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Um mês de Ramírez: o que ele já modificou e o que falta mudar no Inter

Miguel Ángel Ramírez tem pontos a evoluir, e assinatura em detalhes do time - Ricardo Duarte/Inter
Miguel Ángel Ramírez tem pontos a evoluir, e assinatura em detalhes do time Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

22/04/2021 04h00

Ontem (21) completou um mês da estreia de Miguel Ángel Ramírez no banco do Inter. Depois de ver das cadeiras a estreia de sua comissão, contra o Ypiranga, foi diante do Novo Hamburgo que ele comandou o time de fato pela primeira vez. Neste período, o espanhol já pôs em prática uma série de ideias. Algumas ainda precisam ficar mais firmes.

O retrospecto é positivo: são quatro vitórias, um empate e duas derrotas, aproveitamento de 62%. Foram 11 gols marcados e cinco sofridos.

A reportagem do UOL Esporte separou detalhes na movimentação do time que têm "a cara" de Ramírez e pontos em que sua assinatura ainda não está totalmente clara.

Ideias consolidadas:

Saída de bola com goleiro
O primeiro ponto já estabelecido no Inter de Ramírez é a saída de bola. Sempre com toques curtos e a participação efetiva dos goleiros com os pés. Marcelo Lomba, por exemplo, elogiou as atividades propostas e a construção desde o primeiro momento.

"Todos os goleiros têm aprendido e participado muito do jogo. É legal porque nossos treinamentos mudaram muito. Agora participamos muito mais com os jogadores e evoluímos a cada dia", disse.

O Inter errou muito logo de cara, mas demonstra que, aos poucos, já tem o DNA de seu treinador no começo das jogadas. Ainda que vez por outra tropece, como no último gol sofrido na derrota por 2 a 0 contra o Always Ready.

Laterais por dentro
Outro fator que Ramírez já conseguiu implantar na equipe é a movimentação dos laterais. Antes atuando abertos e alternando idas ao ataque, a dupla que joga agora constrói pelo meio, quase como se fossem jogadores de outro setor.

O lado oposto ao que a jogada está sendo construída conta com lateral como apoio para os meio-campistas, ao invés de ele atuar próximo à linha de lado. Assim, o time ganha uma opção a mais para toques curtos e deixa o flanco apenas para os atacantes.

Movimentação do atacante
Bem servido de comandantes de ataque, Ramírez vê tanto Guerrero quanto Yuri e Galhardo cumprirem bem o papel tático pedido por ele. Seja no recuo para tramar por dentro ou na profundidade quando o jogo necessita, os homens de área compreenderam o que é necessário para a aplicação do "jogo de posição" preconizado pelo comandante.

A partir disso, o treinador alterna a titularidade com base no adversário. Com entendimento de todos, usa um ou outro de acordo com características dos rivais.

O que precisa evoluir:

Participação do volante
Figura central no time de Ramírez, o volante ainda é posição que requer encaixe no Inter. É o jogador quem liga o setor defensivo ao ataque, principalmente na saída de bola. Rodrigo Dourado é o titular, mas não tem a dinâmica preferida pelo comandante para executar tal função, ou mesmo uma capacidade ímpar na bola longa. Edenilson já foi utilizado por ali, e Rodrigo Lindoso também é opção. Até mesmo a chegada de um reforço não está descartada.

Extremas encaixados com meias
O encaixe entre extremas e meias também precisa melhorar. Não é raro nos jogos do Inter ver os jogadores de lado com dificuldades de tramar junto aos colegas que precisariam dar ao time superioridade numérica junto deles. Os espaços a ocupar, de onde sair e para onde correr são situações em que Ramírez ainda espera ver a equipe evoluir.

Transição defensiva
Com uma equipe de essência ofensiva, o Inter sofre muitos contra-ataques. A transição defensiva precisa estar bem clara para que não surjam oportunidades de gol ao adversário em saídas rápidas após ser atacado. E este é outro ponto que Ramírez ainda pretende dar atenção. É verdade que em comparação aos primeiros jogos, o controle do rival já melhorou bastante, mas ainda vaza em determinados momentos do jogo.

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