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Libertadores - 2021

Rival em estreia, River já perdeu para o Flu em jogo de briga e 9 expulsões

Matéria retala vitória do Fluminense sobre o River Plate e briga - Reprodução
Matéria retala vitória do Fluminense sobre o River Plate e briga Imagem: Reprodução

Bernardo Gentile e Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

22/04/2021 04h00

O Fluminense esperou oito anos pelo retorno à Libertadores e terá uma pedreira pela frente na estreia: o tetracampeão River Plate. O jogo das 19h no Maracanã será o primeiro embate oficial entre as equipes, mas um amistoso, em especial, traz recordações marcantes ao Tricolor: uma vitória com direito a briga generalizada, temporal e nove expulsões.

Hoje favoritíssimos no grupo D da competição continental, os argentinos enfrentaram os tricolores por quatro vezes, todas em partidas amistosas. A mais famosa é a de 1972, quando Flu e River se enfrentaram em General Severiano. Curiosamente, o técnico dos "Millionários" era Didi, o "Folha Seca", ídolo tricolor.

O jogo aconteceu na casa do Botafogo por conta de um dos maiores temporais da história do Rio de Janeiro. O verão de 1972 registrou grandes enchentes na cidade, e o Maracanã, foco de problemas em dias de chuva até hoje, estava impossibilitado de receber jogos. Assim como o Estádio das Laranjeiras, fechado desde 1970. A partida, inclusive, foi adiada duas vezes por esse motivo: marcada primeiro para 1º de fevereiro, foi postergada para o dia 2 e novamente remarcada para o dia 3, quando foi disputada em um gramado ainda com muita lama.

Matéria de vitória do Fluminense sobre River em amistoso que terminou com briga e expulsões - Arquivo - Arquivo
Matéria relata vitória do Fluminense sobre River em amistoso que terminou com briga e expulsões
Imagem: Arquivo

Como o próprio "Correio da Manhã" estampou no dia seguinte, após um empate em Salvador, a vitória do Tricolor não teve nem 90 minutos. Uma confusão não permitiu. Já mordidos desde a viagem à capital baiana, os jogadores do Flu não fugiram da briga.

"A porrada comeu nesse jogo. Estávamos ganhando e o Cafuringa fez uma falta que gerou uma confusão generalizada. O cara saiu correndo atrás do Cafuringa e nosso time, claro, foi atrás do cara. Foi uma confusão incrível. Evidente que tive que defender meus companheiros [risos]. A rivalidade Brasil e Argentina era enorme. Nesses momentos tinha que estar atento a tudo", lembra Sergio Cosme, zagueiro daquele time e técnico do Flu em duas passagens nos anos 1990.

A vitória por 2 a 0 teve gols de Silveira — deslocado para o meio com lesão de Denílson, o "Rei Zulu", substituído justamente por Sergio Cosme — e Mickey, herói do título brasileiro de 1970. A partida, entretanto, acabou pouco depois dos 30 minutos do segundo tempo, quando começou o conflito.

Depois de muita pancadaria, nove jogadores acabaram expulsos. Pelo Fluminense, três: o goleiro Jorge Vitório e os atacantes Cafuringa e Mickey. Do River Plate, seis: os zagueiros Dault e Vasquez, o lateral Giltosé, o meia Larraigne e os atacantes Granato e Martínez. Por conta da confusão, a torcida invadiu o campo para brigar, e a Polícia Militar foi chamada. Os jogadores tricolores, acompanhados de alguns dirigentes e torcedores, ficaram "presos" enquanto os hermanos deixavam o estádio. Por pouco não houve outra briga do lado de fora.

Última partida foi no Maracanã

O último amistoso entre River e Fluminense foi no mesmo palco desta noite, o Maracanã. Em 1981, com muitos jogadores do time campeão carioca em 1980 e outros que fariam parte da equipe tricampeã estadual em 1983, 1984 e 1985 e campeã brasileira em 1984, o placar ficou igual: 1 a 1.

Zezé marcou de cabeça o gol do Flu em Fillol, que viraria rival ao se transferir para o Flamengo alguns anos depois. Em 1984, o argentino provocou Assis, que repetiu a dose do ano anterior e balançou as redes sobre o time da Gávea nos minutos finais. Curiosamente, o goleiro ficou parado como uma estátua nos dois lances, bem parecidos.

Flu confia em Fred em estreia

Apesar de brigas entre brasileiros e argentinos serem comuns em Libertadores, o pensamento de todos agora é na bola rolando.

"Hoje em dia os argentinos estão mudados. A rivalidade segue incrível, mas hoje eles não pensam muito mais nesse lado, de tentar desestabilizar. Eles jogam bola. Mas claro, é jogo de pegada, de disposição. Com certeza será um ótimo jogo e quem assistir vai apreciar bastante", opina Sergio Cosme.

Bem no Fluminense, Fred marcou 400º gol da carreira e está de olho em marca contra o Botafogo - Lucas Mercon/Fluminense FC - Lucas Mercon/Fluminense FC
Imagem: Lucas Mercon/Fluminense FC

Comandados por Marcelo Gallardo há quase sete anos, o River Plate joga um futebol vistoso e é o grande favorito para a competição. Para enfrentar a pedreira, o Flu confia em Fred, que começou muito bem 2021, e na invencibilidade em estreias na competição.

"River Plate sempre teve bons times e sabe jogar a Libertadores como poucos. Jogar contra eles nunca é fácil. Eu vi uma entrevista do Fred e achei muito centrada, pois é um jogo difícil mesmo. É time de Libertadores, sempre chegam. Vamos torcer para o Fluminense se engrandecer nesses momentos como costuma fazer", diz Cosme.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE X RIVER PLATE (ARG)

Competição: Copa Libertadores
Data: 22 de abril de 2021, quinta-feira
Horário: 19h (de Brasília)
Local: estádio Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann (CHI) e Claudio Rios (CHI)

Fluminense: Marcos Felipe, Calegari, Nino, Luccas Claro e Egídio; Wellington, Martinelli, Yago Felipe e Nenê; Kayky (Cazares) e Fred. Técnico: Roger Machado

River Plate: Armani; Montiel, Maidana (Martínez), Paulo Díaz e Angileri; Enzo Pérez, De La Cruz; Álvarez, Palavecino; Beltrán e Borré. Técnico: Marcelo Gallardo