Superliga está suspensa e terá projeto 'remodelado' após debandada
Depois de ser esvaziada, a Superliga Europeia está suspensa e passará por uma 'remodelação'. Em um comunicado divulgado no início da noite de hoje pelo jornalista Fabrízio Romano, da Sky Sports Itália, a organização do torneio informou que vai reconsiderar "os passos adequados, a fim de reformular o projeto".
"Dadas as atuais circunstâncias, nós vamos reconsiderar os passos mais apropriados para remodelar o projeto", afirmou a organização no comunicado. "Nós fizemos a proposta de uma nova competição na Europa porque o atual sistema não funciona. Nossa proposta tem como objetivo permitir a evolução do esporte enquanto gera recursos e estabilidade para toda a pirâmide do futebol, incluindo ajudar toda a comunidade do futebol a superar as dificuldades financeiras devido à pandemia."
A pressão sobre a nova competição ficou maior após uma debandada dos clubes ingleses na tarde de hoje. Manchester United, Arsenal, Tottenham, Liverpool, Manchester City e Chelsea anunciaram a decisão de deixar o campeonato recém-criado após uma reunião envolvendo todos os clubes fundadores. Segundo a BBC, a repercussão negativa envolvendo a competição seria um dos fatores que motivou a saída das equipes inglesas.
No início da madrugada, Milan e Inter de Milão também se preparavam para deixar o grupo, de acordo com a Sky Sports Itália. A Juventus, no entanto, não se pronunciou sobre a permanência ou não no torneio, que sem os italianos, teria apenas Real Madrid, Atlético de Madri e Barcelona.
A "pressão externa", como foi classificada pela organização da Superliga, teve efeitos rápidos na Inglaterra. O presidente do United, Ed Woodward, renunciou ao cargo na tarde de hoje após as duras críticas feitas ao clube, inclusive por ídolos dos Red Devils como David Beckham e Gary Neville. O Arsenal publicou um pedido de desculpas, reconhecendo que 'cometeu um erro'.
Desistência do Chelsea foi para evitar "danos à reputação"
A saída do Chelsea foi divulgada pela emissora britânica no momento em que torcedores do clube faziam um protesto na porta do estádio Stamford Bridge, horas antes do jogo contra o Brighton, pelo Campeonato Inglês. "Agora tivemos tempo para considerar o assunto plenamente e decidimos que nossa participação contínua nesses planos não seria do interesse do clube, de nossos torcedores ou da comunidade futebolística em geral", disse o clube, em nota.
O ex-goleiro Cech, ídolo da torcida e atual dirigente da equipe, chegou a descer do ônibus que levava a delegação para conversar com os fãs incomodados com a novidade.
Ainda segundo a BBC, a desistência do Chelsea foi decidida por Roman Abramovich, presidente do clube. Após a reação negativa de torcedores e imprensa sobre o torneio, o bilionário russo se reuniu com a diretoria do Chelsea e optou por abandonar a competição para evitar "danos à reputação da equipe".
A publicação ainda destaca que a decisão já havia sido tomada antes mesmo dos protestos desta tarde.
'Eu não sei de nada', diz Thomas Tuchel
O treinador do Chelsea, Thomas Tuchel, falou sobre o assunto à Sky Sports momentos antes da partida contra o Brighton, pelo Campeonato Inglês:
"Não sei de nada, passei os últimos 45 minutos no ônibus esperando para vir ao estádio. Sei que estou em um clube super competitivo e confio no clube. Não estou ciente de nenhuma política. Sei o suficiente e confio no clube, eles tomam decisões levando em consideração que abraçamos o esporte competitivo", disse ele.
O que é a Superliga?
O futebol europeu está em alta nos holofotes das mídias desde o último domingo. 12 dos mais tradicionais clubes da Europa anunciaram a criação da Superliga. O torneio surge com a intenção de substituir a Liga dos Campeões e travou uma guerra contra a Uefa e outras autoridades do esporte.
Administrada por Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madri, Milan, Juventus, Inter de Milão, Chelsea, Tottenham, Arsenal, Manchester United, Manchester City e Liverpool, a novidade pode alterar toda a estrutura vigente no futebol mundial.
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