos de filosofia de trabalho. Esse é um ponto positivo. É parte da comissão nova entender esse processo em pouco tempo e, gradativamente, inserir conteúdos para ter o polimento mais apropriado. Mas claro que, nessa temporada, uma mexida abrupta poderia ser mais prejudicial do que favorecer o trabalho. Temos de ter essa noção e entender que, gradativamente, vai poder colocar os conteúdos. Mas algumas ideias que vi no campo são ideias que comungo", afirmou.
O novo treinador tricolor garantiu que quer colocar em campo um time com "conceitos modernos" e "com agressividade no campo de ataque". Além disso, fez elogios aos jogadores criados nas categorias de base do Tricolor.
"Para mim, um time tem de ter a cara que o torcedor deseja para ser representado em campo. Queremos um time competitivo. Acima de competitivo, um time que saiba jogar um bom futebol, com conceitos atuais e modernos, com agressividade no campo de ataque, buscando o gol. O esquema parte, sobretudo, da qualidade do material humano que se tem à disposição e da variedade desse material humano. E o que tenho visto nos jogos e nos dias que aqui estou, com os jovens, temos a capacidade não só de ter uma forma de jogar, mas construir alternativas para sobrepor as dificuldades que o jogo vai apresentar. Essa construção é diária. Em uma temporada quase sem interrupção, isso tudo entra nessa construção no dia a dia, para que, aos poucos, dê essa cara, que a gente dê condição ao time de ter a torcida identificada".
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Elenco
"O ano que finalizamos e como a equipe está estruturada, nos dão a convicção de que temos um grupo forte, grupo quase que completo, associando a juventude dos meninos de Xerém, que se mostraram promissores, com a experiência de jogadores mais vividos. É a parceria ideal para uma equipe competitiva, até pelas competições que temos pela frente. Mas equipe grande está sempre aberta a prospectar novos talentos, novas capacidades do grupo. Mediante do conhecimento mais aprimorado, vamos sentar para programas as questões para um futuro imediato, a médio e longo prazo. Tudo isso partindo do princípio do que temos à disposição e o que nos trouxe ate aqui, que se mostrou bastante capacitado".
Acerto com o Fluminense
"Evidentemente o fator decisivo dessa combinação que me trouxe até aqui foi entender o planejamento, o projeto que o Paulo [Angioni] e o Mário [Bittencourt] me mostraram, e passei a entender o que gostaria de fazer para esse momento, de poder ajudar construir, reformular o clube. Disputar competições importantes, trabalhar com o que eu entendo, que é essa combinação importante de revelações, que Xerém nos dá, e a experiência de jogadores mais vividos. Mas não posso deixar de dizer que, emocionalmente, teve uma decisão muito forte de poder voltar para casa, para esse ambiente que 13 anos atrás convivi com muita intensidade. De me relacionar com pessoas que muitas delas ainda estão por aqui, construindo a história do clube, e pude participar durante três anos (2006, 2007 e 2008), em foi uma das fases mais importantes que vivi".
Libertadores
"Eu me considero um profissional bem experiente em Libertadores, tanto com jogador quanto como treinador. É uma competição muito particular, todos querem participar da competição. Da forma como avançamos, o nível de futebol que encerremos a temporada anterior, nos dão uma motivação muito grande. As amostras nos animaram a ponto de a gente criar essa expectativa em torno dessa disputa de Libertadores. Os jovens, associado ao peso de jogadores mais vividos nessa competição, me deixa tranquilo de entrar sabendo que temos força necessária para vislumbrar um futuro mais longo. Não tenho dúvida. É uma competição dura, disputei sete ou oito como jogador. Venci a primeira e fui disputar a minha outra final de Libertadores 13 anos depois, aqui nessa casa [em 2008]. Essa trajetória me da uma experiência importante"
Estabilidade
"Nós, treinadores, não estamos à parte do que rege as regras de qualquer outra profissão. Vamos ser analisados pelos resultados, a produtividade do que a atividade propõe. Porém, o que a gente questiona é que sejamos avaliados para além dos resultados. A história de um clube centenário vai continuar sendo construída ao longo dos anos, por vezes um insucesso em algumas circunstâncias fortalece o caminho, dá muitas vezes base para futuros sucessos. O que nós como profissionais pregamos, para além dos resultados, é que conheçam o dia a dia, entendam o momento, e possam colocar isso na conta final do processo também. Estar ao lado de profissionais que entendem dessa forma, não tenha dúvida, gera muita segurança. Pelo imediatismo da nossa profissão, de ser mais pragmáticos, com conceitos de futebol visando resultado imediato, imagina-se essa instabilidade que o mercado proporciona muitas vezes. Essa confiança dá tranquilidade".
Crise financeira
"No futebol brasileiro, dificuldades financeiras não estão restritas ao Fluminense. Sobretudo depois da pandemia, que impede torcedores nos estádios, gera perda de arrecadação... Tudo que nós já sabemos. O que me foi prometido foi um ambiente de trabalho e a capacidade de honrar os compromissos que nós assumirmos. A possibilidade com essa mescla juventude e experiência, a gente ter um ambiente estruturado e seguir construindo, reformulando o clube para conquistas que em sua história sempre teve. Não me foi prometido nada mirabolante. Conheço o Mário, o Paulo, sei que são profissionais que, muito embora otimistas e entusiasmados, têm os pés no chão no que diz respeito à administração, mas não nos impede de sonhar e planejar grandes conquistas".
Utilização do Ganso
"Quando falei dos jogadores experientes, fiz questão de citar o Paulo Henrique [Ganso] porque entendo que a principal base de avaliação de jogador de futebol é o talento para desempenhar dentro de campo. Tenho planificações táticas e posso usá-lo em uma ou outra posição. O Paulo sempre jogou no meio, atrás do centroavante, com o Diniz jogou mais baixo no campo, construindo. Todo treinador deseja atletas para adaptar estruturas diferentes. O Nenê, por exemplo, joga em um 4-3-3 aberto pelo lado, ou atrás do centroavante como meia-atacante, pode jogar recuado em uma linha de três meias... O jogador que estiver a minha disposição vai ser avaliado no dia a dia, com relação a sua característica, e avaliado dentro de cada estrutura. Quando chego em um ambiente novo, respeito a história de cada atleta, construída no clube ou trazida de outros lugares. Mas a partir daquele momento a história de cada atleta vai ser construída comigo. Evidente que desejo ter, e o talento do Paulo Henrique vai ser muito útil"
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