Cury critica Cruzeiro e diz que clube pode só retomar força em 15 anos
O empresário André Cury, um dos mais influentes no mundo do futebol, é credor nos dois maiores clubes de Minas Gerais e tem quantias consideráveis a receber tanto do Atlético-MG quanto do Cruzeiro. Conhecedor de detalhes do mercado da bola, o agente fez críticas ao modelo de gestão adotado pela Raposa, que por anos contratou vários jogadores sem ter como pagar pelas aquisições.
"Falando do Cruzeiro, um pouco, o problema não é só da gestão do Wagner [Pires de Sá]. A gestão anterior ao Wagner, quando ao presidente era o Gilvan [de Pinho Tavares], também cometeu muitos erros, como contratação cara, jogador que veio e nem jogou, e isso aí vai endividando o clube", comentou em entrevista ao portal esportivo mineiro Superesportes.
Antes de Wagner Pires de Sá tomar posse, o prejuízo acumulado do Cruzeiro, entre 2012 e 2017, atingiu R$ 174,6 milhões no período em que Gilvan de Pinho Tavares presidiu o clube.
"Se não aparecer nenhum tipo de coisa, como colocar ação na bolsa de valores [clube-empresa], porque aí a torcida pode participar, se não aparecer um cara para comprar 50% das ações, ou 51%, porque ninguém vai comprar menos que 51%, acho que vai ser muito difícil a sobrevivência do Cruzeiro. Muito difícil mesmo", comentou.
A gestão Wagner Pires de Sá citada por André Cury, que perdurou entre o fim de 2017 até dezembro de 2019, deixou um rombo estratosférico no Cruzeiro: déficit de R$ 394 milhões, como se o clube tivesse prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia, agravando a vida financeira do clube que já não era saudável. O rombo à época, se comparado ao de 2018, aumentou em mais de 500%.
"Estou falando da sobrevivência, não estou falando de voltar a ganhar títulos. Eu estou falando da sobrevivência. Vai ter que trabalhar muito e, para reestruturar tudo, para voltar a ser competitivo, na minha opinião, vai demorar 15 anos", opinou.
Clube-empresa
O presidente Sérgio Santos Rodrigues é um dos apoiadores do Projeto de Lei (PL) 5516/2019, de autoria do senador por Minas Gerais, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que trata da criação do "Sistema do Futebol Brasileiro, mediante tipificação da Sociedade Anônima do Futebol, estabelecimento de normas de governança, controle e transparência, instituição de meios de financiamento da atividade futebolística e previsão de um sistema tributário transitório".
Enquanto há discussões sobre esse e outros temas similares em Brasília, o Cruzeiro se antecipa para fomentar um projeto de clube-empresa dentro das necessidades atuais do clube.
"Estamos começando uma jornada de cultura clube empresa, por isso esse projeto é importante, não só para o Cruzeiro, mas um projeto de transformação da indústria. Estamos sendo protagonistas da história, é um grande marco para a história do futebol, para essa indústria", garantiu Gustavo Hazan, gerente sênior para o Mercado Esportivo da EY.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.