Ex-presidente do Barcelona é preso em escritório do Camp Nou
O ex-presidente do Barcelona Josep María Bartomeu foi preso hoje, em um escritório do estádio Camp Nou. A prisão faz parte de uma operação da polícia civil chamada de "Barçagate" e logo repercutiu na imprensa espanhola.
Bartomeu foi levado junto com o diretor-geral Oscar Grau, o diretor jurídico Romo Gómez Ponti e o ex-assessor da presidência do clube, Jaume Massafer. Não foi confirmado se as demais prisões também aconteceram no estádio do Barcelona.
O "Barçagate", em alusão à operação "Watergate", que derrubou o ex-presidente norte-americano Richard Nixon anos anos 70, investiga a contratação de uma empresa de desinformação feita pelo clube espanhol. O objetivo era difamar peças do clube que, de alguma forma, faziam oposição à presidência.
O Barcelona se posicionou a respeito da prisão de seu ex-presidente em um comunicado e disse que pretende cooperar com as investigações.
"Diante da operação dos Mossos [polícia civil] esta manhã nos escritórios do Camp Nou, o Barcelona ofereceu sua total cooperação à autoridade judiciária e policial para esclarecer os fatos que são objeto desta investigação. As informações e documentações exigidas pela polícia judiciária limitam-se estritamente aos fatos relacionados a este caso", escreveu o clube.
O "Barçagate"
Em fevereiro de 2020, a emissora espanhola Cadena Ser revelou um esquema no qual o então presidente Bartomeu contratou a empresa I3Ventures, que é especializada em divulgação em massa de ofensas e desinformações nas redes sociais. De acordo com a reportagem, os ataques contratados eram contra pessoas não relacionadas à gestão da equipe catalã, como os atletas Gerard Piqué e Lionel Messi.
A reportagem explica que foi gasto cerca de um milhão de euros por ano. A quantia foi dividida em diferentes contratos de menos de 200 mil euros para não chamar a atenção da diretoria nem do conselho financeiro do clube. Tudo esquematizado por Jaume Masferrer.
No dia seguinte à exibição da investigação, Bartomeu afirmou que, diante das provas apresentadas, o Barça se viu obrigado a cancelar o contrato com a I3Ventures, mas negou o uso do serviço de difamação.
A partir daí, a pressão para convocação de eleições antecipadas e a renúncia do presidente começou a tomar grandes proporções. Uma matéria do jornal "El Pais" informava que, mesmo após as denúncias, Bartomeu ainda usava perfis falsos e robôs para tentar limpar sua imagem.
Um mês após a primeira denúncia, a Cadena Ser fez uma nova reportagem, dessa vez denunciando que, além da I3Ventures, o Barcelona contava com o serviço de mais cinco empresas de dados. Em junho, a justiça abriu investigação contra o então presidente e o "Barçagate" teve início.
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