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Ex-técnico elogia promessas e diz que base pode ajudar Cuca no Atlético-MG

Leandro Zago dirigiu quatro categorias do Galo, sub-17, sub-20, sub-23 e o time principal, entre 2018 e 2021 - Bruno Cantini/Atlético-MG
Leandro Zago dirigiu quatro categorias do Galo, sub-17, sub-20, sub-23 e o time principal, entre 2018 e 2021 Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

18/03/2021 04h00

A chegada de Cuca promete mudanças importantes no elenco do Atlético-MG, atualmente com 46 atletas, e que por isso, segundo o próprio treinador, precisará ser reformulado para melhor desenvolvimento do trabalho. Dentre os jogadores que compõe o atual e inchado grupo, 17 são jovens que subiram das categorias de base e/ou faziam parte do time de transição, encerrado pela diretoria com a saída do técnico Leandro Zago.

Em comum acordo com o diretor de futebol Rodrigo Caetano, Zago, que voltou a Belo Horizonte, ontem (17), após o fim de seu período de férias, acertou sua saída do Galo de forma amigável. Pleno conhecedor dos garotos que lutam por uma vaga no plantel principal, o ex-treinador do time sub-23, que era uma espécie de sparring de Jorge Sampaoli — deixou o Atlético-MG para assumir o Olympique de Marselha — fez uma análise dos atletas que lutarão por espaço no concorrido time principal.

Dentre os perfis comentados por Leandro Zago em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, estão o meia Calebe, o volante Neto, o atacante Echaporã, o meia-atacante Sávio, o atacante Felipe Felício, o lateral Matheus Lima, os meias Júlio César e Rubens e o volante Iago Oliveira

"Todos os atletas que jogaram comigo no profissional também estiveram comigo no sub-17, no sub-20 ou no time de transição. Por pelo menos seis meses, trabalhei com alguns desses atletas. São jogadores interessantes, o Neto, Felipe [Felício], Rubens, Matheus Lima que estrearam recentemente no profissional, os acompanhei desde 2017, 2018, na campanha do título no Campeonato Brasileiro da categoria. Tem também o Talisson, outro atleta que também dirigi no profissional, tem potencial e pode ir muito longe. Convivi muito tempo com eles e os reencontrei no time de transição. Em 2019, chegaram o Calebe e o Echaporã, todos atletas de potencial muito grande", comentou, destacando o trabalho e base nos últimos anos no CT atleticano.

"Fizemos um trabalho de base forte e que deixa o Atlético-MG em condições de igualdade para competir com as melhores bases do Brasil. Atletas com um baita potencial técnico, com um grande entendimento de jogo e que foram moldados dentro de uma mentalidade vencedora. São atletas que estão em condição de serem usados pelo time profissional do Atlético-MG", garantiu.

Cuca aproveitará os jovens?

Apesar da opinião de Zago, Cuca tem uma filosofia de trabalho e gosta de ter à disposição até 30 jogadores no elenco. Quando iniciou as temporadas de 2012 e 2013 no Galo, o atual treinador atleticano utilizou exatamente essa quantidade de peças. No ano passado, pelo Santos, escalou 29 jogadores diferentes na linha, o que mostra uma referencial importante. O que deve repetir agora em 2021.

Alguns desses destaques da base citados por Leandro Zago pode seguir outro caminho, o do empréstimo a um clube, por exemplo, para ganhar mais minutagem em campo e mais bagagem.

"São atletas que têm potencial para jogar no Galo, mas isso vai depender das escolhas da nova comissão. Eu entendo que eles são ativos muito interessantes e que podem se consolidar no mercado profissional. Depende muito do que a comissão técnica pense sobre a montagem de grupo. Claro que a chegada de jogadores mais consolidados acaba tirando o espaço dos mais jovens. Mas, mais cedo ou mais tarde, eles estarão jogando em excelente nível, eu acredito nisso", ponderou.

Alguns jogadores que fazem parte do elenco atleticano já estouraram a idade de sub-20 e não poderiam voltar para o time júnior. Caso não sejam aproveitados por Cuca terão que deixar o clube. São eles, o goleiro Jean, que completa 21 anos neste ano, o lateral direito Talison, o lateral esquerdo Kevin, a dupla de zagueiros Hiago e Micael, os volantes Wesley e Iago, o meia Claudinho e o atacante Echaporã.

Esses, assim como os demais jovens que compõem o grupo principal, na opinião de Zago, ainda precisam da lapidação final pela vivência no elenco profissional. "Eles [jovens da base] tiveram uma preparação muito boa, uma transição de qualidade. Não dá para falar que estão prontos, mas em processo de amadurecimento e crescimento de adaptação ao profissional. Mas eles têm condição de jogar em alto nível no Galo, sim", cravou.

Fim do ciclo

Zago chegou ao Atlético-MG no começo de 2018, após passagem pelo Corinthians, Ponte Preta e Palmeiras. Nos três anos em que ficou no Galo, o profissional passou por diversas funções e conquistou títulos importantes, como a Taça BH de 2018, por exemplo.

"Fiquei exatamente três anos e dez dias no Atlético-MG. Para mim, foi um clube que peguei muita ligação, porque a coisas aconteceram muito bem em todo o período. A gente conseguiu, além do trabalho de formação e transição para o profissional, a conquista de títulos importantes no sub-17 e sub-20. Tive um crescimento muito grande dentro do clube, passei por quatro categorias, além do sub-17 e sub-20, estive no sub-23 e no time principal. É um clube que eu gosto bastante e saio com a certeza de um bom trabalho", comentou.

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