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Roberto de Andrade critica Conmebol e pede vacina aos grupos prioritários

Roberto de Andrade (camisa cinza), ao lado de Alessandro Nunes, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava  - Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians
Roberto de Andrade (camisa cinza), ao lado de Alessandro Nunes, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava Imagem: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

28/04/2021 13h11

Roberto de Andrade, ex-presidente e hoje diretor de futebol do Corinthians, criticou o projeto da Conmebol em vacinar jogadores e comissões técnicas das equipes participantes das Copas Libertadores, Sul-Americana e América. Na visão do cartola do Timão, o futebol não pode passar na frente de outros setores da sociedade, considerados prioritários.

"Isso não está certo, só se fala disso. A Conmebol recebeu 50 mil vacinas e não tomou nenhuma atitude. Não sou especialista em saúde, mas acho que você tem grupos prioritários. Tem pessoas que têm mais necessidade da vacina do que os atletas. Acho que atropelar as coisas não é legal, o futebol não é melhor que qualquer outro setor", afirmou Roberto de Andrade ontem (27) em entrevista no CT Joaquim Grava.

De acordo com comunicado emitido pela entidade que comanda o futebol no continente sul-americano, 50 mil doses serão recebidas do laboratório Sinovac nesta quarta-feira (28). No documento, a Conmebol explica que respeitará as normas legais de cada um dos países participantes de suas competições. A prioridade será dada aos plantéis que disputarão a Copa América.

Ainda segundo as informações passadas no anúncio da Conmebol, as vacinas foram doadas com o único propósito de atender a comunidade do futebol na América do Sul. Portanto, não teriam sido desviadas da sociedade civil para atender única e exclusivamente os atletas e membros das comissões técnicas.

Além do dirigente do Corinthians, a ação não foi bem vista por médicos e especialistas no assunto. Em entrevista ao UOL Esporte, o médico neurocientista Miguel Nicolelis — professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos — foi categórico em sua crítica.

"É inacreditável e não faz sentido. A menos que o futebol crie um mecanismo ilegal de vacina. O futebol pensa que está acima de qualquer lei e código moral. Para quem gosta de futebol, é um chute no estômago".

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