"Na pandemia, não quebrei nenhuma regra", diz Gabigol após quebrar regra
Detido na madrugada de hoje (14) ao ser flagrado em um cassino clandestino com cerca de 150 pessoas no 4º andar de um prédio comercial no bairro da Vila Olímpia, zona sul de São Paulo, o atacante Gabigol, do Flamengo, negou em entrevista exibida no Fantástico, da TV Globo, que tenha descumprido alguma determinação em meio à pandemia do novo coronavírus, apesar de frequentar um local com jogo ilegal e com aglomeração de pessoas.
"Na pandemia, não quebrei nenhuma regra", disse Gabigol. O atacante do Flamengo afirmou que só tinha saído com amigos para jantar. Entretanto, é proibido frequentar bares e restaurantes desde 6 de março em São Paulo, que está na fase vermelha, a mais restritiva da pandemia —nessas circunstâncias, é permitido apenas o funcionamento de restaurantes em sistema de delivery.
O atleta, que estava de férias, assinou um termo circunstanciado e acabou sendo liberado pela polícia. Ele se reapresenta amanhã ao Flamengo. Em entrevista ao Blog do Mauro Cezar Pereira, no UOL Esporte, Rodrigo Dunshee de Abranches, vice-presidente jurídico do clube, descartou qualquer tipo de punição. "Assunto pessoal dele", disse.
Questionado, o atacante negou que estivesse no local para se envolver em jogos de azar, prática proibida no Brasil. "Única coisa que jogo mesmo é videogame", disse. "Fui convidado por amigos. Realmente, não sabia aonde estava indo. A gente queria jantar. Quando estava indo embora, a polícia chegou mandando todo mundo ir para o chão".
'Saí de cabeça erguida'
A polícia disse que levou quase uma hora para localizar Gabigol. Em entrevista à Globo, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), da Polícia Civil, afirmou que Gabigol foi encontrado escondido embaixo de uma mesa em um camarote na área VIP, cujo ingresso custaria cerca de R$ 1,5 mil. "Ele é um pouquinho nervosinho com a presença da polícia, mas depois foi conduzido para a delegacia, onde foi ouvido".
O atleta negou, em entrevista ao Fantástico. "Se tivesse me escondido, não sairia como saí. Saí de cabeça erguida. Quando chegaram e pediram para todo mundo ir pro chão, fiz o que eles [policiais] mandaram".
Apesar do descumprimento da medida de restrição em meio à pandemia, Gabigol descartou qualquer possibilidade de ter contraído coronavírus. "Com certeza, não tô. E não vou estar, porque fiz exame [para detectar o coronavírus] nesses dias".
Atleta queria ir à delegacia com o próprio carro
Ele ainda disse que chegou a questionar aos policiais se poderia ir até a delegacia no seu carro. E demonstrou contrariedade quando o seu pedido foi negado pelos agentes.
"Falei que poderia ir lá [na delegacia] com o meu carro. Em todo o momento, eu cooperei. Disseram que não. Fiz B.O. [boletim de ocorrência] e depois meus amigos foram me buscar", relatou.
Mas reconheceu que errou. "Faltou sensibilidade da minha parte. Estava feliz de estar com os meus amigos. Fica o aprendizado. Sou muito novo", disse. "Eu errei, como várias pessoas erram".
Sem máscara
De acordo com os policiais, a maioria dos frequentadores do cassino clandestino não usava máscara de proteção no momento da abordagem.
No local, havia máquina e mesa com jogos de azar. Em uma das áreas, havia ainda uma sala de monitoramento com câmeras. Durante o dia, o local que abrigava o cassino clandestino funcionava como oficina de carros de luxo. À noite, operava como estacionamento.
Os chamados "jogos de azar" são proibidos no Brasil desde 1946, por decreto do então presidente Eurico Gaspar Dutra. Um Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados desde 2008, de autoria do deputado Maurício Quintella Lessa (PL-AL), tenta a liberação da exploração dos jogos de azar em hotéis e hotéis-cassinos.
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