À espera de Cuca, interino lidera o Mineiro com promessas do Atlético-MG

A expressão "Estadual é laboratório" faz muito sentido e é seguida à risca no Atlético-MG neste começo de 2021. Líder isolado do Campeonato Mineiro após quatro rodadas, o desempenho alvinegro até aqui foi alcançado sob a batuta de Lucas Gonçalves, técnico interino que aguarda a chegada de Cuca. O novo comandante do Galo será apresentado na tarde de hoje (16) e demorou para desembarcar em Belo Horizonte por estar ao lado da mãe, internada em estado grave com Covid-19, em Curitiba.

Comandados por Gonçalves, jovens revelados nas categorias de base e algumas peças mais experientes fazem do Galo o único time com 100% de aproveitamento na competição. Além disto, o elenco que estava atuando deixa boa impressão para Cuca, que recebia relatórios com informações sobre os jogos e desempenho dos atletas.

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Jogadores como Matheus Lima, Iago Oliveira, Júlio, Calebe, Sávio, Echaporã, Felipe Felício, Neto e Rubens, revelações atleticanas, se juntaram aos experientes Mariano, Hulk, Diego Tardelli, Igor Rabello, o chileno Eduardo Vargas e o argentino Zaracho — apesar de jovem, já tem rodagem internacional —, entre outros, para formar o famoso time mesclado com medalhões e garotos. A receita apresenta até aqui bom resultado.

"Acho que é um momento importante do clube, de utilizar os jovens campeões no Campeonato Brasileiro sub-20 [de 2020], que participavam desse processo de transição, que são promissores, o futuro do clube. Acho muito importante isso", ressaltou Lucas Gonçalves há algumas semanas.

À espera de Cuca, Gonçalves trabalhou com o elenco por suas decisões, dentro de suas convicções, mas confirmou conversas com o treinador.

"Desde que o Cuca foi anunciado, as nossas conversas têm sido frequentes. A gente manteve contato. Por outro lado, ele nos deixou muito à vontade nesse comando enquanto ele não estivesse aqui, passou toda confiança possível. É claro que nós trocamos ideias diariamente, mas a gente respeita esse momento que ele está vivendo, deixando ele o mais à vontade possível para cuidar da mãe dele. Estamos torcendo demais para que ela melhore logo e ele esteja com a gente", comentou Gonçalves, logo após o jogo com o Patrocinense, no último sábado (13).

Com 12 pontos e na ponta da tabela — soma três a mais que o vice América-MG e cinco à frente do Cruzeiro (quarto lugar) —, Gonçalves tem sido o responsável por conduzir o processo de transição entre Sampaoli e Cuca e destaca o comprometimento e desempenho de seus atletas nos jogos do Estadual.

"Quatro jogos, quatro vitórias, fazendo a manutenção da liderança, dos 100% de aproveitamento. São 12 gols, uma média de três por jogo, a gente está contente e orgulhosos dos atletas pelas atuações que tiveram", analisou.

Há quatro anos e sete meses no Atlético-MG, Lucas Gonçalves chegou à Cidade do Galo para assumir a vaga de Alexandre Ceolin no departamento de análise de desempenho. De lá para cá, acompanha a evolução do elenco atleticano e ocupa o posto de treinador interino nesta reta inicial do Campeonato Mineiro. Na visão do profissional, o momento da temporada é propício para o uso das promessas do clube.

Histórico no futebol

Gaúcho de Porto Alegre, Lucas é graduado em educação física e se formou em 2004 pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Gonçalves tem especialização em técnico desportivo em futebol e futsal, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Título que conseguiu em 2006.

Começou cedo a carreira no futebol, aos 20 anos, no comando de uma equipe sub-12 do Grêmio Sesi, em 2001. Sua primeira grande chance em um clube de expressão foi nas categorias de base do Grêmio, onde ficou cinco anos.

Criado no universo do futebol, Lucas Gonçalves é filho do ex-treinador Otacílio Gonçalves, campeão estadual por Grêmio, Internacional, Athletico-PR, Pinheiros e Paraná, com passagens pela seleção brasileira, Palmeiras, Portuguesa, Santa Cruz e por clube do Japão.

Lucas Gonçalves acumula passagens pelo futebol gaúcho, do Rio de Janeiro (Cabofriense), no Paraná (Tubarão e Paraná), além do Tombense.

Está em sua segunda passagem pelo Atlético-MG, já que chegou a trabalhar com o técnico Roger Machado, em 2016 e 2017.