Atlético-MG: Cuca fala sobre saúde da mãe e diz que Berna é "caso superado"
Após dez dias de espera o técnico Cuca, enfim, foi apresentado como novo treinador do Atlético-MG. Desde ontem (15) em Belo Horizonte, o treinador iniciou os trabalhos na Cidade do Galo na manhã de hoje (16) e falou pela primeira vez com a imprensa na parte da tarde. Acompanhado do presidente Sérgio Coelho, do diretor de futebol Rodrigo Caetano e do gerente de futebol, o ex-goleiro Victor, o velho conhecido da torcida atleticana, que assinou contrato por duas temporadas, falou sobre o seu sentimento em retornar após sete anos.
"Era uma grande vontade que eu tinha de voltar a trabalhar aqui no Galo. Depois de sete anos, consigo voltar. É lógico que sei o tamanho da responsabilidade que tenho aqui, assim como eu sabia da outra vez que vim, em 2011. Nós fizemos um 2011 de recuperação, um 2012 muito bom e um brilhante 2013. Então, tenho muita confiança. Hoje, as condições são até melhores do que eram naqueles anos", disse o comandante em entrevista coletiva.
Cuca conversou de forma virtual com os jornalistas. O treinador participou da entrevista direto do canteiro de obras da Arena MRV, futuro estádio do Galo. Um dos motivos mais importantes para o atraso na apresentação em Belo Horizonte foi a situação de saúde da mãe, Nilde Stival, de quase 80 anos. A matriarca da família está internada em estado grave em um hospital de Curitiba.
"Não foi uma decisão fácil, por este momento de saúde da minha mãe. Então, foi uma situação muito difícil para eu poder vir. Muitas coisas passam na cabeça da gente, mas eu refleti muito com minha família, e a gente entendeu que vou estar junto com eles na fé, no espírito, dando meu máximo aqui no trabalho", comentou o religioso Cuca.
Caso Berna
A chegada do técnico ao Atlético-MG também foi marcada por polêmica. O fato de o treinador ter, em 1987, se envolvido em caso policial, que começou com a denúncia de estupro na Suíça, mas terminou em acusação sobre tentativa de relação sexual com uma menor de idade na Suíça, no fim dos anos 1980 — ainda quando era jogador do Grêmio —, fez parte da torcida alvinegra contrariar o retorno do técnico ao clube.
Cuca foi perguntado disso na coletiva virtual, não deixou de falar do assunto, mas tentou enterrá-lo, como havia prometido em exclusiva ao Blog da jornalista Marília Ruiz, no UOL, no começo de março.
"Esse assunto tem que ser debatido sempre em todos os sentidos, não só no futebol. Eu postei a minha família na frente da câmera e dei meu depoimento. Falei o que eu tinha que falar. Sou uma pessoa do bem, não preciso ficar falando isso aqui. Já treinei em Minas, aqui fiz muitas amizades e nenhuma inimizade. O que eu tinha que falar desse tema eu já falei. Ocorreu há 34 anos e é um episódio que já está superado. Vida que segue", afirmou.
Protesto de torcedores
Antes mesmo de o Galo confirmar o retorno de Cuca alguns torcedores criaram a hashtag "Cuca Não". A "Grupa", coletivo de atleticanas que, dentre outras frentes, luta pelo direito das mulheres, fez um pronunciamento.
"O que se busca não é o linchamento ou o foco em uma figura específica, mas sim, a partir da repercussão desses casos, a ruptura com uma estrutura que banaliza e - por que não - fomenta a continuidade de condutas violentas no ambiente do futebol e na sociedade (...) a postura do treinador em não assumir, não se desculpar, apagar a mancha que não se apaga apenas reitera o seu descaso, o da diretoria atleticana e de todos que o apoiam em relação à manutenção de uma situação de violência constante de desrespeito à mulher e a continuidade de um comportamento de eximir a responsabilidade dos atletas", diz parte de nota publicada pela Grupa.
Time forte
Com contratações milionárias nas duas últimas temporadas, como a chegada do astro Hulk e o meia argentino Nacho Fernández, o técnico promete muito esforço por conquistas importantes.
"Não sei aqui qual competição vamos buscar, qual a gente vai sair campeão, mas sei que tenho vontade de disputar todas elas com a máxima vontade possível para poder sair campeão. A gente tem um elenco fortíssimo. Vamos procurar tirar o máximo de cada um em benefício disso", garantiu.
Estilo de jogo
Desde 2013, quando deixou o Atlético-MG após sua primeira passagem no clube — que teve início em 2011 —, Cuca evoluiu em seu trabalho. No Santos, onde trabalhou até o começo deste ano, Cuca aprendeu bastante, até pelas dificuldades geradas por problemas financeiros do Peixe, que recorreu à base e colheu frutos com jovens talentos. No entanto, não deixou de lado uma de suas principais características: o estilo ofensivo de jogar.
"Eu tenho meu estilo de jogo. Eu sempre tento por a equipe o mais à frente possível, com organização. O Sampaoli também é assim, só que cada um tem uma maneira tática de jogar", comentou, falando sobre a preocupação que tem também com o sistema defensivo.
"Aquele Atlético de 2012 e 2013 era um time que jogava bonito. Jogava um jogo fino. Uma equipe leve, que sabia jogar e também sabia, em alguns momentos, aproveitar do jogo aéreo, que também é fundamental. Acho que todo torcedor do Galo tem saudade da maneira como aquele time jogava. Quanto mais no ataque você jogar, maior o risco de exposição defensiva. Isso acontece com o Galo e com qualquer outra equipe. Vai acontecer comigo também, pode ter certeza. Tomara que num número menor, mas vai acontecer uma exposição, porque a gente busca jogar no ataque", analisou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.