São Paulo adota cautela no mercado para não repetir erros da era Leco
O São Paulo acertou a contratação de Orejuela na tarde de ontem (3). O acordo pelo lateral direito evidencia o modo de agir da cúpula na busca por contratações no mercado da bola. A intenção do departamento de futebol é tratar as negociações com cautela para evitar a repetição de erros da gestão passada, liderada por Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco.
O Tricolor paulista fez o primeiro contato com o estafe do jogador de 25 anos há mais de um mês. Depois de escutar a pedida inicial do Cruzeiro —R$ 20 milhões por 50% dos direitos econômicos—, manteve conversas e negociou condições favoráveis para a sua transferência. Os valores envolvidos e o formato do negócio ainda são tratados com sigilo. O excesso de cuidado ditou a tônica das tratativas, conduzidas pelo diretor de futebol Carlos Belmonte Sobrinho e pelo executivo Rui Costa.
Sem muito dinheiro em caixa para buscar contratações —a previsão orçamentária é gastar R$ 37 milhões em reforços—, o São Paulo é comedido ao negociar. Isso aconteceu com Orejuela e também se repete com outros alvos do clube, como o volante Gabriel Neves, do Nacional, do Uruguai. O clube de Montevidéu pede 5 milhões de euros (R$ 33,86 milhões na cotação atual) por 100% dos direitos econômicos do jogador. A diretoria mantém as conversas por sua mudança para o Morumbi, mas é extremamente cautelosa nos valores e moldes da negociação.
O mesmo aconteceu na busca por Kanu, zagueiro do Botafogo. O São Paulo chegou a fazer uma proposta de R$ 5 milhões pela compra do atleta, incluindo o abatimento de R$ 1,5 milhão da dívida dos cariocas pela aquisição de Henrique Almeida no passado. Porém, viu o atual detentor dos direitos do defensor recusar a negociação. Com a posição do Bota, o Tricolor decidiu se retirar das conversas.
O desejo do departamento de futebol é evitar que haja comprometimento de seu orçamento, o que aconteceu na gestão passada, quando o futebol era gerido por Raí e Alexandre Pássaro. A dupla gastou milhões em contratações que não renderam o esperado no Morumbi. Pablo, que custou R$ 26 milhões em 2019, é um exemplo de atleta contratado pela antiga administração do futebol que não teve o rendimento esperado.
Os gastos acima do limite financeiro não se restringiram à contratação do atacante. A busca por Daniel Alves, que custa cerca de R$ 1,5 milhão por mês, é outra ação da antiga gestão.
Dentre os nomes que já saíram estão Anderson Martins, Alexandre Pato, Juanfran e Everton. Juntos, eles custavam mais de R$ 41,1 milhões ao ano aos cofres do São Paulo. Pato demandava gasto de R$ 14,7 milhões por temporada. Juanfran custava R$ 11,5 milhões por ano. Everton, hoje no Grêmio, correspondia a uma despesa de R$ 8,5 milhões durante 12 meses. O zagueiro Anderson Martins representava gastos anuais de R$ 6,4 milhões.
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