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Quem foi Mario Filho, que dá nome ao Maracanã e pode ser trocado por Pelé

Divulgação
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

10/03/2021 11h59

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou na manhã de hoje (10) um projeto de Lei que pretende trocar o nome do Maracanã. O atual Estádio Jornalista Mario Filho está prestes a virar Estádio Edson Arantes do Nascimento - Rei Pelé. Mas quem afinal foi Mario Filho? O UOL Esporte te conta abaixo.

Mario foi o idealizador da campanha para construção do Maracanã e por isso acabou homenageado no batismo do estádio. Ele foi um dos primeiros repórteres esportivos, ainda nos anos 1920, e anos depois criou o primeiro jornal brasileiro dedicado apenas ao esporte. Assim, colaborou muito para a popularização da cobertura jornalística do futebol, trocando os termos rebuscados da época por expressões mais populares.

Mario Leite Rodrigues Filho nasceu no Recife, em 1908, e se mudou para o Rio de Janeiro ainda criança. Seu pai era dono do jornal A Manhã, no qual Mario se aventurou como repórter esportivo em uma época em que a função mal existia. Em 1931 virou também dono de jornal (O Mundo Sportivo), em uma década que se tornaria o principal fomentador de torneios amadores no RJ.

Profundamente envolvido na organização de competições, Mario Filho ajudou a criar o Torneio Rio-São Paulo, que depois cresceria para se tornar nacional. No final da década de 1940, às vésperas da Copa do Mundo de 1950, travou uma batalha pela opinião pública para que o Estádio Municipal fosse construído no bairro do Maracanã —mais perto do centro do que a alternativa, em Jacarepaguá, a 30 km de distância.

A atuação de Mario Filho se estendia a tudo que fosse popular, e não foi diferente com o Carnaval: foi ele o idealizador do primeiro desfile competitivo das escolas de samba do Rio, em 1932. De tão atuante, ganhou o apelido de "o criador de multidões" do irmão, o escritor Nelson Rodrigues.

Mario foi também autor de diversos livros sobre futebol, incluindo "O Negro no Futebol Brasileiro", de 1947, em que propôs uma reflexão arrojada sobre a importância da cultura negra no esporte mais popular do Brasil. Com o tempo a obra ficou ultrapassada, mas não descartável, pois o racismo que o autor aborda mudou apenas de forma.

O escritor morreu em 1966 após um ataque cardíaco, ainda aos 58 anos. Meses depois o Estádio Municipal do Maracanã virou Estádio Jornalista Mario Filho.

Conheça mais da obra de Mario Filho:

"O negro no futebol brasileiro"

Preço: R$ 72,00

"Histórias do Flamengo"

Preço: R$ 72,00

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