Santos: Toronto tem trunfo e oferece salário maior que árabes a Soteldo
O Toronto FC pretende investir alto para ter o atacante Yeferson Soteldo, do Santos. O clube canadense que disputa a Major League Soccer (MLS) ofereceu salário maior do que Al-Hilal, da Arábia Saudita, propôs ao jogador no fim do ano passado. A diferença é que o Toronto conta com um trunfo que os árabes não tinham: a ascensão da liga americana nos últimos anos.
Soteldo não via com bons olhos a transferência para o futebol do Oriente Médio, pois entendia que poderia ficar escondido dos olhos dos times europeus — seu principal objetivo — e disputando torneios menos competitivos, que não contribuiriam em nada para o seu desenvolvimento e vitrine no mercado da bola.
O cenário, porém, é totalmente diferente quando se trata da atual oferta do Toronto. A MLS vem crescendo a cada ano, se tornando mais competitiva e cada vez mais no radar de monitoramento dos clubes do Velho Continente. Dentro do torneio, o Toronto é um dos principais times, tendo vencido a competição em 2017 e chegado à final em 2016 e 2019.
Além disso, viver no Canadá também é outro trunfo. A qualidade de vida e segurança no país diferem do Brasil, principalmente no atual momento pandêmico. A saúde financeira do Alvinegro praiano também joga a favor, uma vez que Soteldo conviveu com grandes atrasos salariais no ano passado — dos quais nunca reclamou — e guerra entre seu ex-clube, o Huachipato (CHI), e o Peixe pelo não pagamento do valor acordado pela contratação do venezuelano.
Entenda a proposta e as dificuldades prévias
O Toronto ofereceu US$ 6 milhões (cerca de R$ 32,6 milhões) ao Santos por 75% dos direitos econômicos de Soteldo. A intenção do Peixe, inicialmente, era dividir a proposta em US$ 4 milhões ao Peixe (R$ 21,8 mi) e US$ 2 milhões ao Huachipato (R$ 10,9 mi). Porém, a presidência fez uma contraproposta.
O Peixe pediu US$ 7,5 milhões (R$ 40,9 milhões de reais) pelos mesmos 75%. A negociação ainda é inicial e o Alvinegro praiano precisa entrar em acordo com os chilenos pela divisão da quantia. O clube de Soteldo detém 50% dos direitos do jogador — assim como o Santos — e isso torna a negociação delicada para o Peixe, que não desembolsou nem um real pelo jogador, que chegou em 2019 por US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 13 milhões na cotação da época), por meio da gestão de José Carlos Peres.
O não pagamento fez com que os chilenos acionassem a Fifa pelo descumprimento de contrato da parte do Santos, o que até hoje impede o clube de registrar novos jogadores. Recentemente, o presidente Andrés Rueda afirmou que o clube deve em torno de US$ 4 milhões (R$ 21,8 mi) ao ex-clube do atleta, levando em consideração juros e multas.
"Está demorando mais do que a gente imaginava [a negociação]. Sendo objetivo e transparente, o Soteldo tem dois caminhos: ou alguém aparece e compra a nossa parte, e a gente tira o transfer ban, ou a gente arruma os US$ 4 milhões para pagar. Não apareceu nenhuma das duas, então o negócio vai se arrastando mais do que imaginava", afirmou Rueda.
O Peixe é quem detém os direitos federativos do camisa 10, portanto controla a negociação e tem o poder de decisão. O Huachipato, no entanto, tem direito a receber pelos 50% dos direitos econômicos que detém do jogador e ainda pleiteia o pagamento da dívida pela aquisição do atleta em 2019. Com a relação desgastada entre os dois clubes, a divisão do montante oferecido pelo Toronto promete se tornar complexa.
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