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Grêmio fez exames até meia-noite e teve longo dia de tensão em Quito

Grêmio chegou a Quito, no Equador, na segunda-feira e fez exames até final da noite - Divulgação/Grêmio FBPA
Grêmio chegou a Quito, no Equador, na segunda-feira e fez exames até final da noite Imagem: Divulgação/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/04/2021 04h00

A estadia do Grêmio no Equador está marcada pela apreensão. De malas prontas para deixar Quito, após ser impedido de treinar e ver o jogo contra o Independiente Del Valle ser remarcado para sexta-feira (9), no Paraguai, a delegação brasileira viveu horas de tensão com os exames para Covid-19 feitos por autoridades locais. Também conviveu com a incerteza sobre novos casos ao longo da terça (6) e, por fim, se deparou com a cena de veto ao treino.

Independiente Del Valle e Grêmio jogam pela terceira fase preliminar da Copa Libertadores. O jogo de ida, no estádio Casablanca, era para acontecer hoje (7). A segunda partida, em Porto Alegre, segue agendada para quarta-feira que vem (14).

A viagem gremista já começou com uma bomba. Na segunda-feira (5) pela manhã, Renato Portaluppi foi afastado por apresentar sintomas do novo coronavírus. No meio da tarde, com a delegação em deslocamento, o treinador teve a confirmação da doença.

Jogadores, comissão técnica e estafe gremista, ao desembarcarem no Equador, se depararam com um protocolo que se arrastou por horas. No hotel em Quito, a comitiva brasileira recebeu autoridades locais para nova bateria de testes de Covid-19. A testagem em toda delegação se alongou até perto da meia-noite.

Parte da delegação carregava a tensão pela testagem positiva de Renato e chance de novos casos. A espera pelos resultados gerou uma dose de ansiedade nos corredores do hotel, localizado no bairro El Mariscal, na capital equatoriana.

Na véspera do jogo, o Grêmio tinha treino marcado às 18h30 (horário de Brasília), no CT da LDU. Mas bem antes do deslocamento para a atividade, o clube foi informado do resultado positivo em dois jogadores: Paulo Victor e Vanderson. Os atletas foram afastados, e a Conmebol notificada. Em Porto Alegre, a notícia chegou cedo e também espalhou apreensão.

Perto do horário do treinamento, o momento máximo de tensão. Ao preparar o deslocamento até o local do treino, o Grêmio foi informado pela polícia equatoriana que não poderia sair do hotel. Os oficiais não deram margem para debate e citaram os casos positivos de Covid-19. Os brasileiros foram barrados literalmente na porta do QG. As novidades também foram reportadas ao clube, no Brasil. E a aflição foi às alturas.

Em Quito, a comissão técnica improvisou treino em um salão do hotel. Os jogadores fizeram exercícios físicos leves e foram orientados a ficar nos quartos, até segunda ordem.

A conexão Porto Alegre-Quito acelerou o diálogo com a Conmebol. Informada do veto equatoriano ao treino, e da reclamação gremista de desequilíbrio na véspera do jogo, a entidade acionou autoridades locais. Pediu aos brasileiros para esperar. Durante um bom tempo, o Grêmio flutuava entre a certeza de que a partida seria adiada e a apreensão total.

No início da noite, pelo horário de Brasília, a delegação do clube gaúcho recebeu ofício da Conmebol informando a suspensão do jogo em Quito. O argumento da entidade foi a falta de garantia equatoriana para a partida. O mesmo documento agendou o duelo com o Del Valle para o Paraguai, na sexta-feira.

A partir da confirmação, o Grêmio avançou na missão de montar plano de viagem. O clube deve usar o CT da Conmebol, em Assunção, para treinar. A delegação vai ser escoltada pela polícia equatoriana até o aeroporto. E ao desembarcar no Paraguai, fará novos exames de Covid-19. Paulo Victor e Vanderson deixarão Quito em avião diferente, particular, na quinta-feira (8).