Nervosismo, pênaltis e cansaço: como Palmeiras deixou mais uma taça escapar
Brasília (DF), pênaltis, nervosismo, briga, uma boa vantagem escapandoqq e o vice-campeonato. Os elementos se repetiram na segunda final perdida pelo Palmeiras em menos de uma semana. Após ser derrotqado nas penalidades pelo Flamengo pela Supercopa do Brasil, o time voltou a cair dessa forma para perder a taça da Recopa Sul-Americana para o Defensa y Justicia (ARG).
A equipe de Abel Ferreira saiu na frente contra o Defensa, depois de já ter ganhado a partida de ida na Argentina. Mas não foi capaz de administrar os nervos, limitar seus erros e segurar o resultado no estádio Mané Garrincha. O mesmo palco onde já tinha ficado em vantagem na Supercopa contra o Flamengo (1 a 0 no início do jogo e, depois, 3 a 1 nas penalidades). Se, contra os rubro-negros, o time ainda teve força para buscar um empate, dessa vez teve de amargar a virada dos argentinos, antes de os pênaltis voltarem a ser um pesadelo.
E pensar que foi justamente um pênalti que poderia ter garantido o título do Palmeiras, evitando esse drama todo. Inspirado, valente, Rony sofreu, já na prorrogação, a terceira falta dentro da área nos últimos dois jogos, mas Gustavo Gómez desperdiçou a chance. Bateu fraco, nas mãos de Ezequiel Unsain.
Aliás, o paraguaio bateu da mesma forma na disputa por pênaltis, e Unsain novamente fez a defesa, mas a bola pegou um efeito para voltar para o gol. Luiz Adriano, na trave, e Weverton, por cima, não tiveram a mesma sorte. No fim, somando as duas finais, o Palmeiras desperdiçou sete cobranças. Pode ter sido o cansaço: o Palmeiras é o time que ganhou o último título da temporada 2020 já em fevereiro de 2021, sem poder fazer nada parecido com uma pré-temporada e ainda teve suas atividades novamente interrompidas como consequência da pandemia.
Mas também pode ter sido a tensão elevada. Afinal, o duelo ainda foi marcado por mais uma confusão envolvendo a comissão técnica do Palmeiras. Diante do Flamengo, o técnico Abel Ferreira e o auxiliar João Martins foram expulsos, sendo que Martins chegou a trocar socos no túnel com Marcos Braz, vice-presidente de futebol rubro-negro.
Desta vez, outro auxiliar de Abel, Vitor Castanheira, acabou recebendo o vermelho e por pouco a confusão não tomou os mesmos contornos no túnel após o atacante Braian Romero também ser excluído da partida. Além dele, o gerente Cícero Souza e o preparador Magoo também receberam vermelho durante o jogo.
Antes disso, num prejuízo mais relevante, o lateral esquerdo Matías Viña já havia sido excluído do jogo aos 22 do segundo tempo, deixando seu time com um a menos por mais de meia hora.
"Vai ser um desafio. Foram dois jogos que perdemos nos pênaltis, com tudo para ganhar durante o tempo normal. Temos que aguentar a dor, não há outra forma, temos que sofrer, que é o que sinto agora", disse Abel Ferreira.
Em sua entrevista, resignado, Abel procurou valorizar mais os resultados obtidos por seu time na temporada 2020 do que reforçar suas críticas ao calendário brasileiro, bagunçado e apertado ainda em meio à pandemia. Em termos de reclamações, disse que a final da Recopa não deveria ter sido disputada em Brasília. E, ironicamente, afirmou que era o "culpado" pelas derrotas —se o futebol brasileiro quiser sempre procurar um responsável por títulos perdidos.
Após jogar três jogos finais consecutivos, dois pela Recopa e um pela Supercopa, o desgastado Palmeiras de Abel Ferreira não terá descanso e já volta a campo menos de 48 horas depois, nesta sexta-feira (16), às 22h, quando terá pela frente o clássico contra o São Paulo, no Allianz Parque.
"Para perder é preciso chegar aqui. Essa equipe ganhou o Paulista, não comigo, perdeu um Brasileirão porque era impossível com o calendário que tínhamos, ganhamos a Libertadores porque fomos para a final, perdemos o Mundial porque fomos à final, perdemos a Supercopa porque fomos à final e perdemos a Recopa porque fomos à final. Vai ser um ano duro, mas é aguentar, suportar e seguir em frente", afirmou o português.
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