Fala, Maurão: Com clubes asfixiados, bolha pode ser solução para o Paulista
A FPF (Federação Paulista de Futebol) estuda a possibilidade de criar uma "bolha", local onde atletas e outros personagens seriam confinados para dar sequência à disputa do Campeonato Paulista durante a segunda onda da pandemia do novo coronavírus. Para Mauro Cezar Pereira, colunista do UOL, a ideia é boa e pode ser uma solução para o atual momento.
"Eu venho falando isso há mais de um ano. Eu acho que é um caminho e pode ser uma solução para que os jogos possam continuar acontecendo. Vamos falar aleatoriamente aqui de uma área de ação menor: Pacaembu, Allianz, Morumbi e Itaquera. Jogos na capital, onde os estádios têm áreas amplas. Todo mundo fica no CT, faz teste e joga. Volta pro CT. Não vai ninguém para casa. Jogadores que são essenciais saem do CT para jogar e voltam. Apenas isso", disse no "Fala, Maurão".
Segundo o blogueiro, a medida é algo provisório e que deveria ocorrer principalmente durante o período em que há falta de leitos no Estado. Mauro Cezar defender a realização dos jogos neste período e explica:
"Os jogos poderiam ocorrer no período de um mês, talvez até em uma frequência maior para acelerar o campeonato e, consequentemente, poder pagar aquilo que a TV tem direito, pois ela desembolsa por isso. As pessoas podem se perguntar: 'Por que não parar?'. É preciso entender o óbvio. Por que os clubes tanto insistem na realização dos jogos? Porque o futebol não aguenta mais parar. Clubes estão financeiramente asfixiados. Se ficarem novamente semanas ou meses sem jogar, as finanças vão para o espaço. É uma tentativa de sobreviver. Ficaram sem jogar por 100 dias no ano passado e estão sem bilheteria desde então. Clubes estão desesperados", afirmou.
Ele ainda lembra que, após 100 dias de paralisação do futebol, muitos times foram surpreendidos com testes positivos de covid-19 em massa. Para Mauro, isso mostra que alguns jogadores e funcionários não tomam o devido cuidado também quando estão em casa —ou em alguma aglomeração. Para o blogueiro, até nisso a bolha poderia ajudar.
"A bolha pode, sim, ser uma saída. Se for algo mais seguro, ok. Agora, muitas das pessoas que trabalham com futebol, atletas e [pessoas] que cercam jogadores não necessariamente foram infectados jogando ou treinando. É possível que essas pessoas tenham sido infectadas fora, em um ambiente doméstico, em algum lugar que foram, aglomerações. Não sabemos se está todo mundo sendo responsável. Com a bolha tem até um controle maior dessa situação. Em tese, pode ser uma solução. Funcionou na NBA e pode funcionar aqui por um período se for bem executada", finalizou Mauro.
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