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ANÁLISE

Mauro: Real Madrid é o clube que joga a Champions com maior tranquilidade

Do UOL, em São Paulo

14/04/2021 20h10

O Real Madrid conseguiu sustentar a vantagem construída no primeiro jogo do confronto com o Liverpool e se classificou para as semifinais da Liga dos Campeões em busca do 14º título da competição, tendo como próximo adversário o Chelsea, enquanto o Manchester City virou para cima do Borussia Dortmund e vai encarar o Paris Saint-Germain, que desbancou o Bayern de Munique.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte com os jornalistas Julio Gomes, Mauro Cezar Pereira e Rafael Oliveira, a definição dos quatro clubes classificados para as semifinais é analisada, assim como as possibilidades das equipes na reta final da competição europeia e os personagens das quartas de final.

Com três clubes que contam com dinheiro estrangeiro de donos bilionários, casos de Paris Saint-Germain, Manchester City e Chelsea, o Real Madrid chega para a semifinal em busca de mais um título na competição na qual é o maior campeão e chega com certa tranquilidade por seu histórico, na opinião de Mauro Cezar Pereira.

"Até ganhar a décima edição da Liga dos Campeões em sua história, o Real Madrid enfrentou ali um período em que sofria um pouco, porque não ganhava a décima, ela nunca chegava e tal, mas depois disso, realmente, talvez seja o clube que dispute essa competição com a maior naturalidade, com a maior tranquilidade, não se abale", afirma o jornalista.

"E talvez seja o clube que quando eliminado, eventualmente eliminado, embora sempre repercuta a eliminação de um grande clube, se não for uma eliminação acachapante, a barriga está tão cheia que nem dá para reclamar muito, porque foram muitas conquistas em um curto espaço de tempo depois dessa espera pela décima conquista. Eu acho que isso também pode pesar", completa.

Mauro Cezar também destaca a permanência de uma base da equipe que teve um período dominante no futebol europeu, como Benzema, Sergio Ramos e o trio de meio de campo formado por Casemiro, Luka Modric e Toni Kroos.

"Os jogadores são bons, é um grupo, é uma espinha dorsal que se mantém por um bom tempo. Todo final de temporada tem especulações, vai mudar, vai contratar todo mundo e não está indo embora, passou a contratar mais jogadores jovens até e alguns deles até já são utilizados, a última contratação pesada, que foi o Hazard, foi um grande fiasco até aqui", diz o colunista do UOL.

"Aqueles caras do tripé do meio-campo, o Benzema, os homens da zaga, esses caras estão lá ainda até hoje e correspondendo às expectativas e é uma espinha dorsal muito longeva, porque continua lá e continua dando resultado, os caras sabem jogar esse negócio aí, eles sabem como se comportar e isso fica muito claro nesses momentos como o dessa classificação em cima do Liverpool", completa.

'Gordura' e chances perdidas do Liverpool criaram cenário confortável

Mauro Cezar Pereira também analisa como importante para o Real Madrid a necessidade de dois gols do Liverpool para se classificar, sendo que com o tempo passando e o clube inglês não aproveitando as oportunidades criadas, o cenário foi ficando mais confortável para o time comandado por Zinédine Zidane.

"O fato de precisar de dois gols e não ter conseguido abrir o placar, manteve sempre o Real Madrid com algum conforto, a gordurinha não foi queimada, não foi utilizada, a gordurinha é o 'posso perder por 1 a 0'. Se sai um gol do Liverpool, o jogo muda, porque você fica a um gol da classificação, e isso não aconteceu. E no momento em que o Liverpool mais perto parecia estar do gol, ele não conseguiu abrir o placar", diz o jornalista.

"As chances no primeiro tempo foram desperdiçadas e aí a coisa realmente ficou mais fácil para o Real Madrid, que pôde jogar também do seu jeito, contra-atacando, mandou bola na trave. Não foi dramática a classificação, mas esse também é um Liverpool que não é o de duas temporadas atrás e nem da temporada passada, quando até foi eliminado por essa regra bizarra de gol fora de casa valendo na prorrogação", conclui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL