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Presidente do Real Madrid insiste na Superliga: 'Feita para sair da crise'

Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez - Divulgação/Real Madrid
Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez Imagem: Divulgação/Real Madrid

Do UOL, em São Paulo

23/04/2021 18h28

Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, voltou a defender a Superliga europeia. Sob a justificativa de que o futebol está financeiramente quebrado e de que os jovens "entre 14 e 24 anos estão abandonando" o esporte, o cartola admitiu que o processo poderia ter sido melhor, mas prometeu contornar a situação.

"O projeto da Superliga é o melhor possível e foi feito para ajudar o futebol a sair da crise. O futebol está seriamente prejudicado, sua economia está afundando e temos que nos adaptar aos tempos em que vivemos", disse, em entrevista ao jornal espanhol "ÀS".

"A Superliga não vai contra os campeonatos nacionais, o objetivo é fazer com que mais dinheiro circule em todo o futebol. Foi pensado para trazer mais interesse para as partidas, e penso que a nova reforma da UEFA também não resolve o problema, porque o que nos foi apresentado não é melhor do que já existe. Além disso, não podemos esperar até 2024", avaliou.

Ao mesmo tempo em que o futebol europeu vivia dias turbulentos com a criação do novo torneio, que bateria de frente com a Liga dos Campeões, a UEFA anunciou mudanças na competição, com 36 times e o fim dos grupos para uma fase única no início. A forma de acesso continuará sendo por meio dos campeonatos nacionais.

"De qualquer forma, fizemos algo errado", admitiu. "Vamos contornar isso, confrontar ideias. Talvez que os quatro primeiros de cada país joguem seja a solução. Algo tem que ser feito, os jovens entre 14 e 24 anos estão abandonando o futebol porque se entendiam diante de outros tipos de entretenimento. São quatro bilhões de torcedores de futebol espalhados pelo mundo, metade deles torcem para os clubes da Superliga. É o único esporte global".

Pérez citou um relatório da consultoria KPMG que aponta uma perda de 650 milhões de euros pelos 12 clubes da Superliga nos primeiros três meses de pandemia. Para o dirigente, é perciso "fazer algo em breve, ou muitos clubes vão fechar as postas".

Ele não acredita que uma competição que reúna apenas 12 dos clubes europeus vá desequilibrar ainda mais a balança para o lado das equipes de grande porte.

"A realidade é que se houver jogos mais interessantes e competitivos, o futebol terá mais dinheiro, e isso será bom para todos, não apenas para alguns, porque as ligas nacionais vão valer muito mais. E também teremos quantidades significativas para a solidariedade, um pilar muito importante para o projeto", concluiu.

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