Resumo da notícia
- Blogueiros dizem o que Flamengo, federação e CBF devem fazer com Gabigol
- Jogador do Fla foi flagrado em um cassino clandestino em São Paulo e detido
- Milly Lacombe: "Seria hora do Flamengo exercer tamanho que tem nesse país"
- "A Federação deve exigir 14 dias em quarentena dele", analisa Juca Kfouri
- Renato Maurício Prado: "Nem CBF nem Flamengo têm moral pra cobrar nada"
- Bruno Andrade: "A maior punição já aconteceu: o linchamento psicológico"
O atacante Gabigol, do Flamengo, foi detido em uma operação policial na noite do último sábado, onde foi flagrado em um cassino clandestino em São Paulo que reunia cerca de 300 pessoas. O jogador precisou prestar esclarecimentos à delegacia e, posteriormente, foi liberado.
O episódio teve grande repercussão também pelo fato de o local estar lotado e com várias pessoas sem máscara, em total desrespeito às medidas de prevenção à covid-19.
Diante do ocorrido, o que Flamengo, federação e CBF devem fazer com Gabigol? Os colunistas do UOL Esporte opinaram. Veja as respostas:
CBF e Flamengo têm pouca moral para punir o atleta, mas, no mínimo, os três deveriam publicar mensagens ressaltando a gravidade do momento. Usar suas plataformas e seu poder de alcance para o bem, em vez de se omitirem ou ficar dando desculpa esfarrapada. Sem falar no isolamento total de Gabigol, que resolveu se aglomerar em um ambiente ilícito bem na véspera de sua reapresentação ao clube. Descaso pouco é bobagem.
ALICIA KLEIN
Nenhum dos três tem moral para fazer qualquer coisa. Mas Gabigol já recebeu algo que pode ser pedagógico: a pressão social das muitas críticas que vem recebendo. Se não aprender a lição, ao menos vai se preocupar com a imagem perante o público e respeitar mais o momento que vivemos.
ANDRÉ ROCHA
Juridicamente, por mais que exista caminho, qualquer punição pelo Flamengo seria arriscada, já que atleta está em férias. Mas claro que clubes precisam se proteger, com códigos internos que punam atitudes que prejudiquem a imagem deda instituição e do próprio atleta. A questão que se coloca agora é muito mais de postura. O futebol precisa estar efetivamente em sintonia com a necessária proteção de direitos humanos. E aí, Flamengo, federação e até a CBF deveriam se manifestar institucionalmente, reforçando o necessário compromisso de todos do esporte com a prevenção.
ANDREI KAMPFF
Sinceramente, nada. Não dá para esperar coerência e pulso firme de instituições que são administradas hoje por pessoas que fecham os olhos para a gravidade do momento do país - algumas, inclusive, compactuam com o caos. É total perda de tempo esperar algo exemplar. A maior punição para Gabigol já aconteceu: o linchamento psicológico.
BRUNO ANDRADE
Federação e CBF no máximo poderiam criticar a atitude do atleta pelo exemplo ruim, mas não acho que deveriam punir o atleta. Já o Flamengo deveria divulgar nota lamentando o incidente, afastá-lo de sua representação até ter certeza de que sua jogatina não gerou contaminação pela Covid e até dar multa no salário pela irresponsabilidade, apesar de o atleta estar de férias. Qual o sentido de ter demitido o fotógrafo porque ele tirou foto de funcionários sem máscara e passar pano para um atleta que age desta forma? Infelizmente, o Flamengo é o mais negacionista dos clubes quando o assunto é covid-19.
DANILO LAVIERI
O Flamengo deve censurá-lo publicamente. A Federação deve exigir 14 dias em quarentena dele. E a CBF deve aplaudir o Flamengo e a Federação se ambos cumprirem com suas obrigações.
JUCA KFOURI
O Flamengo deveria afastar Gabigol pelo período correto em função do protocolo da doença. Quarentena, se não apresentar sintomas daqui a X dias, testa e, se der negativo, volta. Neste período, tem salário descontado. O que CBF e federações deveriam fazer? Exigir dos clubes este tipo de cuidado e protocolos, coisa que não fazer (e é a principal razão pela qual eu acho que o futebol deve parar mesmo).
JULIO GOMES
CBF e federação nada, Gabigol é funcionário do Flamengo (as entidades podem cobrar que o clube intensifique medidas sanitárias). O ponto é qual foi a orientação do Flamengo a seus jogadores na folga. É fato que Gabigol descumpriu regras sanitárias conta a Covid-19 e deve responder judicialmente por isso (São Paulo proíbe eventos como o que ele estava. E nem entro aqui no mérito de ser um cassino, que é ilegal no Brasil, apenas no sanitário). Se a orientação do Flamengo a seus atletas era fiquem em casa e evitem aglomerações, deve puni-lo com multa. Mas se o clube foi omisso nessas orientações, e pelas primeiras declarações dos cartolas é o que parece que aconteceu, como vai punir o jogador?
