Mauro: CBF se mete na gestão dos clubes com limitação de troca de técnicos
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) limitou o número de trocas de técnico nos clubes para o Campeonato Brasileiro 2021. A nova regra, proposta pela entidade e aprovada pela maioria dos clubes, permite apenas uma demissão de treinador para contratação de um novo — se o time demitir dois técnicos, vai precisar acionar algum outro funcionário que já trabalha na equipe, como um auxiliar ou treinador do sub-20. Para o comentarista Mauro Cezar Pereira, a medida é uma intervenção indevida. O colunista do UOL analisou o assunto na última edição do "Fala, Maurão".
"A CBF não consegue organizar o seu próprio campeonato, mas resolve se meter na gestão dos clubes, proibindo de ter mais do que uma troca de técnico. A gente critica muito a bagunça do futebol brasileiro, as trocas sem sentido, mas o clube é o empregador. É ele que deve definir se quer ficar com aquele técnico, se quer ficar com outro", argumenta o blogueiro do UOL Esporte.
Mauro Cezar dá como exemplos o Palmeiras de 2018 e o Flamengo dos últimos dois anos, times que trocaram de técnico no meio da temporada e depois venceram o Brasileirão.
"Nos últimos anos, os times trocaram de treinador durante a temporada, e até durante o campeonato [brasileiro], e foram campeões. Por que a CBF tem que se meter nisso se ela não consegue organizar um calendário minimamente razoável? E um problema: isso pode restringir o mercado de trabalho para alguns treinadores, que podem perder oportunidades interessantes", opina Mauro Cezar.
"Isso acontece no mundo inteiro. Se é certo ou errado, não existe uma regra e vai variar a cada caso. Não cabe à CBF se meter nisso. E pode ser um tiro no pé para alguns treinadores que vão ter portas fechadas por uma canetada", conclui.
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