Gilmar Fubá e os causos: da BMW comprada após o Mundial à aventura no Qatar
Campeão mundial com a camisa do Corinthians, Gilmar Fubá era conhecido também pela irreverência com que contava as histórias de sua vida. Em 2011, o ex-volante participou do extinto "SP Acontece", da Band, em uma entrevista que ficou marcada pela sequência de causos contados por ela a Neto, então apresentador da atração.
Gilmar Fubá morreu hoje (15), vítima de um mieloma múltiplo, um tipo de câncer de medula óssea. Aos 45 anos, ele batalhava contra a doença desde que a descobriu já em estado avançado, em 2016.
Na conversa com Neto, Fubá relembrou a BMW que comprou com a premiação pelo título mundial com o Corinthians, a aventura de jogar no Qatar sob o comando de Osvaldo de Oliveira, entre outras coisas.
Relembre:
A BMW
"Quando fomos campeões mundiais pelo Corinthians, depois de dois dias, caiu R$ 190 mil na conta. Aí eu fui lá, passei o cartão, vi aquilo tudo de dinheiro, nunca tinha visto tanto na conta, e pensei: 'Acho que depositaram errado'. Fiquei quietinho. Fui no banco e falei: 'Quero tirar tudo isso de dinheiro'. Mas a mulher disse que precisava avisar com antecedência, essas coisas. Depois de cinco dias eu peguei uma mala, fui lá, peguei todo o dinheiro e fui comprar uma BMW. Cheguei lá de calção e havaianas, e disse: 'Quero comprar aquela BMW'. O cara enrolou e perguntou como eu ia pagar. Abri a mala cheia de dinheiro e ele falou: 'Fecha isso aí, fecha isso aí'. Paguei a BMW e levei embora. Chegou em São Mateus, não tinha nem garagem para ela. Minha mãe ficou preocupada e disse: 'E agora, onde vai pôr esse carro?'. Eu disse para deixar ali na rua mesmo, mas a minha mãe ficou dormindo lá dentro. 'Toma conta aí então', eu falei. Eu tinha que descansar direito para treinar. Mas a BMW é confortável!".
No Qatar
"Cheguei lá e não sabia falar árabe, não sabia nem falar português direito. Mas eu ficava quatro, cinco horas conversando com os árabes. O Osvaldo de Oliveira ficava doido comigo. No final, eu fui até o capitão do time, sem saber nada. Tinha um iraniano lá que aprendia fácil o português. E eu ensinava ele a falar português. Aí um dia eu tava no DM e ele perguntou o que eu tinha, eu falei: 'migué'. Expliquei o que era migué para ele em português. E um dia ele tava deitado lá no DM, e chegou um fisioterapeuta brasileiro, que perguntou para o Osvaldo o que ele tinha: 'Esse aí tá de migué'. O iraniano levantou e começou a dizer: 'migué não!'".
Evaristo de Macedo
"Fomos jogar contra a Inter de Limeira, estava eu e todo mundo no banco. E o Evaristo jogou no Barcelona, no Real Madrid, então para ele, ele é o melhor do mundo. E ele chegava lá e dizia: 'Olha esse Vampeta, como ele pode ser jogador de seleção? Olha esse Rincón, esse Gamarra, eles são muito ruins!'. A gente só ria no banco. Aí ele olhou para nós no banco e falou: 'Vocês estão rindo do quê? Vocês são reservas deles!'".
Joel Santana
"Em 97, a gente estava para cair para a segunda divisão, com a batata assando, aí ele chamou todo mundo, mas só a comissão e os jogadores, disse que a diretoria ia ficar de fora. Então a gente estava sentado, ouvindo ele falar: 'A culpa não é de vocês não, a culpa é da diretoria'. Mas o diretor chegou e ele não viu. Os caras estavam cutucando ele para falar que o diretor estava chegando. Quando ele olhou para trás e viu o diretor, ele disse: 'A culpa é dessa diretoria, que contratou todas essas merdas aí'. Olha a pipocada que ele deu na hora".
Mirandinha 1
"Antigamente a gente jogava o Campeonato Paulista no Parque São Jorge. Então, o alambrado fica pertinho do banco de reservas. E tinha uns torcedores chatos para caramba ali atrás. O Evaristo no banco e o torcedor: 'Tira o Mirandinha, tira o Mirandinha!'. O Evaristo só quieto. 'Tira o Mirandinha!'. Aí o Evaristo olhou para trás e falou: 'Do jeito que eu estou sofrendo, você vai sofrer também'. E começou a gritar: 'Faz cagada, Mirandinha, faz cagada, Mirandinha!'. E não tirou o Mirandinha".
Mirandinha 2
"Tem uma história dele engraçada de quando ele foi para Belém do Pará, jogar no Paysandu. Aí no jogo de estreia dele ele fez dois gols, o Mirandinha. Aí acabou o jogo e os caras falaram para ele: 'Ô, Mirandinha, no jogo de estreia já fez dois gols, que prazer!'. E ele disse: 'Para mim, é um prazer imenso fazer dois gols na terra onde Jesus nasceu, que é Belém'".
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