Governo de SP proíbe partidas de futebol no estado e paralisa o Paulistão
O governo de São Paulo anunciou hoje a restrição completa de atividades esportivas coletivas, incluindo partidas de futebol, no estado. A medida faz parte da fase emergencial do Plano São Paulo, com mais restrições no combate à pandemia da covid-19. Desta forma, o Paulistão será paralisado a partir da próxima segunda-feira (15). A fase emergencial vai de 15 a 30 de março.
"Esclareço que, para este final de semana, as partidas programadas estão preservadas, porque acontecem sábado e domingo. A interrupção será feita a partir do dia 15, por 15 dias, até dia 30", disse o governador João Doria (PSDB).
Segundo a coluna do Danilo Lavieri, os clubes e a FPF (Federação Paulista de Futebol) estudam alternativas para que a bola não pare de rolar no Paulistão. A primeira opção que surgiu em conversas preliminares foi usar o Rio de Janeiro como nova sede.
O movimento pela interrupção do futebol paulista ganhou força na última terça-feira (9), quando foi recomendada pelo Ministério Público. Clubes chegaram a ser avisados que o governo havia decidido pela paralisação, e criou-se expectativa de um anúncio ontem. De terça para quarta, um lobby envolvendo CBF, Federação Paulista e detentores de direitos de transmissão entrou em ação.
Em uma reunião com autoridades realizada na manhã de ontem, a FPF voltou a falar sobre seus protocolos e defendeu a continuidade das competições. Hoje, o governo Doria anunciou a interrupção do estadual. O governador explicou que espera manter as conversas com a FPF mesmo com a pausa do Paulistão.
"Seguiremos o bom diálogo com a FPF. O presidente Reinaldo Bastos é de excepcional diálogo, construtivo nas suas abordagens. Ele ampara bastante bem as suas considerações por um comitê que o assessora. É um diálogo construtivo e que não fica cessado com as decisões de hoje. Continuaremos a dialogar com a Federação Paulista de Futebol", afirmou Doria.
Governo atende recomendação do MP
Em entrevista coletiva realizada ontem, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, Paulo Menezes, disse que a recomendação do Ministério Público pela paralisação dos esportes coletivos entraria em um estudo de novas medidas que poderiam ser tomadas. Já depois do anúncio das novas medidas divulgadas hoje, o governo estadual afirmou que resolveu atender à recomendação do MP.
"Estamos em uma fase emergencial, tem prejuízo para todos os setores. Em relação ao futebol, estamos atendendo a uma recomendação do Ministério Público. O Ministério Público estadual recomendou esta medida, isso fugiu da nossa alçada e estamos atendendo à recomendação do Ministério Público estadual", explicou José Medina, membro do Centro de Contingência.
Competições da CBF
Agora, a dúvida ficará sobre as competições nacionais. O Governo Federal não estuda uma paralisação geral do futebol, e a CBF planeja endurecer e atualizar algumas das regras de prevenção contra covid-19 para as partidas em que realiza. Além disso, a entidade que comanda o futebol nacional já manifestou que não pretende interromper a realização de seus campeonatos.
Situação em São Paulo
O estado de São Paulo já apresenta 53 cidades com 100% de ocupação dos seus leitos de UTI, em uma demonstração prática da escalada da pandemia da covid-19. Com o aumento crescente no número de novos internados, o estado tem 87,6% de ocupação dos leitos de terapia intensiva dedicados à doença, enquanto na Grande São Paulo essa taxa é de 86,7%.
Os índices são os mais altos já apresentados pelo estado durante a pandemia e foram mostrados hoje pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. De acordo com o governo paulista, há três dias, na segunda-feira (8), apenas 32 municípios já apresentavam colapso em unidades de saúde.
São Paulo soma 62.570 mortes causadas pela covid-19. O estado já totalizou 2.149.561 casos da doença desde o início da pandemia.
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