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Abel desmitifica 3-5-2 e diz que sistema é agressivo: "Olhem para frente"

Técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, durante a partida contra o Universitario, pela Libertadores - Getty Images
Técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, durante a partida contra o Universitario, pela Libertadores Imagem: Getty Images

Eder Traskini

Do UOL, em Santos (SP)

22/04/2021 04h00

O esquema com três zagueiros de origem, escancarado pelo Palmeiras ao divulgar a escalação do time, chamou atenção uma hora antes da estreia na Copa Libertadores da América de 2021. Naquele momento, o torcedor palmeirense ainda não tinha a menor ideia, mas seria justamente esse terceiro defensor escalado quem faria a diferença em campo: o titular, Empereur, ao ser expulso, e o substituto, Renan, ao dar a vitória ao time no último lance.

Sem os lesionados Breno Lopes e Gabriel Veron, opções para a ponta, Abel Ferreira optou por um esquema com três zagueiros de origem, mas rechaçou a hipótese de tal sistema ser defensivo. A ideia é que os alas —ontem, Marcos Rocha e Victor Luís— ganhem liberdade para avançar pelos flancos, dando amplitude ao time. Em sua entrevista ao final de um sofrido triunfo, o comandante português pediu para que a torcida veja a sua formação e olhe para o ataque, em vez da defesa.

"Não sou treinador de um sistema, gosto de jogar com vários. Pra mim, o jogo não tem a ver com números, tem a ver com dinâmicas. Quando olham para trás e veem três defesas, eu sempre joguei com três [na primeira linha], seja dois e um lateral, ou um volante entrando no meio. Quando estou atacando, olhem para quantos chegam até a área. Não é para trás que se olha, é para frente", disse.

"Não há sistema mais agressivo do que o que jogamos hoje. Com três zagueiros ou dois e um lateral. Se vocês têm dúvidas, viram o Rocha que é lateral-direito, a falhar duas vezes, uma no pênalti e outra na segunda. Não olhem para trás, olhem para frente para ver quantos chegam até a área", disse Abel em coletiva após a vitória.

Na prática, o que se pode observar fez jus ao discurso do português. A primeira chance do jogo foi em uma infiltração de Patrick de Paula. Depois, Danilo também entrou na área e preferiu servir a Luiz Adriano, que foi travado. Na jogada seguinte, o próprio volante bateu com perigo da entrada da área.

Além da dupla de volantes, o lateral-direito Marcos Rocha apareceu como elemento surpresa na marca do pênalti em um cruzamento, mas não alcançou a bola. O meia Raphael Veiga, como era de se esperar, foi outro que pisou na área — e assim fez seu belo gol.

Em certos momentos, o paraguaio Gustavo Gómez, ao centro da defesa, também tinha liberdade alinhar como um volante na saída de bola, ou jogar como um líbero defensivo na armação de jogo.

O esquema fez o Palmeiras dominar o jogo com certa tranquilidade até os 20 minutos da segunda etapa, quando Empereur foi expulso e o Universitario empatou em duas bolas paradas em um espaço de três minutos: uma falta e um pênalti — que se originou em outra falta alçada na área.

Após a igualdade, Abel colocou Renan em campo para seguir com três zagueiros de origem — mesmo precisando da vitória contra o adversário teoricamente mais fraco do grupo — e foi justamente o jovem de 18 anos que marcou o gol da vitória no último lance.

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