Por que Cuca sempre que pode solicita a contratação de Tchê Tchê
Ligado no mercado e de olho em negócios de ocasião, o Atlético-MG deve anunciar em breve o empréstimo por uma temporada do volante Tchê Tchê, atualmente no São Paulo. O desejo do Galo pelo jogador de 28 anos parte de uma relação muito intensa que existe entre Cuca e o meio-campista, que está perto de ser, pela terceira vez, comandado pelo treinador.
O desempenho de Tchê Tchê no Campeonato Paulista de 2016 pelo Audax, vice-campeão estadual naquele ano, chamou a atenção de Cuca, que desejou ter o atleta no Palmeiras. No clube alviverde, os dois trabalharam nas duas últimas passagens do treinador pela Academia do Futebol [2016 e 2017], além de se reencontrarem no São Paulo, em um novo pedido do atual treinador do Atlético-MG.
Diante do iminente acerto entre São Paulo e Atlético-MG, Cuca e Tchê Tchê devem trabalhar juntos no terceiro clube em cinco anos, em um novo capítulo da parceria.
Um dos principais motivos de Cuca gostar tanto de Tchê Tchê é a polivalência do jogador. O volante chegou a ter fama de "todo-campista" por ocupar bem a faixa central do campo e se fazer presente tanto na parte defensiva quanto ofensiva. Mesmo sem pisar tanto na área adversária, o volante foi experimentado pelo treinador em diversas posições, lateral direito, esquerdo, ponta e volante, lugar preferido do atleta no gramado.
Comandado por Eduardo Baptista em 2017 no Palmeiras, Tchê Tchê foi deslocado para atuar como meia, posicionado de costas para o gol. Dessa forma o seu rendimento caiu e o jogador, titular absoluto na temporada anterior, acabou indo para o banco. Ele só foi retomar a confiança e a posição no 11 inicial palmeirense quando Cuca retornou ao clube. E naquela ocasião o próprio meio-campista comemorou o retorno do "professor".
"Aprendi bastante coisa com o Eduardo e sou grato a ele também, mas nunca escondi dele que estava em uma função em que não me sentia à vontade. Muitas vezes ficava ali no meio dos volantes, pegando a bola de costas. Não é uma crítica, mas prefiro a maneira como o Cuca joga", disse o meio-campista, em 2017.
Cuca também é admirador das valências agilidade, passe, movimentação, chute de média distância e passe final de Tchê Tchê. De acordo com o site SofaScore, especializado em estatísticas do futebol, dentre 53 volantes com pelo menos 50% dos jogos disputados na última edição do Campeonato Brasileiro, Tchê Tchê foi o 1º em acerto de passes (93% de efetividade).
O volante também foi o 2º em gols (quatro), o 14º em assistências (duas), o 20º em passes longos (68% de efetividade), o 36º em duelos ganhos (47%), o 40º com mais faltas cometidas (31) e só o 47º em desarmes (24), fundamento esse último que foi motivo de críticas por parte de torcedores do São Paulo recentemente.
Marcação
Tchê Tchê não é um meio-campista de marcação forte. As últimas temporadas mostraram que ele se posiciona bem em campo, mas não é um "pitbull", como diz a gíria do futebol. O jogador aparece mais na construção de jogadas do que, propriamente, na força defensiva.
Outra característica importante de Tchê Tchê é o chute de perna esquerda. Apesar de ser destro, o volante já marcou gols em partidas importantes com o pé que não é o seu dominante.
Quando chegou ao São Paulo, Tchê Tchê recebeu muitos elogios de Cuca. "É um jogador que vocês conhecem do tempo do Audax, jogador versátil, joga em diversas posições, tem uma junção do meio ao ataque muito rápida, jogador que, sem dúvida nenhuma, fará grandes campeonatos pelo São Paulo. Não tenho dúvida nenhuma que foi uma grande aquisição", afirmou o treinador à época.
Títulos e prêmios
Tchê Tchê também se acostumou a empilhar taças importantes na carreira, tanto no aspecto coletivo quanto individual. Sagrou-se campeão brasileiro pelo Palmeiras (2016) — participou de alguns jogos na campanha do título brasileiro de 2018 também —, venceu a Supercopa da Ucrânia pelo Dinamo de Kiev (2018/2019), além dos prêmios individuais de melhor volante do Brasileirão 2016 (pela Confederação Brasileira de Futebol e Troféu Bola de Prata), melhor meio-campista no Troféu Mesa Redonda (2016), melhor meia do Campeonato Paulista (2016) e revelação da mesma edição do Paulistão.
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