FPF mantém Paulistão, estuda jogos em outros estados e ameaça ir à Justiça
A Federação Paulista de Futebol, os 16 clubes que disputam a Série A1 do Paulistão e o Sindicato dos Atletas se reuniram na tarde de hoje (16) e decidiram manter o campeonato estadual. Em nota oficial divulgada após o encontro virtual, a entidade diz que estuda jogos em outros estados e cita a possibilidade de ir à Justiça para garantir a realização da competição em seu calendário previsto.
As rodadas 5, 6 e 7 do Campeonato Paulista foram atingidas pela paralisação decretada pelo governo de São Paulo. A medida faz parte da fase emergencial do Plano São Paulo, com mais restrições no combate à pandemia da covid-19.
No comunicado, a FPF diz ser "consciente da gravidade da pandemia de covid-19" e "lamenta profundamente essa situação delicada que o país e o Estado de São Paulo se encontram", antes de citar os motivos pelos quais considera possível sustentar a competição em andamento.
Segundo o comunicado emitido pela Federação, para cumprir o acordo sobre o calendário, "os participantes decidiram agendar as partidas em outros estados e delegaram à FPF a possibilidade de judicialização do caso para garantir a continuidade da competição durante neste período de Fase Emergencial". A carta, assinada pelo presidente Reinaldo Carneiro Bastos, diz que não há "argumentos científicos e médicos que sustentem a paralisação das rodadas".
A nota da FPF em conjunto com os clubes diz ainda que "o Protocolo de Saúde do futebol é extremamente seguro e a proposta apresentada ao Governo do Estado de São Paulo e ao Ministério Público Estadual, com esquema de 'Bolha de Segurança', garante um controle ainda maior na organização da competição em São Paulo. Assim como os demais segmentos econômicos que permanecem em atividade com restrições, o futebol deve seguir as mesmas condições, com funcionamento sem público".
Mais cedo, depois da recusa do governo de Minas Gerais de receber as partidas do Campeonato Paulista, a partida entre São Bento e Palmeiras, que aconteceria no estádio Independência, em Belo Horizonte, foi suspensa. O duelo estava previsto para acontecer amanhã (17), às 19h (de Brasília).
A Federação Paulista de Futebol havia anunciado ontem que o jogo aconteceria em Belo Horizonte depois da decisão do governador João Doria (PSDB) de aumentar as restrições e proibir jogos do Campeonato Paulista no Estado pelo menos até o dia 30 de março. Menos de 24 horas depois, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), anunciou o veto a partidas de outros Estados em solo mineiro.
Veja a nota na íntegra:
A Federação Paulista de Futebol, os 16 clubes do Paulistão Sicredi - Série A1, os Sindicatos dos Atletas, dos Árbitros e dos Treinadores se reuniram virtualmente nesta terça-feira. Deste encontro, a FPF, os clubes e os Sindicatos se manifestam publicamente:
? O futebol paulista é consciente da gravidade da pandemia de COVID-19 e, novamente, lamenta profundamente essa situação delicada que o país e o Estado de São Paulo se encontram;
? Os 16 clubes do Campeonato Paulista, a FPF e os Sindicatos reforçam que o Protocolo de Saúde do futebol é extremamente seguro e a proposta apresentada ao Governo do Estado de São Paulo e ao Ministério Público Estadual, com esquema de "Bolha de Segurança", garante um controle ainda maior na organização da competição em São Paulo. Assim como os demais segmentos econômicos que permanecem em atividade com restrições, o futebol deve seguir as mesmas condições, com funcionamento sem público e com este protocolo inédito entre todos os setores da sociedade;
? Diante do decreto que determinou a paralisação das partidas das rodadas 5, 6 e 7 do Campeonato Paulista - Série A1 no Estado de São Paulo, os 16 clubes participantes da competição decidiram, de forma unânime e com apoio dos Sindicados dos Atletas, dos Treinadores e dos Árbitros, manter o calendário de jogos conforme previsto. Para cumprir esses compromissos, as medidas decididas por todos os participantes são:
1-) A FPF está trabalhando em conjunto com a CBF, com outras Federações e autoridades locais para agendar as partidas em outros Estados;
2-) A partir da falta de argumentos científicos e médicos que sustentem a paralisação das referidas rodadas neste momento, os clubes delegaram à FPF também a possibilidade de judicialização do caso para garantir a continuidade da competição no Estado de São Paulo neste período de Fase Emergencial.
A FPF e os clubes seguem à disposição de todas as autoridades públicas para encontrar soluções que atendam as demandas do setor, sempre prezando pela segurança de todos os profissionais do futebol.
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