Como Superliga foi de furacão no futebol europeu ao fracasso em dois dias
Já era quase madrugada de segunda-feira (19) na Europa, início da noite de domingo (18) Brasil, quando 12 dos maiores clubes do continente anunciaram a criação de uma Superliga.
Um campeonato que reuniria Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham e tinha como objetivo substituir a atual Liga dos Campeões - sem rebaixamentos, com acesso garantido em todas as edições, e com jogos durante os dias da semana.
Antes mesmo da oficialização, a Uefa já havia se pronunciado contra a organização, ameaçando banir as equipes de todas as associações e torneios. Uma das punições previstas pelo presidente Aleksander Ceferin envolvia diretamente os jogadores, proibindo que os atletas das 12 equipes disputassem jogos pelas suas seleções. Enquanto isso, uma Liga dos Campeões remodelada era anunciada.
As críticas ao novo torneio não tardaram a aparecer. Desde as primeiras horas de segunda-feira (19), torcedores, ex-jogadores, jogadores em atividade, clubes que não faziam parte do grupo e cartolas da UEFA condenaram a iniciativa. PSG, Bayern de Munique e Borussia Dortmund também se manifestaram contrários.
Antes de entrar em campo pela 32ª rodada do Campeonato Inglês, os jogadores do Leeds ironizaram o Liverpool com uma camiseta com os dizeres "Faça por merecer em campo. Futebol é para os fãs".
A entrevista do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, não ajudou. Ao programa 'El Chiringuito', na TV espanhola 'Mega', ele justificou que a Champions vinha "perdendo o interesse do público", que o novo torneio não era elitista e que a modalidade sofria com uma grave crise financeira. Do Príncipe William ao 'Bomba Patch', todo mundo se pronunciou. E quase todos foram contrários.
Durante o dia de hoje (19), o jogo virou. Diante da crescente pressão vinda de todos os lugares, principalmente das ruas, a exemplo da torcida do Chelsea, que foi protestar em frente ao Stamford Bridge, os clubes ingleses foram os primeiros a desembarcar do projeto. O Manchester City foi quem puxou a fila, seguido por Chelsea, Manchester United, Tottenham, Liverpool e Arsenal.
Com os boatos de que a saída de Milan e Inter de Milão era iminente, os organizadores recuaram. Em uma nota divulgada pela Sky Sports Itália, o torneio informou que iria "reconsiderar os passos adequados, a fim de remodelar o projeto".
"Nós fizemos a proposta de uma nova competição na Europa porque o atual sistema não funciona. Nossa proposta tem como objetivo permitir a evolução do esporte enquanto gera recursos e estabilidade para toda a pirâmide do futebol, incluindo ajudar toda a comunidade do futebol a superar as dificuldades financeiras devido à pandemia", dizia o texto.
A ideia, no entanto, não morreu. Rumores apontam que os organizadores seguem firmes no propósito de uma competição mais lucrativa. Uma decisão deve ser anunciada nos próximos dias.
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