Veja os votos e observações do Conselho do Santos na contratação de Holan
O Santos divulgou nesta tarde (19) as atas das reuniões do Comitê de Gestão do mês passado no Portal da Transparência. Entre os temas, há a votação dos membros pela contratação do atual técnico Ariel Holan. Dos nove integrantes do grupo, apenas três foram desfavoráveis à chegada do argentino: Walter Schalka Rafael Leal e José Berenguer.
José Renato Quaresma, gestor com parcela de responsabilidade pelo futebol do Peixe, foi quem conversou com Ariel Holan antes de apresentá-lo ao presidente Andres Rueda e a seu vice José Carlos de Oliveira. A postura séria e profissional do estrangeiro chamou a atenção do trio, que estava convencido em fechar o acordo.
A votação resultou em 6 a 3. Andres Rueda, José Carlos de Oliveira, Dagoberto Oliva, José Renato Quaresma, Ricardo Campanário e Vitor Sion foram favoráveis, enquanto Schalka, Leal e Berenguer, contra.
Veja abaixo as observações de cada um deles:
Ricardo Campanário: "Eu entendo que a posição de técnico é uma das poucas em que devemos fazer algum esforço, mesmo fora de nossas aparentes possibilidades financeiras. Apenas enfatizando, minha preocupação é a estruturação de uma de nossas duas principais fontes geradoras de receitas nos anos 2 e 3: o processo gerador de atletas na base, junto com a exploração da marca são os 2 únicos caminhos que nos restam para a retomada do ciclo de crescimento. Entendo que a posição de técnico profissional é fundamental para alavancar este processo e, inclusive, que este é o maior desafio de quem vier. Maior até do que nossa performance em campo em 2021. Dito isso e sob o prisma estratégico no médio prazo, mesmo levando em conta o impacto financeiro no curto prazo, voto a favor da proposta acima".
Walter Schalka: "Assumimos um compromisso com o eleitor para equilibrar o orçamento real do Santos. Não temos caixa, crédito e, além do bloqueio geral da Doyen, temos o ban da FIFA em vigor - e outros vindo. Acho muito ruim repetirmos o que outras gestões fizeram. Sou contra a aprovação de despesas reais sem ter a contrapartida assegurada. E mais, não dá para aceitar a multa e ainda pagar a multa do clube anterior. Meu voto é contra".
José Berenguer: "Sou também desfavorável. Não dá para gastar o que não temos".
Vitor Sion: "Estou de acordo com a contratação. Pesquisei com profundidade a trajetória do Ariel e creio que ele é uma peça fundamental para nosso projeto, com integração ainda maior com a base e redução de custos no futebol nos próximos meses sem perder a competitividade. Com isso, considero que o Ariel seria um investimento importante".
José Carlos de Oliveira: "Em que pese a situação financeira que vive o clube, bem como a necessidade de redução de nossas despesas para adequar com as nossas receitas, entendo que a contratação de um técnico de primeiro nível, mesmo com um aumento de pouco mais de R$ 100 mil em relação à atual comissão técnica, não enxergo isso como despesa e, sim, como um investimento num time repleto de jovens talentosos, mas que precisam ser lapidados. Essa contratação, no meu entendimento, traz menos riscos (econômicos e de imagem) que uma solução caseira. No curto e médio prazos, uma solução caseira poderá nos trazer danos irreparáveis. Além disso, um treinador desse quilate nos deixará em evidência na mídia em todo mundo, assim como aconteceu com Sampaoli. Diante do exposto, sou favorável à contratação do técnico e sua comissão na forma proposta".
Dagoberto Oliva: "Perfeita a análise do José Carlos. Concordo integralmente com a fala e com a contratação do treinador".
José Renato Quaresma: "Dentro do que estamos pensando para o time de futebol, em questões de tática, potencialização de atletas para futuras vendas, e um técnico que segure a carga do futebol para aliviar o trabalho do setor administrativo, eu entendo que temos que apostar no 'maestro' da orquestra, caso contrário podemos ter muitos músicos desafinados. Somos sabedores das necessidades financeiras do clube e teremos todos que correr atrás de soluções. Eu estou de acordo com a contratação".
Rafael Leal: "Óbvio que a posição de técnico comporta um esforço, mas, conceitualmente, não podemos gastar mais do que o Cuca ganhava. Além disso, a multa, já tínhamos conversado, que não poderia existir no contrato. Em paralelo, insisto que precisamos iniciar a redução da folha do futebol e de todos demais setores. Sou contra".
Andres Rueda: "Concordo que temos que reduzir e muito nossas despesas e, com certeza, o faremos, porém, nesta altura, com um time recheado de promessas, ter um técnico que consiga extrair o melhor deles representa um investimento a médio prazo. Que venha o técnico e que sejamos competentes para, a curto prazo, equilibrar as contas recorrentes".
Ariel Holan tem vínculo com o Santos até dezembro de 2023. Segundo apurou o UOL Esporte, os votos contrários acima já não correspondem à opinião atual após o trabalho apresentado pelo argentino. O comandante santista surpreendeu a todos os gestores, que veem com bons olhos sua evolução e adaptação no Peixe.
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