De Kaká a Daniel Alves, veja a anatomia da dívida que atormenta o São Paulo
O São Paulo tenta repactuar pendências e equacionar a dívida estimada de R$ 580 milhões. Neste contexto, procura credores a fim de discutir valores e buscar uma nova forma de pagamento das pendências. O presidente Julio Casares foi atrás de antigos parceiros e conseguiu ajustar alguns casos. Outros seguem em aberto e são discutidos.
A diretoria já conseguiu fazer acordo com o Athletico-PR por Pablo e até com o Toluca, do México, por Christian Cueva, que esteve no Morumbi entre 2016 e 2018. Há negociações com o Dínamo de Kiev por causa de Tchê Tchê e também com o Orlando City pelo empréstimo de Kaká, em 2014.
Também há pendência de salários com membros do atual elenco por causa dos parcelamentos da remuneração dos jogadores, feito em meio à pandemia do novo coronavírus, ainda no ano passado. Daniel Alves também tem cerca de R$ 12 milhões para receber do clube.
O UOL Esporte detalha os casos de dívidas do São Paulo por causa das aquisições de atletas, salários com jogadores e até a enorme pendência com Daniel Alves.
Cueva
O São Paulo teve que renegociar o débito com o Toluca, do México, pela contratação de Christian Cueva, ocorrida em junho de 2016, ainda no decorrer da gestão de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco. O débito era avaliado em R$ 6 milhões. O clube já pagou uma entrada e parcelou o restante do valor.
Os direitos econômicos do peruano foram adquiridos por US$ 2,5 milhões (R$ 8,8 milhões à época). Os valores seriam pagos em parcelas divididas por três anos, até meados de 2019. Contudo, as prestações não foram honradas nas datas corretas, e o débito só foi renegociado no início deste ano.
Cueva ficou no Morumbi entre 2016 e 2018, até ser negociado para o Krasnodar, da Rússia, por 8 milhões de euros (cerca de R$ 36 milhões à época). Mesmo com a venda, a pendência pelo atleta permaneceu.
Tchê Tchê
A dívida do São Paulo por Tchê Tchê é de cerca de R$ 22 milhões na cotação atual. O clube contratou o jogador em março de 2019 e não quitou todas as parcelas vencidas com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia. Desde janeiro do ano passado, o débito é cobrado nos tribunais da Fifa. Com o caso avaliado pelo CAS (Corte Arbitral do Esporte), o São Paulo tenta um acordo antes da data prevista para decisão.
O tribunal que julga recursos da Fifa prepara uma definição sobre o caso até 10 de maio, conforme apurado pelo UOL Esporte. A diretoria do São Paulo tenta, antes dessa data, um acordo com os ucranianos.
O clube europeu, contudo, não deseja negociar o parcelamento por entender que o Tricolor paulista demorou a procurá-lo para uma conversa nos bastidores. Houve uma repactuação inicial do débito, feita pela gestão anterior. A falta de pagamento do passado também incomodou o Dínamo de Kiev.
Pablo
O São Paulo também conversou com o Athletico-PR para revisar o débito de R$ 15 milhões por Pablo. Havia uma pendência de R$ 12 milhões em relação ao atleta, que foi contratado em dezembro de 2018, além de uma parcela futura de R$ 3 milhões.
O Tricolor paulista renegociou a forma de pagamento, com uma entrada de R$ 3,2 milhões e o parcelamento do restante em cinco vezes até setembro de 2021. As prestações serão de R$ 2,36 milhões cada.
Kaká
O São Paulo tem dívida de US$ 1 milhão (R$ 5,56 milhões na cotação atual) com o Orlando City, dos Estados Unidos, pelo empréstimo de Kaká, no mercado da bola de 2014. A diretoria tenta parcelar o débito.
O acordo estabelecia alguns ganhos financeiros ao Orlando City, inclusive, parte da receita dos jogos ocorridos no Morumbi que contassem com a presença do atleta. O compromisso, no entanto, não foi cumprido integralmente pelo Tricolor paulista. Diante do descumprimento do acordo, o clube norte-americano acionou a Justiça comum a fim de receber cerca de R$ 18 milhões, incluindo as pendências dos brasileiros e uma multa elevada, que também estava determinada em cláusulas do contrato.
O São Paulo conseguiu reverter a situação e evitou o pagamento da multa exigida pelo parceiro à época, deixando em aberto somente o valor da dívida.
Daniel Alves
O São Paulo admite dívida de cerca de R$ 12 milhões com Daniel Alves. O valor é referente a direitos de imagem não pagos durante a gestão passada, de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco. A atual administração, do presidente Julio Casares, propôs parcelar o débito com o meio-campista, o que ainda é discutido entre as partes.
O dono da camisa 10 custa o equivalente a R$ 25,3 milhões por ano em sua passagem pelo clube paulistano, sendo o atleta mais caro do clube atualmente. Os valores em questão consideram salários na CLT (Consolidações das Leis Trabalhistas), direitos de imagem, luvas e até impostos trabalhistas.
Os pagamentos a Daniel Alves, contudo, são feitos de forma distinta dos demais membros do plantel. Ele ganha R$ 500 mil mensalmente em valores na CLT (Consolidações das Leis Trabalhistas), o que lhe confere R$ 6,5 milhões ao ano somente desta forma. O restante é pago semestralmente (em outubro e março) pelo clube e é referente a direitos de imagem e luvas do jogador, que estava livre no mercado da bola após o fim do compromisso com o Paris Saint-Germain, em agosto de 2019.
Acordo de 2020 com o elenco
O São Paulo tem dívida elevada com o elenco por causa do adiamento de 50% dos salários de 2020, conforme acordo costurado pela gestão de Leco. Este montante é pago desde março passado em 12 prestações, com vencimento no dia 10 de cada mês. Se considerados apenas os valores que devem ser pagos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), o clube deve ao plantel cerca de R$ 14 milhões, de acordo com a proposta orçamentária desta temporada.
Este valor dos salários já foi pago aos atletas durante o mês passado. Hoje, os salários de 2021 estão em dia, restando pendências de direitos de imagem, que devem ser quitadas nos próximos dias.
A diretoria passada também cortou os direitos de imagem do plantel e fez um acordo para pagá-los a partir de 2021. Os valores ainda não foram quitados com os atletas.
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