Cruzeiro vive 'metamorfose' por estilo de jogo mais ofensivo com Conceição
Desde que Luiz Felipe Scolari deixou o comando do Cruzeiro, o time celeste vive uma transformação técnica, até mesmo pela escolha do novo treinador. O jovem Felipe Conceição, substituto de Felipão, possui características de trabalho diferentes em relação ao antecessor. Por isso, a Raposa vive uma transformação de conceitos dentro de sua proposta de jogo. Nessa 'metamorfose' futebolística, o clube celeste se despe dos antigos conceitos para assimilar um estilo mais moderno.
Se com Felipão o Cruzeiro prezava por um jogo acelerado, com menos passes para que a bola chegasse com velocidade ao gol adversário, com Felipe Conceição a história é outra. O técnico gaúcho cobrava de seus atletas na Toca II um jogo de profundidade, mas por meio da condução da bola e do drible. O atual comandante exige que seus atletas construam a jogada a partir da defesa, com mais passes — posse de bola — para controlar a partida, baseado no conceito do jogo apoiado com linhas altas e compactação na marcação.
E essa mudança radical de proposta gera dificuldade nos atletas, fato que Felipe Conceição tem consciência. Tanto que o desempenho da Raposa no começo da temporada 2021 é de três jogos, com um empate, uma vitória e uma derrota. O primeiro triunfo aconteceu no último sábado (6), com os 2 a 0 sobre a URT, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro.
"Até para explicar algumas falhas, é muito da responsabilidade dessa mudança de filosofia que a gente está implantando. Jogar com linha alta em uma equipe que estava acostumada a jogar com bloco baixo cria dúvidas em algum momento", explicou Felipe Conceição, após a derrota em casa para a Caldense, na segunda rodada do Estadual.
O estilo de jogo de Conceição é tão diferente das propostas que mais foram assimiladas no Cruzeiro que, também por isso, boa parte dos atletas — que estão no clube há mais tempo — sente a diferença dentro de campo. E nem só pelo jogo proposto por Felipão, o mais recente, como por exemplo a tática de Mano Menezes, que por anos implementou no clube um jogo reativo e não propositivo — esperava o adversário para atacar.
"Faz parte desse início de processo. É bem natural a primeira linha ter dúvida se sobe ou se desce, porque não era acostumado na temporada passada. Teremos isso [dúvidas] nesse início de processo, mas com o tempo não teremos mais, e a equipe terá a compactação devida na parte defensiva e a dinâmica ofensiva com uma fluidez maior", explicou Conceição.
No próprio elenco os jogadores pedem respaldo ao trabalho do treinador que chegou e que tem, dentre outras missões, o papel de recolocar o Cruzeiro na Série A do Campeonato Brasileiro.
"A gente precisa de mais tranquilidade. Eu acho que a gente sabe que é um trabalho novo, diferente do que a gente vinha fazendo, e a gente precisa de mais tranquilidade para fazer isso dentro de campo, ter mais respaldo da torcida, para ter mais paciência. Jogadores estão chegando, temos jogadores novos", comentou o zagueiro Manoel.
Após a primeira vitória na temporada, Felipe Conceição falou mais uma vez sobre a sua proposta de trabalho e o papel dos atletas para assimilar bem o estilo de jogo.
"Conseguir sair desse jogo com dois gols [contra a URT] nos deixa feliz pela situação em que estávamos, pelo controle da ansiedade que precisávamos neste início de trabalho, traz confiança aos atletas, traz confiança à filosofia que estamos implementando. Apesar do mal resultado nos dois primeiros jogos, e a exigência do Cruzeiro sempre vencer, a gente desempenhou bons números nesses jogos. É um processo natural de habituar a controlar o jogo com a bola, ter um volume ofensivo alto, a jogar de maneira agressiva defensivamente também, tudo isso gera uma adaptação. Uma adaptação que estamos conseguindo superar com a entrega dos atletas, com a dedicação deles. Essa vitória é espetacular pelo processo e para o processo", explicou o treinador.
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