Técnico de rival do Inter tem caminho semelhante a Ramírez e olhos na base
Um treinador de 36 anos que não foi atleta. Começou a trabalhar beirando os 20, em categorias de base. Conquistou feitos com clubes que não estão no topo e monta suas equipes com carinho especial pelos pratas da casa. Tais frases poderiam definir Miguel Ángel Ramírez, técnico do Inter, mas também cabem para detalhar o rival na noite de hoje (27): Juan Domingo Tolisano, técnico do Deportivo Táchira.
O jogo das 21h30 (de Brasília), no Beira-Rio, pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores colocará frente a frente técnicos que nasceram no mesmo ano — o venezuelano é dois meses mais velho — e cujas trajetórias são semelhantes.
Enquanto o comandante do Colorado iniciou carreira aos 20 anos, no Las Palmas, o treinador do Táchira começou com 21. De cara, passou por uma experiência em time principal pelo Atlético Táchira depois de comandar a equipe sub-20. No ano seguinte migrou para o sub-20 do Lotería del Táchira. Durante este período, alternou trabalhos como técnico e comentarista esportivo de rádios locais.
Por necessidade, acabou acumulando função com o comandando do principal do mesmo clube, até ser contratado pelo Deportivo Táchira, em 2014, para treinar o time B e ser coordenador da categoria juvenil. Em seguida foi auxiliar técnico no Zulia e convidado para treinar o Carabobo, em 2016, quando passou a fazer história com clubes fora dos holofotes.
Foi com ele no comando que o pequeno e desconhecido clube conseguiu vaga para Libertadores de 2017. A primeira de sua história. Tolisano levou a equipe ao primeiro lugar na classificação do Torneio Clausura da Venezuela, eliminado nas quartas de final.
Sem renovação após o feito pelo Carabobo, optou por assumir o Mineros de Guayana, outra equipe longe do topo de seu país. Por lá também firmou seu nome na história conquistando a Copa da Venezuela.
Ramírez, por sua vez, depois de passar pela base do Las Palmas e do Alavés, na Espanha, e trabalhar na Aspire Academy com formação de atletas no Qatar, assumiu a base do Independiente del Valle, do Equador, e por lá fez sua trajetória. Conquistou a Sul-Americana, figurou na Libertadores, fez boas campanhas no país, e chamou atenção do Inter, que o contratou para esta temporada.
Trabalho com jovens no Táchira
No Deportivo Táchira desde 2019, Tolisano busca na base reforços para seu grupo sempre que pode. Tem, no time titular, dois jogadores com histórico de convocações para seleções inferiores da Venezuela e formação no clube: o goleiro Varela, de 21 anos, e o zagueiro Vivas, de 19.
Além disso, utiliza com frequência um jogador considerado com grande potencial no país. Trata-se de Yerson Chacón, de apenas 17 anos, que é parte do elenco principal desde o ano passado e, inclusive, entrou no jogo de estreia na Libertadores.
Com trajetórias semelhantes na carreira, Tolisano e Ramírez se enfrentam com objetivos diferentes. Depois de perder na estreia para o Always Ready, o Internacional mira recuperação. Já o Deportivo Táchira começou com vitória sobre o Olimpia e quer seguir pontuando para conquistar vaga na próxima fase.
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