MARCEL RIZZO
A CBF e o Flamengo, principalmente, deveriam se posicionar a favor do isolamento social e avisar sobre a terrível situação que vivemos. Deixar claro que foi um erro. Não sou a favor de multa.
MENON
Seria a hora de o Flamengo se posicionar publicamente referendando a gravidade da pandemia e pedindo respeito ao isolamento social para aqueles que podem fazer isolamento social. Ou seja: para quem não precisa seguir trabalhando para poder comer, que é o caso de tantos entre nós que estão à deriva sem um auxílio emergencial decente. Quantos desses cidadãos esquecidos pelos governos federais, estaduais e municipais não são torcedores do Flamengo? Quantos desses não têm GabiGol como ídolo? Seria sim hora de o Flamengo exercer o tamanho que tem nesse país. Matar no peito e dizer: isso que nosso craque fez não se faz. Não repitam esse tipo de atitude. Querem se inspirar em GabiGol? Se inspirem no que ele faz em campo. Seria hora de reunir o elenco e educar todos a respeito da situação do Brasil. Seria sim hora para tudo isso. Mas esperar o que de uma administração que, durante uma pandemia que já velou a vida de quase 300 mil brasileiros, recebeu e afagou publicamente o presidente do Brasil, esse que todos os dias aprofunda a negligência em relação à compra de vacinas, que incentiva pessoas a seguir se aglomerando, que chama a dor do cidadão e da cidadã de mimimi, que sugere que usar máscara é coisa de marca? Esperar o quê? Seria hora de CBF e Federação se posicionarem contundentemente: criticar a atitude de GabiGol e se unir em campanha a favor da vacina, a favor da paralização, a favor do uso de máscaras. Multas e punições não resolvem. A sanha punitivista nos trouxe até aqui. Recuperação, reforma e reeducação: esse é o ataque dos sonhos que pode nos salvar.
MILLY LACOMBE
No mínimo deveriam divulgar uma nota de repúdio à atitude de Gabigol. O que ele fez, em meio ao momento mais crítico da pandemia, é um péssimo exemplo. Procurando 'sarna pra se coçar'. No episódio, ainda errou feio não só por ter entrado no tal cassino clandestino (todos são, no caso brasileiro), mas também na saída, tentando se esconder como um meliante (que ele não é), mas um deslumbrado, potencializado por 'parças' inconvenientes como todos os 'parças'.
MILTON NEVES
O Flamengo deveria consultar seus médicos e checar se é o caso de mantê-lo em quarenta para evitar riscos. O departamento jurídico deveria ser consultado para dizer se existe respaldo legal para multar o jogador. Todos os atletas deveriam receber novas orientações sobre prevenção contra a covid-19. Uma palestra jurídica também deveria ser ministrada para esclarecer os jogadores sobre as implicações de frequentar eventos clandestinos durante a pandemia e, em qualquer tempo, casas ilegais de jogos. Já a CBF, deveria cobrar dos clubes mais rigor para evitar casos como esse.
PERRONE
O problema é que nem a CBF nem o Flamengo têm moral pra cobrar nada. A primeira mantém o futebol em atividade no pior momento da pandemia no país, o segundo luta para reabrir os estádios aos torcedores. Vão falar o que? Gabigol pisou feio na bola. Mas CBF é Flamengo têm pisado muito mais...
RENATO MAURÍCIO PRADO
Federação e CBF não me parece que possam fazer algo juridicamente. Já o Flamengo sim. O atleta recebe uma parte do seu salário em "direitos de imagem". E isso está totalmente atrelado ao que faz até mesmo em seus momentos de folga. Gabigol, e qualquer outro atleta pego em situação similar, precisa ser punido e multado. Se isso não ocorrer, não será o primeiro fato de subserviência do Flamengo em relação a Gabigol.
RODRIGO COUTINHO
Assim como outros desrespeitos de quarentena por jogadores, a ida de Gabigol ao cassino torna ineficaz os protocolos da CBF, Ferj e FPF para evitar infecções por Covid. Uma eventual contaminação dele pode causar um surto elenco do Flamengo. Esse tipo de atitude, portanto, derruba a tese de que o futebol pode ser jogado porque não prejudica a sociedade. Sendo assim, Flamengo, federações e CBF deveriam estar, sim, preocupados com esse comportamento dos atletas e até estabelecer mecanismos para controlá-los durante o período de pandemia. Se isso é possível legalmente, não sei. Mas, se não há essa possibilidade de controlar os atletas, então é melhor suspender logo o futebol e parar com o teatro de que sua prática é segura.
RODRIGO MATTOS
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