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Mancini vê insatisfação crescer e vive seu pior momento no Corinthians

Vagner Mancini técnico do Corinthians durante partida contra o Ponte Preta no estádio Arena Corinthians pelo campeonato Paulista 2021. - Ettore Chiereguini/AGIF
Vagner Mancini técnico do Corinthians durante partida contra o Ponte Preta no estádio Arena Corinthians pelo campeonato Paulista 2021. Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

17/04/2021 04h00

Vagner Mancini vive o momento mais delicado sob o comando do Corinthians. São dois tropeços seguidos, constantes más atuações da equipe, insatisfação crescente da torcida e aumento da pressão interna. O treinador demonstrou estar ciente do problema que tem para resolver, mas pediu que as responsabilidades sejam divididas.

"Acho que [as críticas] são justas a partir do momento em que a equipe não vem jogando bem. Você perde um jogo fora de casa com dois erros individuais e depois você empata um jogo em casa. É natural que a torcida esteja chateada, mas acho que a divisão de responsabilidades deve acontecer. Toda essa pressão, ela chega. Muito maior do que essa pressão é a nossa pressão interna", argumentou o treinador, após o empate com o São Bento.

O Corinthians passa por grave crise financeira que está refletida no futebol profissional. No início deste mês, Mancini foi a público dizer que o elenco tem carência de jogadores para o sistema ofensivo. O treinador, embora reconheça as dificuldades enfrentadas pelo clube, não consegue encontrar alternativas dentro do grupo, o que só aumenta a pressão em cima de seu trabalho.

A aposta nos garotos promovidos da base ainda não surtiu o efeito esperado. O atacante Rodrigo Varanda é quem melhor exemplifica o dilema de Mancini. O jogador foi titular em nove partidas, soma 572 minutos em campo nesta temporada, e está em descenso técnico. Ontem, ele, Vitinho e Cauê foram substituídos no intervalo e levaram uma dura do treinador no vestiário.

"Rodrigo, Cauê e Vitinho não foram bem na partida, mas isso faz parte do amadurecimento deles. Estou aqui para colocá-los e tirá-los no momento certo dentro de uma perspectiva que a gente acha a mais certa. Os meninos são patrimônio do clube. Tenho que ter jogo de cintura para saber o momento de tirá-los. Embora não tenhamos a torcida no estádio, é importante que eles se habituem", afirmou Mancini publicamente.

Sem ter ninguém da base despontando entre os titulares, a comissão técnica vê os jogadores mais experientes sem poder de reação. São os casos de Jô, Otero, Victor Cantillo e Luan —este último que recentemente passou a dar mostras de possibilidade de melhora no curto prazo, mas ainda segue no banco de reservas.

Diante da maratona de jogos e sem demonstrar evolução técnica, o Corinthians vê a insatisfação aumentar dia a dia. Nos bastidores, um desligamento do treinador já é ventilado. No entanto, a cúpula do futebol ainda dá respaldo ao treinador e seus auxiliares.

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