Na vitória do Paris Saint-Germain por 3 a 2 diante do Bayern de Munique, no primeiro jogo pelas quartas de final da Liga dos Campeões, Mbappé saiu como protagonista com dois gols marcados, mas o brasileiro Neymar teve participação importante, com duas assistências, uma para o francês e outra para o zagueiro Marquinhos, que marcou o segundo do time parisiense.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte com os jornalistas Júlio Gomes, Mauro Cezar Pereira e Rafael Oliveira, a atuação do camisa 10 do Paris Saint-Germain é avaliada e Mauro destaca a mudança de posicionamento sob o comando do técnico argentino Mauricio Pochettino, assumindo mais a função de distribuir o jogo com passes para gols.
"Foram 85 ataques contra 11, 85 ataques do Bayern e 11 do PSG. Se em 11 ataques no jogo inteiro, o cara dá dois passes que se transformam em gol, eu acho que isso já mostra que a atuação do Neymar foi muito boa, dentro de uma proposta diferente, o Neymar cada vez mais no time do Pochettino é um garçom, é o cara que vai conduzir a bola e vai distribuir para os companheiros. Também vai fazer gols, também vai aparecer para finalizar, claro, mas ele tem hoje uma outra função e eu acho isso muito legal, eu vejo isso como uma evolução", diz Mauro Cezar.
"O Neymar era um ponta esquerda rápido, de repente o Neymar é um atacante, houve um momento, 'o Neymar vai ser um falso centroavante'. O que o Neymar é afinal? Hoje ele está mostrando que pode jogar como um 10, que conduz a bola, que distribui o jogo, que faz um passe decisivo e que aparece para marcar os gols também. Isso para mim é legal, é um ponto positivo", completa.
Enquanto Neymar muda de função, o jogador que tem sido mais decisivo para o time é o francês Kylian Mbappé, que novamente deixou sua marca, como já havia feito no confronto anterior com o Barcelona e em jogos importantes da temporada pelo Campeonato Francês e a Copa da França, com o brasileiro ausente em boa parte devido às lesões, o que leva o jornalista a apoiar que o camisa 7 é hoje o protagonista do PSG, enquanto Neymar está como coadjuvante.
"No contexto do Paris Saint-Germain, analisando não o jogo de hoje, mas o contexto da temporada do PSG, até pelas lesões do Neymar, e aí não é culpa dele, ele se machucou, para mim ele hoje é um coadjuvante, a estrela é o Mbappé, porque o Mbappé é o cara que está fazendo os gols e decidindo os jogos, tem sido assim. Foi contra o Bayern, foi contra o Lille na Copa da França, foi contra o Lyon no Campeonato Francês", diz Mauro.
O jornalista também afirma não ver problema em Neymar ser coadjuvante de Mbappé e diz que o cenário já foi parecido na campanha da Liga dos Campeões em 2015, quando considera que Lionel Messi foi coadjuvante do brasileiro no Barcelona.
"Ser em um determinado momento um coadjuvante do Mbappé, como eu acho que ele hoje é, não vejo vergonha nenhuma, muito pelo contrário, o Mbappé é mais jovem, mas tem até Copa do Mundo no currículo, e é um jogador extraordinariamente decisivo, o terceiro gol, a finalização é brincadeira a maneira como ele consegue dominar, cortar e chutar no contrapé do goleiro Neuer, e o Neymar está até pedindo a bola no centro", diz Mauro.
"Em 2015, quando ganhou a Champions League com Messi e Neymar no Barcelona do Luís Enrique, o Messi teve momentos e que foi ofuscado pelo Neymar, o Neymar mais jovem que o Messi, brilhando muito, fez gol em final, brilhou na final, e em muitos jogos também, ele foi um dos artilheiros da competição. Não vejo nenhum problema, acho até uma oportunidade de demonstrar maturidade, a tal maturidade que tanto nós cobramos do Neymar, que é natural que se cobre, entendendo o seu papel dentro dessa equipe, taticamente a sua função, a sua missão em campo e que ele e o Mbappé têm que somar um ao outro e não ter uma disputa por protagonismo", conclui.
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