Cuca muda estilo, desiste de 'volante brucutu' e indica uso de Tchê Tchê
Cuca já dirigiu o Atlético-MG em três jogos nesta segunda passagem do treinador pelo clube e ainda segue em busca de seu time titular. Assim como fez na primeira vez que passou pela Cidade do Galo, entre 2011 e 2013, o comandante elegerá um 11 inicial específico, mas pela quantidade de partidas que a temporada de 2021 reserva promoverá uma rotatividade dependendo das circunstâncias do jogo e do campeonato.
O que Cuca também alterou foi o seu pensamento sobre essa montagem de time. Agora ele entende o futebol de forma mais moderna e diferente daquilo que pensava em meados dos anos 2010.
É que em sua primeira passagem pelo Atlético-MG o treinador usou alguns jogadores no meio-campo com fama de "pitbull", atletas marcados mais pela forte marcação do que pela qualidade, e que tinham papel de "destruírem as jogadas" dos adversários. Na linguagem popular do futebol, Pierre e Leandro Donizete "limpavam a barra" para a meia-ofensiva do Galo, que tinha Bernard, Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Jô, atuar.
Agora, em sua segunda passagem pelo clube, muitos torcedores imaginaram que o treinador pediria a contratação dessa peça "destruidora", do cão de guarda para honrar a expressão "cada enxadada uma minhoca" no time. No entanto, a resposta para essa pergunta pode até surpreender. Esse jogador não deve chegar.
Sem volante brucutu
Após a vitória por 3 a 1 sobre o América-MG na sétima rodada do Campeonato Mineiro, Cuca foi perguntado sobre a situação do volante Tchê Tchê, que em breve será anunciado como novo reforço do Galo, vindo por empréstimo do São Paulo até maio de 2022. O treinador se esquivou efetivamente de uma análise sobre o futuro contratado, mas defendeu a contratação mostrando uma nova linha de pensamento sobre a formação do meio-campo de sua equipe. Já sem o "volante brucutu" de outrora.
"Não precisa ser um exímio marcador para ser primeiro volante. Não existe mais aquele primeiro volante que só marque. Ele tem que dar início a toda jogada. O Allan faz isso, o Zaracho faz isso, o Tchê Tchê faz isso e dá qualidade para o jogo. O adversário, os que menos marcam, são os meias. Se você tiver um volante que jogue, é onde você pode ter a vantagem no jogo", disse ao fim do clássico com o Coelho, ontem, falando do papel do primeiro volante.
Tchê Tchê pode ser o início da resolução de uma importante dúvida de Cuca. O técnico, até por sua recente volta ao Galo, ainda não tem o seu time titular definido e possui incertezas quanto ao 11 inicial.
Contratação de Tchê Tchê
A contratação de Tchê Tchê abrirá leques de possibilidades para Cuca. O jogador deve chegar para disputar posição com Zaracho, Allan e Jair, e ajudar na transição das jogadas de meio para o ataque. E pela polivalência do meio-campista o treinador poderá utilizá-lo em outras funções.
Um dos principais motivos de Cuca gostar tanto de Tchê Tchê é a polivalência do jogador. O volante chegou a ter fama de "todo-campista" por ocupar bem a faixa central do campo e se fazer presente tanto na parte defensiva quanto ofensiva. Mesmo sem pisar tanto na área adversária, o volante foi experimentado pelo treinador em diversas posições, lateral direito, esquerdo, ponta e volante, lugar preferido do atleta no gramado.
Cuca também é admirador das valências agilidade, passe, movimentação, chute de média distância e passe final de Tchê Tchê. De acordo com o site SofaScore, especializado em estatísticas do futebol, dentre 53 volantes com pelo menos 50% dos jogos disputados na última edição do Campeonato Brasileiro, Tchê Tchê foi o 1º em acerto de passes (93% de efetividade).
O volante também foi o 2º em gols (quatro), o 14º em assistências (duas), o 20º em passes longos (68% de efetividade), o 36º em duelos ganhos (47%), o 40º com mais faltas cometidas (31) e só o 47º em desarmes (24), fundamento esse último que foi motivo de críticas por parte de torcedores do São Paulo recentemente.
Com a chegada de Tchê Tchê o Galo terá dez jogadores disponíveis para o meio-campo. Ao lado do volante estarão também os argentinos Nacho Fernández e Matías Zaracho, o equatoriano Alan Franco, Jair, Nathan, Allan, o colombiano Dylan Borrero, além de Hyoran e Calebe.
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