Ex-presidentes do Fla apoiam Bandeira após ele virar réu em caso do Ninho
Um grupo de ex-presidentes do Flamengo emitiu uma nota em defesa de Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do clube, que virou réu no caso do incêndio no Ninho do Urubu.
A nota é assinada por Eduardo Motta, George Helal, Hélio Ferraz, Kleber Leite, Luiz Augusto Veloso e Márcio Braga.
"Embora ainda impactados e com nossos corações partidos pelos nossos meninos do Ninho, não podemos cruzar os braços e assistir de camarote tamanha injustiça. Este indiciamento tem como base o desconhecimento do estatuto que rege a vida de um grande clube. Por uma questão de justiça, urge imediata reflexão por quem de direito", diz o comunicado.
O incidente no CT do Rubro-Negro aconteceu em fevereiro de 2019 e teve dez vítimas fatais, além de outros três feridos, todos jovens integrantes das categorias de base do Flamengo.
Em 19 de janeiro de 2021, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) recebeu a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre o incêndio no Ninho. Desta forma, 11 pessoas, dentre elas Eduardo Bandeira de Mello, se tornam réus no caso. Elas vão responder pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave.
Ainda na nota divulgada hoje, os ex-presidentes defendem que "nem tudo que ocorre é de conhecimento do presidente do clube". "Compete ao presidente os assuntos institucionais de relevância, enquanto que, cada área, através do seu vice-presidente, gerentes e funcionários, tem sua vida própria."
"Não é da alçada do presidente do clube verificar item a item o andamento logístico do clube. Aliás, seria impossível, dada a grandeza do Flamengo. Em linguagem popular, seria exigir que o presidente batesse o córner, corresse para cabecear e, tendo ainda a obrigação de fazer o gol. Impossível e desumano", afirma o comunicado.
Leia a íntegra da nota assinada por ex-presidentes do Flamengo:
Os ex-presidentes do Clube de Regatas do Flamengo, abaixo assinados, vêm através desta, manifestar estranheza pelo fato de o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, ter se tomado réu no triste episódio, de amplo domínio público, no centro de treinamento George Helal, mais conhecido como Ninho do Urubu.
A nossa ação passa ao largo do corporativismo. Aqui estamos motivados pelo sentimento de justiça, pois pelo fato de já termos desempenhado esta mesma função, sabemos que, embora seja o regime presidencialista, nem tudo que ocorre é de conhecimento do Presidente do clube.
O nosso estatuto, pela grandeza do Flamengo, que tem orçamento superior a muitos municípios brasileiros, prevê uma divisão de responsabilidades, onde cada setor do clube tem um vice-presidente que, em última análise, é o presidente do referido setor. Logo em seguida, há os diretores e abaixo deles, gerentes e funcionários.
Compete ao presidente os assuntos institucionais de relevância, enquanto que, cada área, através do seu vice-presidente, gerentes e funcionários, tem sua vida própria.
Jamais cada um de nós teve interferência ou participação direta no dia a dia de todos os departamentos.
Não é da alçada do presidente do clube verificar item a item o andamento logístico do clube. Aliás, seria impossível, dada a grandeza do Flamengo.
Em linguagem popular, seria exigir que o presidente batesse o córner, corresse para cabecear e, tendo ainda a obrigação de fazer o gol.
Impossível e, desumano.
Embora ainda impactados e com nossos corações partidos pelos nossos meninos do Ninho, não podemos cruzar os braços e assistir de camarote tamanha injustiça.
Este indiciamento tem como base o desconhecimento do estatuto que rege a vida de um grande clube.
Por uma questão de justiça, urge imediata reflexão por quem de direito.
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