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Palmeiras: Entenda como evoluiu a dívida de R$ 160 milhões com a Crefisa

Leila Pereira e Maurício Galiotte posam com a camisa do Palmeiras - Cesar Greco
Leila Pereira e Maurício Galiotte posam com a camisa do Palmeiras Imagem: Cesar Greco

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

10/03/2021 13h04

Leila Pereira justificou ontem (9) que não pode perdoar a dívida de R$ 160 milhões que o Palmeiras gerou com a Crefisa. O valor é relativo a jogadores contratados com aporte da patrocinadora, sem relação com a exposição das marcas da financeira e da Faculdade das Américas no uniforme do clube.

Por que a Crefisa fez os aportes?

Além do pagamento mensal pelo patrocínio ao Palmeiras, a Crefisa acabou fazendo aportes para contratações de jogadores como Dudu (compra de parte de seus direitos econômicos), Guerra, Borja, Juninho, Luan, Fabiano, Bruno Henrique, Deyverson e Lucas Lima. Inicialmente, havia o combinado de que o valor seria devolvido em uma futura venda, e caso uma nova transferência fosse por um valor abaixo do investido, o prejuízo seria da empresa. Isto mudou em 2018.

Por que a quantia virou empréstimo?

Quando começou a fazer essas operações, a Crefisa lançava os valores como aquisição de direitos de imagem para realização de campanhas de marketing. Após uma denúncia, porém, a Receita Federal considerou o molde do negócio equivalente a um empréstimo, já que o Palmeiras teria de devolver o valor, e pediu uma alteração.

Essa mudança no modelo gerou uma multa de R$ 80 milhões à Crefisa, por considerar que o imposto a ser pago nas transações pela patrocinadora deveria ser maior do que o declarado no primeiro molde. Além de obrigar o Palmeiras a devolver a quantia de qualquer forma em até dois anos após o fim do contrato, agora há a incidência de juros no valor.

Membros da oposição contestam a alteração, que gerou a atual dívida, dizendo que seria possível fazer o acerto com a Receita sem transformar isto em empréstimo. Leila Pereira, por sua vez, argumenta que precisou fazer os aditivos no contrato e que o formato é parecido com o feito quando o ex-presidente Paulo Nobre fez aportes no clube, quando estava no comando do Palmeiras.

O que é combinado não é caro. Quando foram comprar os jogadores, o Alexandre (Mattos, ex-diretor de futebol) sentava com a gente, autorizado pelo presidente, eu disponibilizava o dinheiro e na venda o dinheiro era nosso. Nos aditivos [do contrato após a multa da Receita], qualquer receita destes jogadores precisa ser nossa para diminuir a dívida. Foi assinado pelo Palmeiras e por nós em contrato. A taxa de juros é SELIC, não está dando 2,5% ao ano. Onde tem isso no mercado? Não existe. O que era melhor? Pegar R$ 160 milhões e investir no meu banco ou comprar jogador com (juros de) 2,5% ao ano? Isto só é bom para o Palmeiras. Isto não é negócio, nós fizemos para fortalecer o Palmeiras. Meu contrato de patrocínio é uma coisa, outra coisa foi quando o Palmeiras precisava de reforços e só nós tivemos prejuízo, porque só recebe quando vender o atleta. Estou tranquila, o Palmeiras paga. Não pagou o ex-presidente (Paulo Nobre)? Foi a mesma coisa. Idêntico" disse Leila Pereira, ao UOL, no fim do ano passado.

O valor da dívida está diminuindo ou crescendo?

O montante diminuiu em 2020 em cerca de R$ 15 milhões. Ao fim de 2019, a dívida era de R$ 172 milhões, mas caiu para perto de R$ 160 milhões, pois o Palmeiras devolveu à Crefisa valores depois de receber pelas saídas de Juninho, Dudu e Bruno Henrique.

Em compensação, já é certo que o clube terá de pagar os R$ 10 milhões investidos para contratar Guerra, no fim de 2016. Ele deixou o Verdão no início de 2021 gratuitamente ao fim do contrato. Deyverson e Borja estão entre os nomes que o Palmeiras tenta fazer negócios para ao menos diminuir o prejuízo.

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