Dracena detalha função nova na diretoria do Palmeiras e quer ser executivo
Edu Dracena ficou marcado como jogador por acumular títulos nas equipes em que passou. No primeiro ano aposentado, a rotina seguiu a mesma. Agora assessor de futebol do Palmeiras, o ex-zagueiro fez parte das conquistas do Campeonato Paulista, da Copa do Brasil e da Libertadores. Como atleta, ele venceu duas vezes o Brasileiro pelo Verdão, em 2016 e 2018.
Responsável por intermediar a relação entre o vestiário e a direção, Dracena concluiu o curso de executivo da CBF Academy e tem como alvo virar diretor. Para isso, diz ter aprendido com Anderson Barros, quem exerce atualmente a função no Palmeiras.
"Eu quero aprender a cada diz. Tive vários executivos na carreira, tento pegar um pouco de cada um e aprendo bastante com o Anderson no dia a dia. Ele me ensina bastante, mas tem etapas a serem cumpridas. É cedo, mas quem sabe daqui a uns quatro ou cinco anos eu não esteja pronto para caminhar com as minhas próprias pernas", disse Dracena, ao UOL Esporte.
Dracena ainda teve pouco contato com as negociações no mercado da bola, mas acompanhou as movimentações de Barros para trazer reforços e deu seus pitacos quando requisitado. Seu maior foco de trabalho ficou no vestiário.
Além de ter jogado com boa parte dos atletas que estão no Palmeiras, o ex-zagueiro está em uma função que o Verdão pensou justamente para encontrar possíveis problemas ou necessidades que os jogadores tenham. Zé Roberto foi o primeiro nome a ocupar a vaga.
"Quando falam que sou um elo [entre a direção e elenco], parece simples, mas você lida com personalidades diferentes, comissão técnica, tenta no diálogo orientar, passar as experiências que tive como 20 anos de profissional. É não deixar um problema pequeno, uma chateação, virar briga ou um desconforto no futuro. Estar atento ao que acontece e o que o atleta precisa para conversar e resolver. Assim filtramos algumas atitudes sem precisar do gerente ou do executivo", explicou.
Após se aposentar no fim de 2019, Edu Dracena voltou ao Palmeiras no início do ano seguinte já como assessor, com Vanderlei Luxemburgo no comando. Ele e o técnico já tinham uma longa relação, o que facilitou o início do trabalho. Depois, foi necessário se aproximar de Abel Ferreira para voltar a ter um contato mais próximo com a comissão técnica.
"Como já conhecia o Vanderlei, facilitou minha adaptação nos primeiros meses e ajudou bastante. Foram meses de aprendizado, também. Agora com uma comissão técnica nova e de outro país, no início tivemos dificuldade, um afastamento, mas é natural. Até eles me conhecerem, eu também os conhecer, teve esta adaptação. Mas hoje tenho total liberdade com a comissão técnica, eles sentem confiança em mim. São coisas que você vai conquistando", comentou.
Entre as conversas que teve com Abel na última temporada, Edu Dracena chegou a perguntar se o treinador não sentia falta de jogar. O assessor técnico fez o questionamento antes da primeira final da Copa do Brasil, contra o Grêmio. Apesar de ter "balançado" antes daquela decisão, ele não se arrepende de anunciar a aposentadoria aos 39 anos de idade.
"Eu encerrei na hora certa e no lugar certo. Lógico, quem não quer jogar uma final da Libertadores, de Copa do Brasil, do Paulista? Nestes momentos mexe com um ex-jogador, traz uma adrenalina, um frio na barriga inexplicável. Só sente quem está lá. Eu perguntei para ele: 'Não dá vontade de jogar, Abel?'. Eu sinto, mas é por isso que digo aos jogadores, para aproveitar estes momentos, porque não sabemos quando haverá outra oportunidade. Mas só sinto falta das decisões, do filé mignon. Nos jogos normais e nos treinos não dá vontade não [risos]", concluiu.
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